Pois é. E vieram as negras
nuvens. Aquele tempo tempestivo, cheio de esquisitices e mesmices climáticas
capazes de derrubar o mais incauto e o mais prevenido. Fazer o quê, se a chuva
não quer cair, mas o mormaço humano desumaniza qualquer um? Humanamente impossível
relatar o sentimento de tempo. Perdido. Reconhecido. Descartado. Morto. Com o
tempo. Com o tempo, aprendemos. Aprendemos que por mais que saibamos algo,
meteorologicamente frustrados, somos induzidos ao erro. Percentual. Admissível.
Desprezível. Colateral. E no fim – que é um novo (re)começo – só olhamos para nuvens.
Esfumaçadas. Dissimuladas. E no chumbo de suas formas, vemos o medo. O que
fazemos com ele? Esperamos cair, como a tão mal falada chuva. A tempestade de idéias
que nos (es)corre (n)a mente. E mente. Por que, então, acreditar em tudo que
vemos? Se as próprias nuvens desmancham-se, quase que negando sua convicção, sua
opinião prematura e infantil? Onde há fumaça, há fogo? (!) Onde há nuvem, há
chuva! (?) Quem pode afirmar tal contento? No contexto, o tempo. Pois só o
clima entre nós pode fazer a diferença. A sentença. A pena. De morte. Para o
crime... de amar o outro antes de nós mesmos. Nós. Primeiro. Mas sempre serão “nós”.
Cegos? Em pregos. Presos ao desapego. Ao desejo de ser alguém ao lado de
outrem. Ontem não foi assim. Hoje foi assado. No fim, dois. Assanhados. De
cabelo e de postura. Tortura. É ficar numa chuva torrencial, quando um sol ideal
brilha na cama (dura). De outrem. Ontem
foi assim, hoje, nem tanto assim. Veio um não, depois do sim. E foi-se. Coice. Fim.
(Guilherme Ramos, 19/09/2012,
01h40. Não, não estou louco. Não, não estou falando coisas sem sentido. Estou
apenas escrevendo. E vendo. Como a natureza – a humana – é instável, sujeita a
chuvas e trovoadas... Mas também, propensa a secas de sentimento. Texto
difícil? Texto fácil? Vai depender da fertilidade de suas terras de
consciência. Eu, particularmente, estou encharcado. Não de idéias, mas de
dúvidas, de frustrações e de palavras. Soltas, juntas, conflitantes, escritas.
Registradas, aqui, para não se perderem como gotas de chuva num solo arenoso,
onde mais cedo ou mais tarde, virá o sol para solver-lhe aos poucos, até desaparecerem.
E serem... esquecidas. Como na vida. Então, para que se preocupar?)
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