terça-feira, 31 de janeiro de 2012 5 comentários

O Exercício da Gentileza


Domingo, 7 horas da manhã. Muito, muito cedo. Pelo menos, para mim. Não é natural do meu biorritmo, acordar (tão) cedo. Sou da madrugada. Fiel amante da noite e da lua. Além disso, havia a chuva. Muita chuva. Chuva das 7h às 8h. Sem parar.

Eu precisava sair. Olhei para o carro. Branquinho, limpinho, naquela chuva toda, dava até pena. E medo. Eram litros e mais litros de atividade pluviométrica contra a minha recente CNH.

Mas eu tinha que sair. Precisava visitar minha filha, no apartamento da mãe. Abri a garagem. Preparei o espírito. Foi quando reparei o carro do meu vizinho fechando minha saída. Como ele não tem garagem, sempre deixa seus DOIS carros na calçada, alinhados. Mas só havia um. O que era mau sinal: devia ter saído mais cedo com a família, tirou o outro carro da frente para liberar a passagem... e esqueceu de deixá-lo numa posição que não atrapalhasse a saída do meu veículo.

Mesmo assim, esperei até as 9h (e nada da chuva passar), pois não é correto falar com alguém pela manhã antes disso – questão de etiqueta; de gentileza, assim me ensinaram. Bati na sua porta, para ver ser havia alguém por lá. Bem, não havia. E o jeito foi fechar minha garagem, pegar o guarda-chuva e seguir viagem. A pé. Até o ponto de ônibus. Que era bem distante da minha casa, diga-se de passagem.

Até então, tudo bem, já estava acostumado. E pé da estrada. Mas o que irrita é você ver seu ônibus chegando, você estando muito distante da parada. Você pensa: “Ah! Está chovendo, bem ali tem um cruzamento, se eu der a mão, o motorista vai se sensibilizar, aproveita que tem de parar e abre a porta...”

Abrisse? Ele me viu correndo, dando sinal que precisava subir, mãos juntas (quase em oração), diminuiu a velocidade e, conforme previ, parou no cruzamento. Mas olhou para mim, com aquela cara feia, passou a primeira marcha, a segunda, olhou para o outro lado – só pra ver se não vinha ninguém na contramão... – e seguiu viagem. E o idiota aqui, pisando em água suja, lama, pulando restos de lixo, deslizando aqui e acolá... Indignado com sua falta... de gentileza.

Bem, cada um dá o que tem, não é mesmo? E, mesmo vendo o coletivo mal-educado se afastando, pensei: “Putz! Domingo. Outro desse, só daqui a uma hora. No mínimo.”

E assim se passaram os mais longos 60 minutos, 3600 segundos, da minha vida, naquele domingo chuvoso. Quase ninguém na rua, porque (ainda) havia muita chuva. Incrível como esse fenômeno da natureza só aumenta quando você não está em casa, enrolado num edredom, né?

Enfim, para meu bem-estar, um novo ônibus se aproxima. Não perdi tempo. Corri para o meio fio e, com uma das mãos acenei para não ser mais uma vez desprezado. E não fui. O motorista, muito cortez, até diminuiu a velocidade antes de parar, provavelmente para não me afogar com as águas que alagavam o centro da cidade. “Quanta gentileza!” – Pensei.

Mas, ao subir, me defrontei com um total antagonismo: todos os assentos dianteiros, reservados para idosos, mulheres grávidas e deficientes físicos, estavam ocupados por idosos. Além disso, muito idosos estavam em pé, aproveitando a gratuidade – um dos direitos mais sofríveis que tentam usufruir – quando o ônibus estava completamente vazio após a catraca. Resmunguei: “Por que não deixa os idosos entrarem pela porta traseira e facilita a entrada dos pagantes?” Não houve resposta. Mas na cara do motorista estava escrito (em hebraico, grego e latim), para quem quisesse ver: “Normas da empresa...”

Precisei passar por uns dois pontos de ônibus equilibrando uma mochila cheia de coisas e um guarda-chuva enorme e molhado sem me mexer um milímetro. Não havia condições de seguir em frente, devido à multidão centenária e às curvas acentuadas do percurso, sempre feitas com grande habilidade do motorista – veloz como o próprio deus Hermes. Mas eu e os demais passageiros, sofrendo como titãs no Tártaro, pensávamos: “devagar, motô, Você não tá carregando boi não...”

Então, chegamos a um impasse: um novo ponto de ônibus. Só que, dessa vez, cheio de gente. O que fazer? Pensei rápido. Aproveitei o veículo parado e fui me espremendo e pedindo desculpas, para poder passar. Após muito esforço, ultrapassei a catraca e me sentei perto do cobrador, pois era a cadeira mais próxima. E fiquei olhando a janela, a paisagem e implorando que aquele ônibus chegasse logo ao seu destino, pois queria muito dar um abraço na minha filha. Estava meio desligado, distante, até que uma movimentação incomum chamou minha atenção.

Um jovem, devia ter seus 25 anos, trajando uniforme do Serviço Ambulatorial Móvel de Urgência (o famoso SAMU), entregou seu cartão de vale-transporte ao cobrador. Primeira tentativa. Cartão recusado. Segunda tentativa. Cartão recusado. Terceira, quarta, quinta... Recusado. Recusado. Recusado. O coitado estava visivelmente cansado, com sono, olhos vermelhos – muito provavelmente acabara de sair de um plantão bem puxado. À sua frente, o cobrador mostrava um cartazinho safado que dizia: “Caso o cartão esteja sem créditos ou com defeito, o usuário deverá PAGAR a passagem.”

“Puta que pariu!” – pensei. Eu já passei por isso. Quem nunca vivenciou essa cena pode imaginar a situação: as pessoas subiam cada vez mais, os idosos se espremiam para dar passagem, outros, sem entender nada, reclamavam que a fila não andava... E o rapaz balançava a cabeça, muito provavelmente, dizendo “estou sem dinheiro...”

Ah! Não consegui me conter. Levantei e entreguei ao cobrador o valor da passagem.

Silêncio no ônibus. Acho que se instalou um vácuo de consciência tão grande que mais parecia a ativação de uma tecla “mute”, no controle (remoto) da vida. Todos pararam de conversar, de reclamar, de se mexer para assistir à cena.

O rapaz falou que não precisava, que iria descer... Mas eu o interrompi. E disse, em alto e bom som: “Nem pensar, meu amigo: você faria muito mais por qualquer um de nós, se fosse preciso.” – E voltei a minha cadeira. Voltei a olhar a janela, a chuva (que começa a parar) e a pensar que aquele dia tinha tudo para ser o pior domingo de todos. Mas entendi que era para eu estar naquela hora, naquele ônibus (e não no outro, mal-educado). Na minha dose diária de exercício da gentileza.

(Guilherme Ramos, 31/01/2012, 22h13, lutando contra um sono tão estranho que mais parece meu corpo e mente conspirando para que eu não escrevesse esse texto. Mas, como sou “do contra”... Ei-lo! Rssss... Interessante: o sono PASSOU! Kkkkkkkkkk...)

Ah! E exercitando - mais uma vez - a gentileza, sugiro que assistam a esse vídeo maravilhoso, sobre o mesmo tema:

Vamos exercitar a GENTILEZA mais vezes? Nós só temos a LUCRAR!
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012 0 comentários

Um pouco de mim e sobre o que escrevo...


1. Fale um pouco sobre você
A parte mais difícil dessa entrevista. Foi a última questão que respondi. É difícil falar sobre si mesmo, sabe? Particularmente não gosto. Prefiro que as outras pessoas o façam. Sei lá. Pode parecer estranho, mas falo pouco de mim. Acho que falo mais do que eu faço. Falar de mim seria como tentar ensinar física quântica no jardim de infância. Rssss... Em poucas palavras, sou um sonhador. Um “Insone sonhador”, às vezes. Prefiro lembrar que sou ator, diretor, escritor, músico prático, artista intermídia... Enfim, gosto de muitas áreas. E tento vivenciá-las sempre que possível. Atualmente, estou tentando ser escritor mais do que qualquer outra coisa. Existem, ainda, os “títulos” – não posso fugir deles: Especialista em Gestão e Organizações Sociais (UFS), Arquiteto e Urbanista (UFAL) e a “gestão cultural” – minha escolha profissional: Gerente do SESC Centro – Unidade de Cultura do SESC/AL, idealizador do Centro de Difusão e Realização Artístico-Cultural (CDRAC), onde são desenvolvidas atividades diversas nas cinco principais linguagens artísticas do Regional (Artes Cênicas, Música, Literatura, Artes Visuais e Audiovisual). Mas... Eu mudo a cada instante. E talvez esses momentos estejam no meu blog (www.prosopoetica.blogspot.com). Quer me conhecer (um pouco)? Visite-o. Permita-se. Participe.

2. Quando e como descobriu que era escritor?
Simplesmente foi surgindo. Não sei dizer quando. Apenas escrevia. Meu primeiro texto (teatral) data de 1984. Uma curta comédia (Conde Frácula), usada em festival de teatro do colégio. Não fui um bom leitor, contrariando a teoria de que um bom escritor deve ser um bom leitor (mas sou obrigado a concordar com essa teoria). Eu simplesmente sinto as cenas, as palavras, as rimas. A coisa vem, sabe? Claro que pesquiso muito, estudo técnicas etc. Sou autodidata. Como muitos, odiava literatura (depois, descobri que odiava as aulas de literatura no colégio. Só me serviram para decorar datas, nomes etc. para o vestibular – uma triste confissão). Mas falo do meu início. Eu não lia. Escrevia. Até hoje uso algumas palavras que nem sei o significado. Daí, quando procuro no dicionário, elas são perfeitas! Vá entender! Acho que tenho sorte, um dom ou sei lá o quê. Gostaria de ler mais teoria da literatura pra saber o que estou fazendo, mas pensando bem, se eu souber muito o que estou fazendo, não ficarei, eu, técnico (ou previsível) demais? Não sei, não sei... Isso daria um livro. (Rsss...)

3. Que tipo de textos você mais gosta de escrever?
Ah! Muitos! Mas poesia, conto e dramaturgia são os mais “chegados”. (Rsss...) Gosto de contar histórias, extravasar sentimentos (às vezes inexistentes). Por exemplo: não preciso estar apaixonado para fazer uma poesia sobre o amor (correspondido ou não). Apenas escrevo. Por isso, se lerem algo meu, não pensem que sou o personagem que deu origem à série, OK? (Rsss...).

4. Qual a maior dificuldade de um escritor?
Para mim é a tal “página em branco”! (Quando ficamos horas e horas e horas e não sai uma linha sequer). A tão temida “falta de inspiração”. Mas não é bem assim. Acredito que tudo isso é a ausência de “clima inspirador”. Podemos usar técnicas para iniciar um trabalho. Por exemplo: não tente iniciar um texto logo de cara. Antes, relaxe, tente esquecer o ambiente externo. Jogue um pouco (Playstation, xadrez, paciência etc.), escute uma música, veja um filme, leia um livro etc. Aí você equilibra o que é real (e, normalmente chato, castrador, antinspirador) e o que é ficcional (inspirador). Outra coisa que me dificulta muito é a indisciplina. Se você não dedica uma parte de seu tempo para a criação literária, seu corpo, sua mente e seu espírito vão se tornar um triunvirato de preguiça e você nunca irá terminar “o tal livro” tão sonhando...

5. Cite 5 dicas que você daria para alguém que quer ser um escritor
Escreva. Pesquise. Escreva. Leia. Escreva. Anote tudo. Escreva. Grave tudo. Escreva. Desenhe. Escreva. Conte histórias. Escreva. Ouça música. Escreva. Assista a filmes. Escreva. Escreva. Escreva. Escreva. Escreva. Acho que foram mais de cinco, né? Mas, na realidade, é exatamente isso. Escrever. Da mais ridícula “abobrinha” à mais genial teoria. Tenha um “livro de idéias” (compre um caderno sem pautas e ande com ele sempre por perto. Escreve nele tudo o que surgir na sua cabeça e puder ser usado, mais tarde, na sua história. Afinal, nunca se sabe quando uma grande idéia vai aparecer, certo?). Não há apenas dicas. Há escrita. Parece óbvio, mas escrever é exatamente isso: escrever. Deixar que as idéias venham às mãos e se tornem letras, palavras e frases. Que parágrafos criem vida e capítulos tornem-se inesquecíveis aos sentidos de alguém. Que o resultado final toque o coração de quem escreve, para depois, tocar ao coração alheio. Importante: se aquilo que você escreve não emociona nem a você. Não serve. Jogue fora. Procure outra função no mundo. Ou, se ainda quiser ainda escrever, então... Escreva. Pesquise. Escreva. Leia. Escreva. Anote tudo. Escreva. Grave tudo. Escreva. Desenhe. Escreva. Conte histórias. Escreva. Ouça música. Escreva. Assista a filmes. Escreva. Escreva. Escreva. Escreva. Escreva...

6. Por onde se deve começar a escrever uma história?
Bem, acho importante frisar “por onde não começar”: pelo começo. Parece meio ilógico mas, levando-se em consideração que você leva muito tempo escrevendo (um romance, por exemplo), você nunca o terminará com o mesmo estilo literário. Você melhora, piora, enfim, muda de estilo até terminar o trabalho. Então, se você seguir uma “sequência” cronológica, muito certinha, certamente o leitor perceberá tais diferenças e isso pode comprometer seu trabalho. Agora, quando trabalhamos em algo mais curto (um conto, uma poesia etc.) sugiro que você deixe seu coração dar as dicas. Escreva. Sem a obrigação de terminar algo. Aproveite a inspiração disfarçada de amenidade. Escreva uma frase que surgir na cabeça. Vá juntando títulos que surgirem, frases, palavras (aparentemente) sem sentido, sobretudo os neologismos. Neologismos dão ótimos títulos. E rimas. De repente, você junta uma coisa aqui e outra lá... (meio Dadaísta, né?) e surge uma obra inédita. Muitas poesias minhas surgiram assim. Às vezes, vem apenas uma cena de um conto. Eu escrevo a cena, resumida e, quando aparece uma oportunidade, dedico-me a terminá-la. Isso ocorre mais com contos. E por aí vai. Gosto muito de criar um título e guardá-lo. Chega um dia que a inspiração aparece e o título ganha forma. Outras vezes, tenho a história de uma vez só. O título vem depois. Eu tento fugir do óbvio e procuro títulos mais simbólicos. Mas isso é uma questão de estilo. Eu ainda procuro o meu. Cabe a cada um enfrentar a sua jornada.

7. Para você, rima é importante em uma poesia?
Particularmente, eu gosto. É mais sonoro, mais gostoso de curtir. Mas tem também o verso livre que, dependendo da estrutura, encanta qualquer um. Mas a rima é como música para meus ouvidos. Em alguns textos meus essa sonoridade aparece. Sabe quando não há rima, mas há sonoridade? Há ritmo? O texto flui como uma música. E o leitor vai se apegando sem nem saber porque. É esse estilo que busco. Chamo essas tentativas literárias de “minha prosopoética” (perdoem-me os acadêmicos que sabem que prosopoética é outra coisa...) e tenho gostado do que venho fazendo. Porém, quando escrevemos, escrevemos para o leitor. Eles é quem devem gostar ou não. Mas, como sou autor-leitor, dou-me o luxo de gostar do que faço. O que não gosto, não publico no blog. Guardo. Um dia, minha opinião pode mudar, uma revisão pode mudar e tudo pode mudar... e mudar.. E mudar... Não são, assim, as pessoas? E por que não as criações artísticas? Mas, sim (para mim), as rimas são muuuuito importantes.

8. Você costuma construir primeiro o enredo ou os personagens de uma história?
Depende da inspiração. Às vezes vem tudo junto. Mas é mais racional ter o enredo primeiro. Porque assim, você vai povoando, colonizando a história com personagens. Quantas vezes um coadjuvante virou principal? E quantas outras um principal foi descartado? Claro que, às vezes, você tem “O Personagem”. E, a partir dele, vem uma, duas, três histórias. J. K. Howling que o diga, não é, Mr. Potter? (Rsss....)

9. De onde você tira inspiração para escrever?
De mim. (Rsss...) Brincadeira. Às vezes, vejo um nome, uma frase, uma foto, escuto uma música etc. E simplesmente vem. Outras vezes, inspiro-me em fatos do cotidiano, uma manchete de jornal, um livro, uma reportagem de revista, uma bula de remédio, um filme, uma série de TV. Ou acordo no meio da madrugada com uma idéia fixa na cabeça. Pode até ter vindo de um sonho. Enfim, o que quero dizer que não há uma inspiração certa ou errada. O que há é inspiração. E ela muitas vezes é do contra. Aparece quando estou querendo fazer outra coisa. Por exemplo: quando preciso fazer um relatório de trabalho, dá vontade de escrever um conto, uma poesia. Mas se eu parar especificamente para fazer o tal conto ou a tal poesia, não vem nada. É como se minha inspiração ficasse me testando. Provocando-me, para ver se eu realmente a mereço. Já perdi a conta das vezes que estou na rua e surge aquela melodia, frase, poesia, nome de personagem etc. que tanto procurava. E faço de tudo pra não perder isso. Escrevo no meu livro de idéias, num guardanapo, na mão, gravo no celular... Bem, quem me vê por aí, pensa: “- O que esse louco tanto fala sozinho?” Até agora não fui internado. Mas corro o risco. Perco a sanidade, mas a inspiração, nunca! (Rsss...)

10. Diga alguns livros e escritores que você gosta.
Na realidade, prefiro livros técnicos, fora do padrão literário cotidiano. Poucas vezes leio para me distrair. Nesse sentido, ler, para mim, significa pesquisa. Esses livros me ajudam a entender ou descobrir sobre o que escrever, servem de inspiração. Adoro pesquisar o desconhecido, o fora do comum. Amo livros e revistas que falem sobre ocultismo, religiões, mistérios, OVNIs, Genética, evolução humana, Atlântida, Lemúria, Continente de Muh... (Acho que alguém, nesse momento, está pesquisando metade do que disse, no Google... Rsss...). Mas, já que preciso citar algumas obras e autores não tão técnicos, não poderia esquecer: As Crônicas de Gelo e Fogo (George R. R. Martim), O Senhor dos Anéis (J. R. R. Tolkien), Noite na Taverna (Álvares de Azevedo), Grau 26 (Anthony E. Zuiker), Noturno (Guillermo Dell Toro), Sangue Quente (Isaac Marion), Harry Potter (J. K. Howling), As Crônicas de Nárnia (C. S. Lewis)... Vou parar. Está começando a ficar cliché. Tá vendo que tenho um gosto fora do padrão? (Rsss...)

(Entrevista concedida ao blog "Terra de Carol" em 2011. Obrigado pela oportunidade de me apresentar como escritor! Ah! E a minha caricatura foi feita pelo amigo-músico-desenhista Tércio Smith. Há muuuito, muuuuuuito tempo. Direto... do túnel do tempo... Rsssss...)
 
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