Não
pratico o Bem para aparecer ou ser uma pessoa melhor. Faço as coisas longe dos
olhos da vaidade porque a partir do momento que seja uma obrigação ser alguém
bondoso, educado, heróico ou qualquer coisa do gênero, não serei mais eu quem o
faz, mas apenas mais um produto do meio em que vivo. E, sejamos francos, não
tem sido uma convivência pacífica.
Diante
de tantos heróis de TV, de periódicos, os verdadeiros heróis, anônimos, são
invisíveis. Apenas faço a minha parte (mesmo com todos os meus defeitos,
claro!). Ao escrever isso, por desabafo, não pretendo fazer parte dos
conhecidos, mas alertar aos invisíveis, como eu, que estamos juntos, fazendo o
Bem acima de tudo, porque haverá sempre alguém que merece. Talvez esse alguém
ainda não tenha nem nascido, mas poderá vir a um mundo um pouco mudado,
preparado pelas nossas esperanças. E "esperança" não é uma espera sem
sentido. É uma "pausa nos sentidos”, para que possamos agir na hora certa.
Agi.
De coração tranquilo. E, mais uma vez, invisível, não fui notado. Quer saber?
Eu quase me angustiei. Quase fiz o contrário do que preguei. Mas, parei.
Pensei. E aqui estou. Disposto a fazer tudo de novo. Agradecido por não ter me
corrompido pela ilusão da vaidade. Do gritar para os quatro cantos, quase me
justificando pelo que foi feito, numa publicidade desnecessária. E me perder,
mais uma vez, nas luzes de algo distorcido, mas rotulado de fama. Não apenas
trevas cegam os incautos. Assim também fazem as luzes, se mal utilizadas. Que o
digam motoristas, em noites de chuva forte, enfrentando os desafiantes (e
irresponsáveis) faróis altos dos outros autos...
Será
que só podemos fazer algo de bom para quem vale a pena? E o que é valer a pena?
É não ter defeitos? Não ter vícios? Só fazer o Bem? E as pessoas que não sabem
que podem valer a pena? Será que estão no mundo apenas para atrapalhar? Fazer o
Mal? Lutarem contra “nossas” verdades? Reflitamos. É para isso que serve o
período natalino e não apenas para gastarmos bônus de férias e décimos
terceiros salários. É muito mais do que consumismo. É muito mais do que já
fizemos até esse momento.
Temos
a chance de mudar. De sermos nós mesmos, sem ferir o outro. De sermos contra
algo, mas saber explicar tal opinião. De convencer o outro sem ameaças, nem intimidação.
De querer a mesma coisa, mas de forma diferente, no final das contas. Porque
todo mundo só quer ser feliz. E felicidade é ficar bem, mesmo que a felicidade seja
do outro. Precisamos ter paciência para que esse sentimento chegue logo, com
esforço e dedicação. Porque até a chuva precisa de outros estímulos para cair.
Ela simplesmente não cai do céu porque a terra merece. Se assim fosse, não
haveria tanta seca em nosso país. Se fosse assim, ninguém valorizaria o que
faz. E ninguém seria exemplo para ninguém. Ninguém se importaria com ninguém.
Reflita.
Se isso for difícil para você, pelo menos comece preocupando-se por si mesmo. E
o faça bem. Bem feito. Quem sabe, assim, as coisas melhorem, de forma
invisível, tão mágico quanto um nascer do sol ou um crepúsculo (porque nem
todos presenciam esse espetáculo). Veja a natureza, bem mais insistente que
todos nós juntos. E somos bilhões. Seis bilhões de motivos para ela desistir.
Mas ela não o faz e continua. Como cada um de nós também pode fazer. Apesar das
adversidades; apesar das agressões contra ela; até pela ausência de ações a seu
favor. Se o objetivo é melhorar, vamos nos empenhar. Porque se você quer, você
consegue. De uma forma ou de outra. Mas é preciso acreditar. Ninguém nunca vai
fazer isso por você. Cada um terá sempre algo (melhor) para fazer. Por si.
E
assim, segue a vida, gira o mundo, dia a dia, sem parar.
E
assim, sigo eu, passo a passo, lentamente, para não me cansar.
Insisto,
por isso, existo!
Feliz
2013.
(Guilherme
Ramos, 11/12/2012, 13h22.)
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Imagem: Google.
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