Onde vivem os poetas? São eles vampiros, sedentos de tinta naquim? Vivem eles na escuridão das idéias pré-formadas ou deformadas pela inquietação?
Estariam eles (nós) entre nós (eles)? Seria o “sol” que os mata, a “lua” que nos encanta? Ou decantam os álcoois de desencanto? Ondem se escutam lamentos propositais (e nada mais...) do mais puro abascanto?
Sinto, em meu sangue, puro absinto. E, por pior que seja para mim, será o melhor que lembro de ti. Para que (só) isso na poesia? Para deixa-la vazia?
Impossível não ser contraditório na imensidão de dúvidas que precede a existência da poesia propriamente dita, desmentida pelo desafeto, escondida por Platão, solicitada por Vênus e exigida por Eros. A mais bela expressão do “dizer” está apreendida e repreendida no olhar malicioso e inocente, que registra no ar, a possibilidade do “sim” preencher a vazia cama de papéis dobrados e encardidos.
Ah! E por que (só) sentir? Por que não “viver” a poesia? Viver na poesia? Viver poesia... Ser Criador e Criatura (ao mesmo tempo) e promover a elegia? Sem saber, ao menos, se versos ou prosas poderão explicar o que sinto. Ou sentimos. Falta tino. É repentino, mas... é o que é. Nada mais.
E só para quebrar o acróstico, a poesia é um livro com cheiro de maresia, torcendo para ser aberto, plagiado, modificado; a poesia, enfim, será reciclada e esquecida.
FELIZ DIA DA POESIA!
(Guilherme Ramos e Julien Costa, 14/03/2008, 00h46)
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