Mais! Adiante! Sigamos em frente.
Sempre. Um dia depois do outro.
Semanas, meses, anos, enfrente!
Desistir faz muito parecer pouco.
Disseram que seu coração congelou.
Duvido muito. Essa mulher ainda ama.
Nas noites comigo, senti seu calor.
A não ser que ela minta. Na cama.
Isso não está certo. Sentimento, há.
Não se pode esquecer, simplesmente apagar.
Isso é desrespeito ao que chamam de amor.
Das duas, uma... razão para fazer assim.
É ter o passado presente, jogá-lo em mim
Ou deixar de ser. Derreter. Num frio calor.
(Guilherme Ramos, 29/09/2013, 23h.)
Imagem: Google.
Quando decidi trabalhar
com sonhos – os meus e os dos outros – estava ciente das dificuldades que
enfrentaria. Medo, insegurança, inveja, raiva, rancor, intolerância... E um sem
número de desafios que assustaria o mais corajoso dos sonhadores. Sonhador é
aquele que sonha a dor e a transforma em alívio, bálsamo e alegria. Daí, a
felicidade se apresenta e se torna uma vitória consciente. Mas o caminho é
longo e árduo. Tal qual uma jornada rumo ao futuro, sem viver o presente.
Viver é, acima de tudo,
experimentar. Vivenciar. Aprender, ao errar. É cutucar. Eviscerar. Necropsiar.
Vivissecar. Tudo o que for possível na anatomia humana, só que aplicado à alma.
Pois só na alma, reside o ponto-chave dos nossos objetivos. É nela, invisível
ou não, intangível ou não, existente ou não, que escondemos nossa coragem, nossa
força e nossos sonhos. É na alma que depositamos nossos desejos – impróprios ou
não – para só depois usá-los em nosso proveito.
A alma – essa lenda
natural em qualquer crença – pode ser o que nos falte para ser melhores do que
pensamos ser. Afinal, todo mundo é merecer de premiações, nunca de castigos. Ninguém
erra. Todos acertam. Ninguém é culpado. Todos são inocentes, na penitenciária
maior de nossas vidas: a nossa própria vida.
Nossa pena – perpétua –
é viver toda uma vida sem direito a realizar nossos sonhos, pois sempre o sonho
do outro é mais importante. Sempre o outro é o foco das atenções. O outro
sempre é melhor do que nós. O outro sempre. Nós, nunca. O individual (saudável)
se nega a aflorar, enquanto que o falso altruísmo nos destrói pouco a pouco. Não
que ajudar o outro seja errado, mas apenas isso e não se ajudar é completamente
nocivo. Venenoso. Imperdoável. Inadmissível.
Apenas olhe ao redor.
Veja o que fez – e o que não fez por você. Quantos castelos de areia foram
abandonados à maré alta? Quantas cartas de amor não foram entregues? Quantos eu
te amo não foram ditos? Quantas viagens foram descartadas? Quantos sonhos foram
esquecidos? Em prol de que? De quem? De quando? Hoje só é hoje, hoje. Amanhã é
um outro dia, que nunca chega. De verdade. Temos a falsa sensação de que o
amanhã será melhor do que hoje e esquecemos que amanhãs sempre serão hojes,
quando chegam. E o passado, bem, o passado é o instante de interseção, quando
percebemos que é tarde demais.
Tarde demais é quando
olhamos para frente, mas só temos a visão de retrovisor. Pode ser bela, pode
ser ampla, mas só não é inútil, porque nos lembra dos ensinamentos. E estes, de
nada valem, sem ações. Ações, aliás, simples. Como, simplesmente, dar um passo
de cada vez. E andar em direção aos próprios sonhos. Porque um homem sem sonhos
é mero resultado do meio em que vive. Uma cópia sem qualidade de um produto
infinitamente superior. Uma possibilidade abandonada num canto da sala.
Fechada. Isolada. Empoeirada. Esquecida. Demolida. Morta-viva. Um total
descaso público. Uma ofensa à maravilhosa dádiva que se chama... vida.
(Guilherme Ramos,
25/09/2013, 20h. Sem inspiração, sem coração, sem alma. Mas foi um instante.
Repulsivo. E que deve ser esquecido.)
Imagem: Google.
Crioulo já foi negro, já foi verbo, foi escravo, pejorativo,
Foi orgulho. De seu povo, foi aliado, foi inimigo,
Foi alcunha, foi façanha, foi herói e foi bandido.
Crioulo já foi pão, foi agressão, foi agredido...
Crioulo já foi tanta coisa e ainda é tanta coisa mais...
Foi muito além do que alguém aprendeu na escola.
Na Europa, já foi planta indígena, quilombola e animais.
E foi descendente de europeus da América espanhola.
Crioulo já foi língua. Portuguesa. Em Cabo-Verde, Haiti,
Estado da Luisiana, Guiné-Bissau, Índia, bem longe daqui,
Belize, Filipinas, Ilha de Málaca e Sri Lanka. Sob o céu azul,
Crioulo também foi cavalo. De Gaúcho. Na América do Sul.
Crioulo já foi música, foi poema, foi forma de expressão.
Por causa de Stanislaw Ponte Preta, “crioulo” virou jargão.
É o “Samba do Crioulo Doido”! Há tanto tempo, sensação!
Já foi romance de Adolfo Caminha, museu brasileiro e programa de TV.
Talvez, por isso mesmo, a brava gente brasileira não consegue conhecer.
Mas o rapper brasileiro, no refrão da mídia, esse, sim, todo mundo vê!
Crioulo já foi. Já era. Já é. Crioulo é mais do que se pode explicar.
Mas hoje, crioulo é arte. Nem sacra, nem profana. É arte e pronto.
Aproveitem o espetáculo. Ouçam as canções. E o que elas tem a falar.
Ouçam seus corações. O simples deleite não é enfeite, será... encanto.
(Guilherme Ramos, Maceió, 10 de maio de 2013, 13h58, baseado
numa pesquisa histórica acerca do significado do nome e de suas diversas
utilizações/situações no mundo: termos, apelidos, conceitos etc., além, claro
de licenças poéticas. Em momento algum tive a intenção de banalizar o termo
“crioulo”, muito menos o ser humano. Foi uma honra poder criar um poema pra
essa ocasião.)
Eu
ando triste. E isso não é legal. É uma sensação de perda, sem ter perdido nada.
Um vazio, estando cheio de tudo ao meu redor. Um frio na espinha, enquanto o
corpo arde em febre. Um humor ácido, que derrete a mais singela alegria. Uma sombra
tão forte que obscurece o céu e o sol, do nascer ao seu se pôr.
É
viver numa lagoa salgada, num mar morto, num rio vazio, cheio de pedras e com
uma cachoeira logo à frente. É ser perigo iminente. Possibilidade de morte
presente. Ausência quase plena de terror paralisante. Um suspense de tirar o
fôlego do mais afoito. Assim estou.
Não
que eu queira isso. Jamais! Queria estar feliz, sorridente, radiante e
inabalável. Mas o dia não me quis assim. E eu, sem forças para relutar, não me
esforcei para mudar. Errado estou, tenho certeza disso. Não quis lutar contra o
poder obscuro da mesmice (des)humana. Para mim, tanto faz, como tanto fez.
Grande
coisa, ser humano. Para que tanto conhecimento e ser tão desprezível com os
seus outros? Para que tanta força, para usa-la contra os mais fracos? Para que
tantas palavras, se elas nem ao menos passam perto das reais intenções...
Desiludido.
Entristecido. Distorcido sentimentalmente. Não é algo que se orgulhe. Não é
algo que se rotule, mas é assim. Olhando para um espelho não me vejo. Não me
enxergo. Apenas olho. Adiante. Em minha fronte, o suor corre desregrado e
grosso, lubrificando rugas e verrugas insistentes da idade – que me consomem ad eternum – sem perdão.
O
que me aguarda a seguir? O que me virá após isso? Não sei e nem quero saber. O
momento é de inteira indefinição. Perdição. Interdição. Uma gota de sangue em
alto mar. Um alerta aos tubarões: eu sei matar. Um perigo inconstante.
Sobressalente. Impotente.
Eu,
dormente, flutuo entre passos incertos com um insuportável peso de algodão nas
costas. Dele escorre sangue, fresco, atraente para os abutres da sociedade.
Que, em sua irracional perseguição, buscam, na minha carcaça, saciar-se. Já
aviso logo: na minha carniça, mando eu. Nem adianta afiar as garras. Deixe-as
cegas mesmo. Não vai rolar.
Um
banquete funesto comemorará meu infortúnio. Meu óbito será manchete para as
câmeras da TV, para os intervalos das rádios, para as lentes dos jornais.
Sanguinolentos, sangrentos, surreais, eles registrarão minha história mais
falsa, fazendo a multidão acreditar que o vilão sempre fui eu. E até eu, onde
estiver – ou além – no além, irei acreditar. Porque essa, no final das contas, será
a verdade absoluta.
E,
no fim dos meus dias, a tristeza será só um punhado de ossos, largados no ossuário
de alguma capela de cemitério popular, por não ter mais ninguém para recolher
meus restos mortais. Imorais. Amorais.
Triste
em saber, só me resta renascer.
E
começar tudo de novo.
Numa
outra vez mais...
(Guilherme
Ramos, 19/09/2013. Numa hora qualquer...)
Imagem: Google.
Nessa hora em que me faltam as palavras,
É quando mais sei o que sinto por você.
Deixa para trás, todas as negras águas
Que seu predador sentimental pôs a perder.
Eu quero um lugar para pousar meu coração.
Ele já está com as asas cansadas de voar.
Pouco me importa se pouca ou muita emoção
Há num desejo de viver sem se apaixonar.
É loucura, é doidice, é cegueira ou burrice.
É a mais completa falta do que fazer. Disse.
Mas não repito para não causar má impressão.
Afinal, de que adianta viver sem limites,
Ser igual a um monte de meras estalactites,
Sem se deixar viver... pelo amor e paixão?
(Guilherme Ramos, 16/09/2013, 01h.)
Imagem: Google.
À noite, de frente para o seu mar,
Você vem me mostrar sua alegria.
Decido não sair de lá. Quero ficar.
Não vou perder mais sua companhia.
Bebo uns drinques; você, outros tantos.
Ficamos à deriva do vento, frio, há calor
Sem angústias, tristezas, dores e prantos.
Agasalhados de boas intenções, por favor.
Soa piegas e démodé, eu sei, mas é o que é.
Frio na alma é pior que o maior frio no pé.
E fica cada vez mais fatal, onde não se ama.
Não é o seu caso, não é o meu, com toda certeza.
E não pode haver dúvida, onde há tanta clareza:
Quem tem liberdade como quarto, não precisa de cama.
(Guilherme Ramos, 16/09/2013, 00h29.)
Imagem: Google.
Se eu pudesse voltar no tempo, ah!
Eu voltaria pra te conhecer mais cedo,
Ter mais tempo ao seu lado e ganhar
Um amor mais longo, seguro, sem medo.
Viver uma história, seja ela como for,
É muito mais simples do que se imagina.
Qualquer coisa que se faça com amor,
Recomeça, sempre. Até quando termina.
Não vale a pena viver tão sério, sozinho,
Inventando histórias, bebendo em barzinho,
Pondo a culpa no álcool que sobe a cabeça.
Histórias bem vividas devem ser partilhadas
Através da arte, onde as almas são tocadas.
Quem ama reparte, antes que alguém se esqueça.
(Guilherme Ramos, 13/09/2013, 18h27.)
Imagem: Google.
Eu
poderia, simplesmente, esquecê-la. Deixar de lembrá-la, de suspirar sua imagem
em minha mente, de não querer substituí-la por mais nada. A não ser mais e mais
ela. Ela, especialmente, foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Uma amiga,
uma amada, uma irmã. Seus problemas, suas neuras, suas estranhezas, eram tão
similares a mim que estarmos juntos era uma partilha, uma confissão, um
desabafo sem limites. Uma terapia gratuita, onde ambos saíamos renovados.
Resgatados. Renascidos.
Ironicamente
ou não, nossa separação foi justamente por isso. Por termos problemas tão
semelhantes que precisaríamos viver sem o outro para resolvê-los. Devíamos
aprender a viver sozinhos, livrarmo-nos dos grilhões do passado. Do ciúme, da
insegurança, da falta de esperança para o amor. Mas queríamos ser felizes. De
qualquer jeito. Só não juntos. Por enquanto.
Era
a hora de seguirmos caminhos individuais que, talvez, se cruzassem num futuro
incerto. Nada era mais certo. E isso doía. Doía saber que amava alguém que me
amava, mas não estava disposta a conviver amando. Junto. Lutando. Junto.
Apoiando. O outro. Junto. Juntos. Justo. Era justa, a proposta de isolamento.
Nem sempre companhia resolveria problemas. Principalmente os sentimentais. Uma
pequena dose de solidão ajuda. Ajuda a saber até que ponto temos noção do
perigo que é amar. O outro. Antes de nós mesmos.
Viver
a dois é como um acorde musical. Não é apenas escolher notas aleatórias e
emitir o som. É preciso conhecer as notas e se elas se combinam. Se elas geram
uma harmonia, por mais dissonante que seja. Assim são as pessoas. Mesmo com
dissonâncias, formam acordes verdadeiros. E novos acordes surgem. E deles, uma
música que é registrada numa pauta e perpetuada por séculos. Assim somos, notas
musicais e humanos. Mas nem sempre é sempre assim.
Há
pausas. Grandes silêncios. Acidentes. Bemóis e sustenidos. Mas mesmo assim faz
parte da música. Nem só de sons é feita uma melodia. A alternância entre isso e
aquilo, a consciência do que é som e ruído, faz-nos mais sábios e mais felizes
na execução de nossas composições. Um maestro, inclusive, conhece mais de um
instrumento musical. Mas existe um, único, especial, exclusivo, que ele não
apenas toca. Mas sente. Ama. Vive por ele.
Assim
sou. Eu. Com você. Sem você, sou apenas eu. Uma nota solitária, em busca de
inspiração para uma melodia. Mas ainda assim, sou importante. Não é uma questão
de ser ou não ser. Forte, orgulhoso, fraco, humilde, louco, homem, são,
menino... Tudo isso eu sou. E muito mais. Com ou sem você, sou. E é esse “ser” (verbo-humano)
que você gostou de conhecer.
Então,
por favor, reveja seus conceitos, partituras e arranjos desconexos sentimentais
e volta para mim. Nossa música está incompleta. Mas ainda toca. As pessoas nem
sabem disso. Mas eu sei. Você sabe. E sabemos que podemos compor tudo, muito
melhor, juntos. Bem melhor. Nossa parceria funciona. Nossas canções acalentam
almas e corações. Dos outros. Menos os nossos. Está na hora de parar de usar
apenas - a fria - técnica e improvisar.
Isso
é... amar. E eu amo. Criar. Inspiração, cadê você?
(Guilherme
Ramos, 05/09/2013, 18h15.)
Imagem: Google.
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