Você é uma criança. Sua “única”
responsabilidade é ser feliz. E deveria ser, também, quando se tornasse adulto.
Digo “deveria” porque, por algum motivo que não vou revelar (“cada qual com seu
cada qual”, já dizia minha avó), mudamos o rumo de nossas vidas.
Com poucos anos de vida, você
começa a estudar. Sua “responsabilidade”, agora, é o dever de casa. E é cobrado
por isso. Claro que você precisa fazer tais deveres, do contrário não evolui no
ensino, pois a prática leva à “semiperfeição”. Nem vem. Ninguém é perfeito! Nem
@s (dit@s) perfeit@s idiotas.
Você cresce. Como criança e como
ser pensante. E os deveres também. Vai do jardim de infância à metrópole
acadêmica. E, sem perceber, cobra-se para concluir suas obrigações como se
fosse morrer caso falhe. E o pior: é você quem se autoimpõe. Pode até ter uma “forcinha”
dos pais, dos professores, dos amigos, da sociedade, da mídia... Mas é você –
somente você – quem permite que isso aconteça.
E arruma um emprego. Ou se torna
autônomo. Quase se torna um “autômato” do trabalho. Novamente, sem que lhe
digam nada, você cobra a perfeição e a total ausência de falhas. Foi seu/sua
chefe que “mandou”? Não. Foi você quem lamentou não ter conseguido. Porque se
houvesse um limite no que você consegue fazer (e isso, só você sabe qual), tudo
seria diferente.
Aí você paquera, namora, noiva,
casa, separa, casa de novo, separa, fica, namora, não fica (porque não está a
fim), fica (mas fica por pouco tempo), apaixona-se, não é correspondido, chora
(ou não chora), fica com raiva, fica com medo de ficar sozinho, passa um tempo
só, apaixona-se mais uma vez, ri do caso passado, novamente não é correspondido,
alguém se apaixona por você, você não corresponde, fica sozinho, estuda, faz concurso,
fica, fica, não fica, não fica, não fica mais quieto e pensa que “pirou na
batatinha”. Acha que não consegue amar e passa a maldizer o amor... (E, no
momento da pausa para respirar, tomar um café, um chá, um suco, uma coisa
qualquer), você olha para trás, olha para frente e vê que se esqueceu de viver.
O presente. Somente. Um dia por vez.
E nesse vácuo, procura recuperar
o tempo perdido. Quer sair com @s amig@s, mas eles/elas tem o que fazer. Assim
como você também tinha. Afinal, cada um tem seus objetivos na vida. E você?
Parou para pensar nos seus? Onde ficou a tal “felicidade” que era “sua”
responsabilidade inicial?
Está num sonho, talvez esquecido,
que você deixou de sonhar, porque não tinha tempo, devido à idade, ao estudo,
ao trabalho, ao relacionamento, à separação, à depressão, à preguiça, às
desculpas “pomposas” e sem-vergonhas que usamos contra nós mesmo. E nem sabemos
porque. Por quê? Podemos responder?
Nessa dúvida, nessa insegurança,
nesse medo, vem a raiva de não saber “para que se veio ao mundo” ou “porque diabos
tanta coisa errada acontece com você”. Mas será que tudo o que houve foi, de
fato, errado? Analise:
- Se faltou alguém na sua vida
para amar, é porque você precisava estar – somente – com você.
- Se o trabalho não vai bem, é
porque você precisa arrumar um outro emprego.
- Se a faculdade está péssima, que
tal mudar de curso?
- Se as finanças não vão bem,
porque não reduzir os custos?
Se... Se... Se... Se... Se... Se...
Se... Se... Se...
... Se você não está feliz como
adulto, por que não volta a ser criança? Talvez, naquela inocência, livre do
que é bom ou ruim para a sociedade a qual esteja inserido, mas ainda não
percebe, esteja uma resposta para suas dúvidas.
Mas, sinceramente, é preciso
mesmo tudo isso? Não é óbvio? Não é simples? Você quer, apenas, ser feliz. E
isso, só se consegue de duas maneiras:
- Fazendo o que se gosta.
- Gostando do que se faz.
Está esperando o quê? Ou será
responsabilidade demais?
(Guilherme Ramos, 22/09/2012,
11h37.)
Imagem/Google: Atlas, segurando o mundo nas costas. Quer responsabilidade maior do que esta? Pois é exatamente isso o que você está fazendo, nesse momento. E nem percebe...
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