terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Rumo ao Pôr do Sol



Não houve um só dia que eu não tenha pensado (nela).
Corri a madrugada fria; olhei pela janela...
E vi uma rua tão parada, mas tão parada,
Que as únicas coisas que passavam
Eram as horas e as nuvens.
O que nos faz temer a nós mesmos,
Senão os segredos que guardamos no peito?
Alguns, tão profundos e enigmáticos,
Que nem mesmo nós acreditamos que temos.
Esconder um segredo de si próprio, é quase um crime.
E, por isso, rumo ao pôr do sol, parti.
A poesia perdeu o sentido.
A música, sem melodia, já não encantava.
Olhava para o céu, que me estranhava a postura.
Reclamava, ao léu, coisas e coisas.
Querer entender, seria desgastante.
Fazer-me entender, pura perda de tempo.
Não se quer saber da vida do outro.
(Sequer tomamos conta da nossa!)
E o que vi, comumente me assustaria.
Não assustou. Surpresa pra mim.
Após a aurora da vida, muita coisa aconteceu.
E no calendário, “hoje”...
Hoje, talvez, seja o momento mais assustador que alguém teria.

(Guilherme Ramos, 08/01/2007, 00h53. Concluído em 06/02/2007, 21h58)

1 comentários:

Raelma Mousinho disse...

Que bonito!

O tempo é um dos meus temas favoritos.. ele faz tanto por nós...

observar o amor no tempo e o que se transformou pode ser uma ótima surpresa ou uma experiência melancólica..

mas sempre é o mesmo que observar nosso crescimento...

bjo!!
Rah

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