quarta-feira, 30 de maio de 2018
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Menção Honrosa no "II Concurso de Contos Heliônia Ceres" (2017)
Ainda sumido, continuo participando de concursos e editais aqui e ali. O resultado volta a aparecer: um conto meu, "F22.9", recebeu Menção Honrosa no "II Concurso de Contos Heliônia Ceres" (2017), promovido pela Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas.
Agradecimentos à minha amada Fátima Costa, por me incentivar (e incentivar e incentivar) a escrever, até quando eu acho que não sei fazer isso. Essa premiação também é sua, amor!
Até qualquer dia! (Ou noite. Quem sabe?)
Abração!
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
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3º Lugar no "I Concurso de Crônicas Ivone dos Santos"
Sim, de novo. Agora, foi uma crônica minha, "Intragável", que ficou em 3º lugar no "I Concurso de Crônicas Ivone dos Santos", promovido pela Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas. Agora, posso dizer que comecei a "ganhar dinheiro" com literatura. E que venha 2017!
Agradecimentos a Juliana Alves e Maria de Fátima, por terem, respectivamente, me informado e me incentivado a participar do concurso. Esse prêmio também é de vocês, queridas!
Em breve postarei a crônica por aqui.
Abraços!
Agradecimentos a Juliana Alves e Maria de Fátima, por terem, respectivamente, me informado e me incentivado a participar do concurso. Esse prêmio também é de vocês, queridas!
Em breve postarei a crônica por aqui.
Abraços!
2016, apesar dos pesares, foi um ano bom. Para mim. Foram tantas decisões, revisões, resoluções, provações...um sem-número de ações (e reações), que nem posso mensurar. Nem registrar. Foi (mais) um ano de silêncio por aqui. Mas o motivo continua sendo o mesmo: ineditismo literário. Estou guardando minhas criações para editais e concursos locais e nacionais. Sei que parece injusto com vocês, leitores e leitoras do Prosopoética, mas tem dado resultado: mais um livro (infantil) meu foi premiado no edital da Coleção Coco de Roda, uma realização da Imprensa Oficial de Alagoas e vai virar livro em 2017. Ele se chama "Estrela Raivosa".
Novamente feliz. Simples assim.
Obrigado, Maria de Fátima, pelo APOIO INCONDICIONAL dedicado às minhas criações este ano. Você faz parte dessa história.
Até o lançamento, gente!
E viva a literatura!
2015 continua um ano super-fértil! Outro livro meu (Minha Fúria e Outros Demônios) foi premiado pelo edital da Imprensa Oficial Graciliano Ramos!
Obrigado a tod@s que acreditam em mim, em especial, neste livro: Sara Albuquerque, Juliana Alves, Islane França, Carleane Correia e Nilton Resende (leitores, críticos e revisores - não necessariamente nessa ordem).
Meus agradecimentos, também, a Déborah Moraes, Arriete Vilela, Carol Teles, entre outr@s, que me incentivam a continuar sonhando... Literalmente.
O prêmio é de vocês!
2015, definitivamente, tem sido muito bom para mim. Dia 09 de setembro recebi a maravilhosa notícia de que um conto meu (Mateu Errante, Mateu Brincante) foi premiado no edital da Coleção Coco de Roda, uma realização da Imprensa Oficial de Alagoas e vai virar livro até o final do ano! Aguardando, agora, para saber quem será o/a ilustrador/ilustradora dessa aventura folclórica!
Feliz. Simples assim.
Obrigado, Sara Albuquerque, obrigado, Islane França pela FORÇA que me deram durante esse processo (inédito) para mim. Foi muita emoção escrever, inscrever e receber o resultado com tanto carinho e emoções envolvidas.
Até o lançamento, gente! Postarei tudo aqui, não se preocupem.
E viva a literatura!
De todo o seu desamor serei desatento
Agora, sem um apelo, e nunca, enquanto
Que mesmo o impasse de um entretanto
Sele e desencante nosso estranhamento
Quero esquecê-lo em cada não-momento
E em seu calor vou me recolher num canto
E chorar meu choro, e rezar para meu santo
Porque pensar no pesar, é puro sofrimento
E, por mim, quando um dia eu me cure
Depois da morte, tristeza para quem já tive
Ou, talvez, a solitude, que ninguém reclama
Eu possa me arrepender do que não fiz (e revide):
Pois sou humano, repleto de humor e drama
Paciência tem limite: você, sozinha, que se torture.
[Guilherme Ramos, 09/07/2015, 9h40. Perdoe-me, Vinicius (pela paródia*, paráfrase e ousadia), mas poesia também é fundamental...]
Coincidentemente (ou não), acordei com vontade de fazer uma paródia. Essa paródia. Daí, minha amiga Rita Coruripe me lembrou: hoje (09/07/2015), faz 35 anos de falecimento do poetinha. Que coisa, hein? Emoticon grin Viva Vinicius!
Imagem: Google.
Eu quero me apaixonar. Sério. Mas não quero me apaixonar cegamente.
Porque quero ver você chegar todos os dias em nossa casa. Com um sorriso
mais lindo que o nascer do sol. Com um calor (humano) sem igual. Você é única no
nosso sistema. Que ele seja solar. Seja interestelar.
Eu quero me apaixonar. Sério. Mas não quero me apaixonar loucamente.
Porque quero ter a razão todas as vezes que acharem que não damos certo.
E, com argumentos e ações, provar para todos que nascemos um para o outro.
Aliás, nada devíamos provar. Danem-se os outros. Precisamos continuar. Juntos.
Por nós mesmos. Pelo que proporcionamos um ao outro.
Eu quero me apaixonar. Sério. Mas não quero me apaixonar como um adolescente.
Porque, apesar da paixão adolescente ser forte, as chances dela acabar
não me interessam. Não vou me enganar e querer algo infinito. Mas desejo algo
tão longo que até a morte vai cuidar de outros assuntos antes de levá-la. Essa
paixão atravessará dias e noites, antes de alvorecer em outro mundo.
Eu quero me apaixonar. Sério. Mas não quero me apaixonar perdidamente.
Porque se for para me perder, quero perder a conta do quanto eu te amo e
te desejo a cada dia que passamos juntos. Não era isso o que queríamos? E já
que conseguimos, não podemos ter medo. Aliás, tenhamos medo. E usemos o medo
como um escudo (para proteção) e não uma muralha intransponível (para
contenção). Ele deve ser nosso aliado. As pessoas é que devem ter medo. De nos
separar.
Eu quero me apaixonar. Sério. Mas não quero me apaixonar adultamente.
Porque gente grande – também conhecida como adulta – cresceu. Às vezes
demais, esquecendo o amor das crianças. Incondicional, infinito e imediato. Não
quero ser mais um chato. Que não ama. Ou quando ama, ama com ressalvas. Quero
ser meu amor. Próprio. Quero ser seu amor. O próprio. Nunca utópico. Porque não
quero utopia. Quero a sua companhia.
Eu quero me apaixonar. Sério. Mas não quero me apaixonar platonicamente.
Porque Platão disse que a perfeição estava no mundo das ideias. E que
somos apenas cópias do que seria ideal. Ora! Ideal é o que sentimos agora
mesmo. Um pelo outro. E que se dane Platão! Nada conta ele, porque teve muitas
ideias boas para a humanidade. Mas nosso mundo somos apenas nós dois. Podemos
viver muito bem sem ele. Temos, a nosso favor, Shakespeare, Vinicius, Drummond…
(Depois de um choque
de realidade, o texto muda, assim como mudam as estações do ano, a vida,
provando que nem tudo é exatamente como queremos que seja…)
Eu quero me apaixonar. Sério. Mas não quero me apaixonar novamente.
(Depois de você, quem são essas outras pessoas?)
Porque o que sinto (por você) ainda é forte. Não quer sair. Não, sem dor.
E dor, quando há (ainda) amor, a gente não (apenas) sente. A gente geme, chora
e ressente. Como se fosse amputado consciente. Sem anestesia. E pode
transformar essa dor em coisa ruim, depois. E isso não quero para você. Para nós
dois. Para mim.
(Guilherme Ramos, 31.05.2015, 22h25.)
Por uma mulher que gosta de ler.
Por uma mulher que é tão linda que não precisa tirar selfies a cada instante.
Por uma mulher que curte filmes, séries, coisas comuns de entretenimento. Mas pode discutir um poema de Leminski ou um filme de Scorsese. Mesmo que nenhum de nós dois entenda disso.
Por uma mulher que é tão divertida que até sua TPM é apenas uma reforma na rotina.
Por uma mulher que é tão inteligente que não se importa com respostas. Apenas com perguntas.
Por uma mulher que é tão compreensiva que descarta qualquer defeito meu (ela também tem os dela).
Por uma mulher que é tão solidária, que divide sua solidão comigo. E eu com a dela.
Por uma mulher que aproveite a vida como se fosse seu último dia. Porque nossos dias são únicos.
Por uma mulher que é tão infantil (tanto quanto eu) se quiser.
Por uma mulher que é poeta, porque sabe fazer da sua vida (e da minha) uma eterna poesia.
Por uma mulher que é ela. Apenas ela. Sem querer ser mais ninguém. Nem antes, nem depois. Só na cama. Ah! Na cama a gente pode tudo. E mais um pouco.
Por uma mulher que acredita num mundo melhor. E não estou nele. Ela é seu próprio mundo ideal. Eu cheguei para somar.
Por uma mulher que é tão mulher, que não se preocupa em se provar. Ela é a prova viva disso. E pronto. Para que mais?
Estou apaixonado.
Por ela.
Ela também.
Por mim.
Só precisamos saber.
(Guilherme Ramos, 14/03/2015, 13h.)
Imagem: Google.
Publicação by obvious.
Oi, gente!
A boa notícia é: agora, eu faço parte da equipe de colaboradores da revista eletrônica Obvious!
Estou muito feliz, porque comecei 2015 com FORÇA TOTAL! Rssss...
Alguns textos serão escritos exclusivamente para lá, por isso, favoritem a Obvious e acompanhem minhas criações!
Conto com vocês! E com seus comentários, curtidas e compartilhamentos!
Abração,
Guilherme.
Ser artista é respirar o amor,
É falar sem palavras, gritar.
É pintar, é criar, é compor,
É ser altruísta, puro e pleno.
Eu já não sei como explicar.
É não conseguir ser pequeno,
É saber antes que alguém pense,
É pensar antes que alguém saiba.
É saber antes de alguém nonsense,
É caber onde ninguém mais caiba.
Ser artista é ser o que se é,
Seja lá o que diabos você for.
Ser artista é querer “dar no pé”,
Quando a vida fica meio sem cor.
Ser artista é se perder de vista,
É fazer poesia na Avenida Paulista,
É compor uma música em Maceió.
Ser artista é ter o mundo inteiro,
Mas escolher a agulha no palheiro,
Porque o seu coração é um só.
(Guilherme Ramos, 12/12/2014, 10h45.)
Imagem: Google.
É ser altruísta, puro e pleno.
Eu já não sei como explicar.
É não conseguir ser pequeno,
É saber antes que alguém pense,
É pensar antes que alguém saiba.
É saber antes de alguém nonsense,
É caber onde ninguém mais caiba.
Ser artista é ser o que se é,
Seja lá o que diabos você for.
Ser artista é querer “dar no pé”,
Quando a vida fica meio sem cor.
Ser artista é se perder de vista,
É fazer poesia na Avenida Paulista,
É compor uma música em Maceió.
Ser artista é ter o mundo inteiro,
Mas escolher a agulha no palheiro,
Porque o seu coração é um só.
(Guilherme Ramos, 12/12/2014, 10h45.)
Imagem: Google.
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
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Arriete Vilela entrevista Guilherme Ramos (especial para a Gazeta de Alagoas)
É. Eu sei. O blog ficou meio paradinho de um mês para cá, né? Eu explico: estou numa produção intensa (prosa e poesia) desde o início do ano. Porém, preciso deixá-la inédita para poder concorrer a editais literários Brasil a fora.
É meio injusto com vocês, assíduos leitores e leitoras, mas tentem compreender minha situação: não estava encontrando espaço em editais e concursos literários pela falta de ineditismo. Tudo o que eu criava estava aqui. Postado. E condenado a permanecer apenas aqui.
Decidi me permitir um pouco mais, para divulgar meu trabalho (e o blog também, claro), afinal são 8 anos de poesia, prosa, música... Acho que preciso atingir outras mídias.
Falando nisso, houve uma recente entrevista que dei para Arriete Vilela, especialmente para o Caderno B da Gazeta de Alagoas (sábado, 13/09/2014). Vocês podem acessá-la completamente clicando na figura abaixo (mas, se descerem um pouquinho, tem um "drops" dela...):
“A tragédia e a sátira são irmãs e estão sempre de acordo; consideradas ao mesmo tempo recebem o nome de verdade”. Concorda com Dostoievski?
Nietzsche afirmava que “(...) se a verdade não agradar ao homem, ele a troca por uma ilusão da verdade. (...)”. Ou seja: a verdade nada mais é que uma mentira convincente – e conveniente. Dia após dia, selecionamos o que é melhor para nós. E é na catarse da tragédia que nos livramos do que nos incomoda – mesmo sem saber disso. Com a sátira, é a mesma coisa: uma paródia aqui, outra ali, e lá se vão outras tantas frustrações. Aliviados, revigorados, seguimos. Com a nossa vida. Precisamos passar por tragédias, para que encontremos a “redenção” de que necessitamos. Ironicamente ou não, é na sátira que rimos de nós mesmos (e/ou dos outros) para expor as metástases da verdade que ninguém quer para si. Parafraseando o “filho do Homem”, somos caminhos, verdades e vidas...
“Com a comédia eu consigo procurar pelo profundo”. (Dario Fo)
Quantas vezes, sob o brilho de um sorriso fantasioso, escondemos sombras de uma realidade amarga e indigesta? O riso nada tem a ver com a falta de seriedade de quaisquer assuntos. Ao contrário. Quando não é o “riso pelo riso” (e tenho certeza que Fo não se referiu a isso), a carga de crítica que o acompanha daria para explodir um país – insensível – inteiro. Plauto, Shakespeare, Molière, Gercino Souza, Wolney Leite, Ariano Suassuna, entre tantos outros, fizeram rir como ninguém. Mas, se observarmos as nuances de suas histórias, as ironias disparadas, as dualidades injetadas, ah!, temos um prato cheio de reflexões, não é mesmo? Parodiando Che Guevara, em sua célebre frase “há de se endurecer, mas perder a ternura, jamais”, vou tentar exemplificar como seria um “riso sério”: rir, para se divertir. Mas perder a noção, jamais!
Como Charles Chaplin, você crê “no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror”?
Sim, sim, sim. Chaplin foi um visionário em seu tempo. Tudo o que ele queria fazer era seus filmes. Mostrar tudo o que sabia. E sabia muito: escrevia, dirigia, produzia, dançava, atuava, compunha músicas; enfim, um gênio completo que se recusou – inicialmente – a usar som em suas produções. Isso porque não objetivava olhos e ouvidos apenas. Ele desejava o coração do público. As pessoas já se falavam e se ouviam demais. Ele queria que o público “sentisse” o filme; a história. E sentir – em sua época e ainda mais nos dias de hoje – é um ato heróico. Sentimentos podem iniciar grandes romances ou conflitos inimagináveis. Sentimentos fazem o homem amar ou odiar seu semelhante. Quando nos permitimos o riso e a lágrima lembramos, nem que seja por um mísero instante, que somos humanos. Nascemos chorando. Choram por nós quando morremos. No intervalo entre vida e morte, choramos de alegria e de tristeza. Lágrimas são recorrentes em nossas vidas como um dia após uma noite. São inevitáveis. São necessárias. Mesmo quando não as desejamos. Mas quem controla isso? Às vezes, choramos até de tanto rir! Porque, no fundo, no fundo, todo mundo quer ser feliz. E pessoas felizes não querem guerras. Pessoas felizes não têm tempo para sentir ódio. Não há mais medo quando rimos. O riso anestesia a dor e ameniza o sofrimento. Não há mais terror quando rimos. Cabe a cada um de nós utilizar essas ferramentas pessoais para o próprio bem-estar. E já dizia Millôr Fernandes: “Entre o riso e a lágrima há apenas o nariz.”. Então, faça o que quiser, mas faça de tudo para ser feliz!
“Basta ler meia página do livro de certos escritores para perceber que eles estão despontando para o anonimato”? (Stanislaw Ponte Preta)
Tenho dois pontos de vista. Um autor torna-se anônimo/fracassado por dois motivos: 1) O escritor não segue a tendência do mercado literário (ou não se submete ao que uma editora dita/condiciona para publicá-lo e/ou se recusa a mudar seu estilo de escrita porque “esse tipo de literatura não vende”); 2) O escritor escreve mal. É, acontece. Tirando os elementos “sorte” (de cair nas graças de uma grande editora) e “talento” (isso não se discute), um autor pode se matar de escrever e nunca será lido – a não ser por seus amigos e familiares mais próximos. Aliás, se ele morrer, há grandes chances de alguém se interessar mais por seus escritos, do que quando ele estava vivo. Assim é a vida. Difícil. Digna de virar livro. Mas nem sempre é assim. E fim.
“O mais valioso de todos os talentos é aquele de nunca usar duas palavras quando uma basta?” (Thomas Jefferson)
Em literatura, há uma regra de ouro: “menos é mais”. Quanto menos se escrever e mais se disser, melhor. Na vida, não podia ser diferente. Quando muito se fala, maiores serão as chances de se cometer erros. Mas alguns erros são ensaios para o sucesso. A sabedoria está em aprender com eles, erros silenciosos e/ou barulhentos. Aprender com as histórias que vivenciamos. Escrever histórias que precisam ser lidas. Mas devemos escrever um livro que gostaríamos de ler. E poupar o leitor de mediocridades. Pitágoras, filósofo grego, já aconselhava: “Não diga pouco em muitas palavras, mas muito em poucas”. Melhor parar por aqui…
É meio injusto com vocês, assíduos leitores e leitoras, mas tentem compreender minha situação: não estava encontrando espaço em editais e concursos literários pela falta de ineditismo. Tudo o que eu criava estava aqui. Postado. E condenado a permanecer apenas aqui.
Decidi me permitir um pouco mais, para divulgar meu trabalho (e o blog também, claro), afinal são 8 anos de poesia, prosa, música... Acho que preciso atingir outras mídias.
Falando nisso, houve uma recente entrevista que dei para Arriete Vilela, especialmente para o Caderno B da Gazeta de Alagoas (sábado, 13/09/2014). Vocês podem acessá-la completamente clicando na figura abaixo (mas, se descerem um pouquinho, tem um "drops" dela...):
Boa leitura!!!!
Um abraço,
Guilherme.
Por: ARRIETE VILELA - ESPECIAL PARA A GAZETA
Guilherme de Miranda Ramos, artista intermídia, ator, diretor teatral, escritor/poeta/dramaturgo, compositor e músico prático. Mantém o blog “Prosopoética de um Insone Sonhador” (www.prosopoetica.blogspot.com), que participou em 2010 do 2º Prêmio Blogbooks, categoria Arte e Cultura (parceria editora Singular Digital, Universo do Autor e editora Ediouro) e ficou entre os 25 mais votados no país.
Seu conteúdo, despretensioso, mescla poemas, músicas, contos, reflexões e tudo mais de inspirador que vier na cabeça. Em 2005, foi um dos selecionados para compor a antologia poética “Diversos”, livro publicado em outubro pela Andross Editora (SP). Mas também é Especialista em Gestão de Organizações Sociais (UFS), Arquiteto e Urbanista (Ufal), além de ter concluído os cursos Atualização em História da Arte (UFPE) e Gestão de Políticas Culturais (Ufal).
Mesmo com o blog, Guilherme Ramos ainda tem muitos textos inéditos (possui um livro de crônicas e outro de ficção brasileira esperando para serem lançados). Transitando entre prosa e poesia, seu dia a dia é frenético. Atualmente escreve um livro de poesias diárias, além de ficções brasileiras, textos teatrais e crônicas avulsas. Há, ainda, projetos/esboços de romances esperando ganhar vida. Mas tudo a seu tempo.
“A tragédia e a sátira são irmãs e estão sempre de acordo; consideradas ao mesmo tempo recebem o nome de verdade”. Concorda com Dostoievski?
Nietzsche afirmava que “(...) se a verdade não agradar ao homem, ele a troca por uma ilusão da verdade. (...)”. Ou seja: a verdade nada mais é que uma mentira convincente – e conveniente. Dia após dia, selecionamos o que é melhor para nós. E é na catarse da tragédia que nos livramos do que nos incomoda – mesmo sem saber disso. Com a sátira, é a mesma coisa: uma paródia aqui, outra ali, e lá se vão outras tantas frustrações. Aliviados, revigorados, seguimos. Com a nossa vida. Precisamos passar por tragédias, para que encontremos a “redenção” de que necessitamos. Ironicamente ou não, é na sátira que rimos de nós mesmos (e/ou dos outros) para expor as metástases da verdade que ninguém quer para si. Parafraseando o “filho do Homem”, somos caminhos, verdades e vidas...
“Com a comédia eu consigo procurar pelo profundo”. (Dario Fo)
Quantas vezes, sob o brilho de um sorriso fantasioso, escondemos sombras de uma realidade amarga e indigesta? O riso nada tem a ver com a falta de seriedade de quaisquer assuntos. Ao contrário. Quando não é o “riso pelo riso” (e tenho certeza que Fo não se referiu a isso), a carga de crítica que o acompanha daria para explodir um país – insensível – inteiro. Plauto, Shakespeare, Molière, Gercino Souza, Wolney Leite, Ariano Suassuna, entre tantos outros, fizeram rir como ninguém. Mas, se observarmos as nuances de suas histórias, as ironias disparadas, as dualidades injetadas, ah!, temos um prato cheio de reflexões, não é mesmo? Parodiando Che Guevara, em sua célebre frase “há de se endurecer, mas perder a ternura, jamais”, vou tentar exemplificar como seria um “riso sério”: rir, para se divertir. Mas perder a noção, jamais!
Como Charles Chaplin, você crê “no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror”?
Sim, sim, sim. Chaplin foi um visionário em seu tempo. Tudo o que ele queria fazer era seus filmes. Mostrar tudo o que sabia. E sabia muito: escrevia, dirigia, produzia, dançava, atuava, compunha músicas; enfim, um gênio completo que se recusou – inicialmente – a usar som em suas produções. Isso porque não objetivava olhos e ouvidos apenas. Ele desejava o coração do público. As pessoas já se falavam e se ouviam demais. Ele queria que o público “sentisse” o filme; a história. E sentir – em sua época e ainda mais nos dias de hoje – é um ato heróico. Sentimentos podem iniciar grandes romances ou conflitos inimagináveis. Sentimentos fazem o homem amar ou odiar seu semelhante. Quando nos permitimos o riso e a lágrima lembramos, nem que seja por um mísero instante, que somos humanos. Nascemos chorando. Choram por nós quando morremos. No intervalo entre vida e morte, choramos de alegria e de tristeza. Lágrimas são recorrentes em nossas vidas como um dia após uma noite. São inevitáveis. São necessárias. Mesmo quando não as desejamos. Mas quem controla isso? Às vezes, choramos até de tanto rir! Porque, no fundo, no fundo, todo mundo quer ser feliz. E pessoas felizes não querem guerras. Pessoas felizes não têm tempo para sentir ódio. Não há mais medo quando rimos. O riso anestesia a dor e ameniza o sofrimento. Não há mais terror quando rimos. Cabe a cada um de nós utilizar essas ferramentas pessoais para o próprio bem-estar. E já dizia Millôr Fernandes: “Entre o riso e a lágrima há apenas o nariz.”. Então, faça o que quiser, mas faça de tudo para ser feliz!
“Basta ler meia página do livro de certos escritores para perceber que eles estão despontando para o anonimato”? (Stanislaw Ponte Preta)
Tenho dois pontos de vista. Um autor torna-se anônimo/fracassado por dois motivos: 1) O escritor não segue a tendência do mercado literário (ou não se submete ao que uma editora dita/condiciona para publicá-lo e/ou se recusa a mudar seu estilo de escrita porque “esse tipo de literatura não vende”); 2) O escritor escreve mal. É, acontece. Tirando os elementos “sorte” (de cair nas graças de uma grande editora) e “talento” (isso não se discute), um autor pode se matar de escrever e nunca será lido – a não ser por seus amigos e familiares mais próximos. Aliás, se ele morrer, há grandes chances de alguém se interessar mais por seus escritos, do que quando ele estava vivo. Assim é a vida. Difícil. Digna de virar livro. Mas nem sempre é assim. E fim.
“O mais valioso de todos os talentos é aquele de nunca usar duas palavras quando uma basta?” (Thomas Jefferson)
Em literatura, há uma regra de ouro: “menos é mais”. Quanto menos se escrever e mais se disser, melhor. Na vida, não podia ser diferente. Quando muito se fala, maiores serão as chances de se cometer erros. Mas alguns erros são ensaios para o sucesso. A sabedoria está em aprender com eles, erros silenciosos e/ou barulhentos. Aprender com as histórias que vivenciamos. Escrever histórias que precisam ser lidas. Mas devemos escrever um livro que gostaríamos de ler. E poupar o leitor de mediocridades. Pitágoras, filósofo grego, já aconselhava: “Não diga pouco em muitas palavras, mas muito em poucas”. Melhor parar por aqui…
Leia mais em:
(Conto "12 de Junho", completo)
e
(Crônica "Amor-Produto", fragmento)
A crônica completa você encontra aqui:
Definitivamente eu não a conheço. O que pode ser bom, porque não conhecer alguém (pelo menos o suficiente) é não se decepcionar com potenciais defeitos que essa pessoa possa ter. Não conhecer alguém é, antes de tudo, uma mágica curiosidade que nos permite a agradável surpresa de conhecer alguém melhor que nossas expectativas. Não conhecer alguém é navegar num mar com fama de perigoso, mas não se abalar com a opinião dos outros. Só para tirar as nossas próprias – e contrárias – conclusões.
Não conhecer alguém, exatamente como você, é pensar que tudo será o mais maravilhoso possível. Porque de pessimismo, o mundo está cheio. A doçura do otimismo é tão rara quanto água no deserto. O otimismo em conhecer alguém como você pode ser mais do que sequer imaginamos. Pode. E deve ser. É como compor uma música tendo apenas o acorde principal. As possibilidades são infinitas, mas só nosso coração – e nosso talento – poderão diferenciar na criação de uma melodia comum de uma obra-prima digna dos deuses. E agradar unanimemente.
Platonismos à parte é muito bom não conhecer você. Porque conhecer precede conviver; conviver, relacionar; relacionar, surpreender; surpreender, decepcionar; decepcionar, entristecer; entristecer, desistir; desistir, abandonar; abandonar... ah, abandonar não tem jeito. Abandonar é deixar para trás tudo o que se desejou um dia. E isso eu não quero. Com você. Jamais sobreviveria à possibilidade de não ter por você tanto apreço. Tanta admiração. Tanta paixão. Tanto... Amor. Não, amor não. Porque amor necessita de tempo. E de dedicação. Como necessitam as mais frágeis – e belas – flores do mundo.
Meu amor não conhecido - não o amor acusado de ser devastador (isso pode ser até paixão ou loucura de nossas cabeças), mas o amor verdadeiro - é condenado a ser ficção, lenda, poesia, de simplesmente não existir, de deixar de ser “o amor mais que amor”, o amor eros-filos-ágape, o amor maior, maior que nós, maior que o mundo. Esse amor - e tão somente ele - vem com o tempo. Quando as pessoas não criam expectativas. Quando esquecem qualquer tormento. E apenas amam. No acalentar de seus corações. Num conto de fadas mágico e infinito, até que a morte os separe.
Assim como o amor desconhecido pela maioria das pessoas, também é muito, mas muito bom não conhecê-la. Completamente. Apenas o suficiente. Porque amar alguém assim, tão inteiramente, tão desmistificadamente, tão perfeitamente, poderia ser desejo impossível. Não quero isso para mim. Nem para você. Prefiro você como um ideal. Uma meta. Um sonho. Realizável. Na hora certa. No momento certo. Na pessoa certa.
Mas, por enquanto, só é possível conhecê-la nos momentos mais sombrios. E torna-los de maior encanto: usar toda essa força (será que é amor?) para me reerguer. E continuar. E vencer. Porque perseguir ideais é isso: é seguir sempre em frente, sem ter nada a temer. Sem medo do que virá. Acontecer.
Acontece que eu não a conheço. Mas ainda posso me apresentar qualquer dia desses. Afinal, uma musa é uma musa, é uma musa, é uma musa. E você já me conhece muito bem. Sabe do que sou capaz de fazer...
(Guilherme Ramos, 10/07/2014, 12h17.)
Imagem: Google.
- Tudo bem se você quer ser feliz sem ninguém. Eu prometo que não atrapalho. Até facilito as coisas! Divido a missão. Será menos trabalho para nós dois. - Disse alguém para outro alguém.
Era evidente que ninguém gostava da situação. Mas era inevitável. O fim. Términos de relacionamento são sempre desagradáveis. Para alguém. Para o outro, talvez seja um alívio, mas há sempre um sofredor-mor à deriva, no mar das desilusões. Esse, sim, sofre pelos dois. Sofre pelo mundo. Sofre um pouco mais.
Algumas palavras nunca deveriam ser ditas. Palavras são como a lava de um vulcão em erupção. Destroem tudo a sua volta. Descontroladamente. Exterminam. Extinguem. Vidas.
O sentimento de vazio preenche ambos os lados. Mas alguém sempre fica mais pesado. Esse peso puxa, não o corpo, mas a alma, para baixo e lhe apresenta a um inferno bem particular. Lá, não há sorrisos para fotos, não há lembranças saudáveis, não há momentos inesquecíveis, não há atos memoráveis. Há apenas inferno. Não de fogo. Nem de gelo. Apenas um vazio absurdo e absoluto que cobre o coração partido de luto e o restringe ao silêncio sepulcral.
Em meio ao vácuo, percebe-se a luz fraca e pouco pulsante da esperança. Esperança. De quê? De que tudo irá passar e poderemos recomeçar? Apenas quem sofre sabe da importância do oxigênio nos pulmões nas horas de sufoco. Da necessidade de calor (humano) durante a frieza (humana). Da grandiosidade das cores, na monocromia da vida. Da vida, em si. Viva. Que não se sentia mais.
Devia ser isso, a presença da tal morte. Essa indesejada presença que nos atenta todos os dias, prometendo a paz eterna, em troca da tristeza que nos assola. Tristeza. Decepção. Comoção. Ninguém vive assim e consegue ser feliz. Isso é viver num inferno. O que fazer? Como fazer? Não havia respostas. Havia questionamentos. Havia (ainda) sentimentos. Estando-se só, no Céu ou no Inferno, podemos conversar com nós mesmos.
Desse diálogo interior, (re)descobrimo-nos. Salvamo-nos. De nossas próprias condolências, de nossos pêsames pessoais, (re)surgem os mais sinceros sentimentos. Dentre poucos, destaca-se um inefável, infalível, inegável, que nos faz esquecer tudo e todos que nos causaram mal.
Infatigavelmente, (re)começamos a jornada. O sentimento começa fraquinho, mas vai ganhando força à medida que nos conhecemos. Bem ou mal, é um (re)começo. Temos a sorte disso. A regeneração da alma é lenta, mas a ferida fecha. Cura. Cicatriza. Até que não há mais dor para se (re)clamar.
A dor faz parte de um passado mal passado. Que não precisamos requentar. Deve estar fora do cardápio, pois se encontra com o prazo de validade vencido. Devemos preparar novos sabores e apreciá-los lentamente. Degustá-los. Apropriadamente. Mesmo quando se escolhe fazer tudo isso sozinh@...
(Guilherme Ramos, 02/07/2014, 17h37.)
imagem: Google.
Acidentes. Acontecem. Você está por aí, totalmente adverso e… Pimba! Acontece. O acidente. Não é uma coisa que se queira. Que se deseje. Mas que nos persegue. Sem piedade. Sem clemência. Absolutamente sem dó. Porque tem que ser. Ou porque estávamos descuidados.
Descuidos são acidentes autoimpostos. Quando não damos a mínima para nossos atos e ações. Quando achamos que nada pode nos atingir ou sequer pensamos na possibilidade - real - de sermos vítimas de nós mesmos. Nosso pior algoz sempre somos nós. Porque temos o poder de permitir - ou não - que qualquer coisa nos atinja. Seja ela de cunho físico ou moral. Tornamo-nos vítimas de nós mesmos.
Vitimização é quando abraçamos acidentes e descuidos e sofremos, sofremos e sofremos. Inutilmente. Sofrimento sem providências, sem iniciativa, é uma morte premeditada. Quando esquecemos que ainda temos força o suficiente para remediar e nada fazemos. Afinal - pensamos - o que está feito, está feito e nem sempre se pode mudar.
Mudança, ao contrário do que se pensa nessas horas, não é, em sua totalidade, ruim. Mudar é típico da natureza. As estações mudam, as fases da lua mudam, a maré muda. Quase tudo muda. Exceto o homem que insiste em ser o mesmo. E sendo o mesmo, faz uma mudança que não deveria existir. E põe tudo a perder. E só nos resta reclamar.
Reclamar é falar, falar, falar, é praguejar, praguejar, praguejar... mas não fazer nada. É culpar tudo e todos. Fazer o inferno na terra. Beber litros de veneno e esperar que o alvo de sua reclamação enfraqueça, morra e desapareça. Reclamar é apenas querer sobreviver ao problema em si.
Problemas são desafios. Coisas que nos acontecem aqui e ali, proporcionando-nos apogeus. Ou declínios. É a hora do tudo ou nada. É quando mostramos o que somos. E do que somos capazes. E do que não somos capazes.
Mas o que somos? Um amontoado de moléculas de carbono, uma criação divina, um experimento alienígena. Apenas somos. Talvez tudo isso, talvez absolutamente nada. Mas somos. Somos únicos. Somos Próprios. Somos o que somos. Custe o que custar. Seguimos adiante. Em evolução.
E evoluções, assim como as revoluções, exigem perdas. Sobrevivem os mais adaptáveis. A força apenas não adianta quando o inimigo é invisível. Quando o inimigo está dentro de nós. E esse inimigo - silencioso e mortal - sabota-nos todos os dias, através de péssimas escolhas, péssimas ações, péssimos argumentos. Ele nos vence sem fazer esforço. E nem percebemos.
Então, se o inimigo somos nós, a quem apoiaremos? Estaremos apoiando o lado vencedor, mas também seremos o lado vencedor. De qualquer modo, perdemos. Mas, de certa forma também, de qualquer modo, ganhamos.
Face à guerra iminente, só há uma coisa a fazer: focar nos louros da vitória e não nas baixas da derrota. O derrotismo vai nos tentar. O derrotismo vai nos inspirar a desacreditar ainda mais em nós mesmos.
Cabe-nos resistir ao derrotismo e lembrar que para alcançar uma grande vitória, não podemos esquecer - e aprender - com as pequenas derrotas que pavimentaram nosso caminho. Acidentado. Foram igualmente, acidentes.
E acidentes, acontecem.
(Guilherme Ramos, 02/07/2014, 18h34.)
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quarta-feira, 2 de julho de 2014
Crônica
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Da sensação de fazer o seu melhor e achar que ainda falta algo...
Assim estava um coração à deriva, sem ter razão ou porquê. Assim eu estava, sem estar com você. Mas nada mudou ao encontra-la. Absolutamente. Permaneci vazio, frio e isolado. Mas havia um instante de vida em meio a toda extinção. Havia um sorriso. Havia libido. Havia afeto e sensação.
Deu-se um salto evolutivo. E, da terra estéril, veio a vida repentina. Milhares de anos de mudanças e adaptações em segundos a fio. Tudo por um olhar. A visão de um sorriso. Que era seu. Que se tornou meu. Foi nosso doce mudar.
Fora nosso big bang, onde nenhum criacionismo ou darwinismo poderia nos explicar. Nem explicitar. Somos as únicas espécies racionais capazes de nos entender. Somos só eu e você, para esse mundo povoar. Somos Filhos do Paraíso, sem questionar. Somos pecado e serpente. Somos linha de frente. Somos feitos para amar.
Fomos. Somos. Seremos. Serenos, faremos mais do que se pode imaginar. E fomos. Seguimos. Amamos. Juntos, criamos o que ninguém sabia mais. Mas, mesmo assim, havia a mesma sensação de vazio. Do início. Do início dos tempos. Um vazio existencial. Que precedia o tempo e o espaço.
Havia a sensação de fazer o seu melhor e achar que ainda faltava algo. E assim foi, dia após dia, até o fim dos tempos. Quando havia apenas cinzas no mundo, eu e você olhávamos um para o outro e pensávamos: por que tudo isso aconteceu? Não havia resposta. Certa ou errada. Havia o nada. Que, mais uma vez, nos venceu.
Do nada, fez-se o algo. E, desse algo, uma nova centelha de esperança nos (re)surgiu. Era o que precisávamos para recomeçar. E seguir em frente. Sempre em frente. Como sempre. Assim é a vida, morte após morte, sem cessar. Nunca haverá vazio completo, nem um completo vazio. Haverá vagas, para preenchermos com o que temos de melhor. Ou pior.
Por hora, vou coletando as sementes. Vou plantando as sementes. Vou regando as sementes. Vou espera-las crescer. O que vai nascer, eu não sei, mas tenho a certeza de que fiz minha parte. Assim como você.
Quem sabe, enfim, quando as chamas dos vulcões apagarem, os oceanos secarem, os céus escurecerem, ainda reste o seu olhar, o seu sorriso no horizonte. Uma estrela guia para este navegador de sonhos e pesadelos. Um olhar ao norte. Ao legado da sorte, para em você, mais uma, vez eu aportar.
(Guilherme Ramos, 01/07/2014, 12h25.)
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Pois é. Apaixonar-se é esquecer-se por um momento e permitir-se transferir tal sentimento para outra pessoa. Quer ela queira – ou saiba – ou não. Apaixonar-se é coisa platônica e selvagem. Plutônica. Radioativa. Fica entranhado na gente por muito tempo. É coisa de DNA (Doe-se Naturalmente e Apaixone-se). E passa de geração para geração.
Gerações mais tarde, mais uma vez, (re)apaixonamo-nos. E de novo. E novamente. E mais outra vez. A natureza é sábia. Nós nem sempre. Por isso nos apaixonamos. Para, cegos, tatearmos nossos sentimentos e alcançarmos as respostas certas. No tempo certo. Com a pessoa certa. Ou não.
Mas eu falava do “problema” de me apaixonar. Apaixonar-se pode ser uma via de mão única. Sem retornos, sem ruas perpendiculares que permitam acessos a outras ruas. Você segue reto a vida toda, apaixonado, numa rua errada, numa avenida errada, numa estrada errada. E termina chegando numa cidade nova. E errada. E continua errando. Como se você, ao contrário de um automóvel, não possuísse marcha ré.
Quando depositamos nossas atenções em outra pessoa, esperamos que ela faça o mesmo. Mas isso nem sempre é verdade. Não. E não é crueldade. É um simples fato de que paixão cega uma pessoa e a outra precisa virar seu guia. Mas quem é que quer ser guia de alguém para sempre? Desse racionalismo autoprotetor (da pessoa alvo do apaixonado, claro), cria-se um anticorpo insensível, anti corpo-mente-coração do outro. E cria-se a repulsa.
O pobre diabo (o tal apaixonado) vê-se sozinho novamente, somente com suas lágrimas como companhia. Melodramático, até, mas real. Lágrimas. Alma liquefeita. Que, de tanto chorar, seca. Resseca. A alma. E não chora mais. Torna-se represa abandonada. Lagoa evaporada. Paixão negligenciada.
Até que venha outra. E outra. E mais outra. Paixão. Sempre vem. Como a chuva. E como a falta dela. Mas, para tudo é preciso equilíbrio. Nem tão seca, nem tão enchente. Não precisamos de intempéries de gente. Só de gente. A gente.
No fim (espera-se), tudo se acerta. De uma maneira ou de outra. Sã. Ou louca.
(Guilherme Ramos, 26/06/2014, 15h51.)
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terça-feira, 17 de junho de 2014
Crônica,
Reflexões
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Todo mundo carrega um coração partido
Não sei porque fiz isso. Sim, sou desses. Não sou melancólico, paranoico ou qualquer coisa do tipo. Sou humano. Demais. Confesso. E isso não me traz tantas vantagens quanto pensam. Pesa. Tonelagens não bastam até que perceba o quanto a gravidade me arrasta para baixo, buscando o equilíbrio suficiente para me manter de pé. Assim é meu dia a dia. Sem vê-la. Assim são minhas noites. Sem saber que você (ainda) existe. Sem mim.
Egoísmos à parte, tem sido assim. Não me lembro o tempo todo, mas todo o tempo tento esquecer você. E não tem sido fácil. Nunca foi. Nunca será. Porque o que tivemos não “foi” apenas bom. “Tem sido”. Bom. Ainda. Carrego dentro de mim, lembranças do que poderia “ter sido” os melhores dias de minha vida. Não sei da sua.
Todo mundo carrega um coração partido. Eu mesmo tenho dois. O meu e o de minha paixão. Que se tornou platônica. Partícula subatômica de um passado (quase) feliz. “Quase”, porque já foi passado, foi presente, mas não pôde ser futuro.O romance, que um dia foi leve, hoje se tornou mais duro. O amor, que se irradiava em cores pulsantes, deixou de ser vibrante e ficou escuro.
Das sombras, acesso uma série de memórias. Para mim, apenas histórias de fadas, de fábulas, enredos infantis, de fazer dormir. Pouco me importam outras paisagens, outras histórias, outras vontades; pouco me importam as verdades. São mentiras disfarçadas e, quando usadas, causam mais dor que contentamento. Estou farto disso. Assim, aproveito o seu sumiço e também desapareço de vez.
E, ao não me encontrar, bate aquele medo. Medo de não ser mais o mesmo. Mais do mesmo. De não me tornar “alguém” novamente. Mas sei que, lá no fundo, bem lá no fundo, por baixo da lama seca e endurecida, existe uma pessoa comum. Igual a você. Que só quer companhia. Que sabe se virar sozinho, que sabe ser feliz sozinho, que faz os outros felizes, sozinho.
Mas acompanhado é bem melhor.
E, ainda que a melhor companhia do mundo seja nós mesmos, sempre haverá um momento em que precisaremos de uma segunda opinião...
(Guilherme Ramos, 02/06/2014, 12h37.)
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À
beira da morte,
Você
pede perdão.
À
beira da morte,
Você
se arrepende de tudo. Que fez. De errado.
À
beira da morte,
Você
só não quer ficar só.
À
beira da morte,
Você
valoriza o tempo que lhe resta.
À
beira da morte,
Você
quer tudo e faria de tudo para conseguir.
À
beira da morte,
Você
se lembra de seus pais. Ou de quem mais ama.
À
beira da morte,
Sempre
queremos mais. Vida.
À
beira da morte,
Cedo
ou tarde,
Você
morre.
Tão
melhor seria
Se
fizesse mais
Nessa
vida vazia:
À
beira da vida,
Sempre
queremos mais. Vida.
À
beira da vida,
Você
se lembra de seus pais.Ou de quem mais ama.
À
beira da vida,
Você
quer tudo e faria de tudo para conseguir.
À
beira da vida,
Você
valoriza o tempo que lhe resta.
À
beira da vida,
Você
só não quer ficar só.
À
beira da vida,
Você
se arrepende de tudo. Que fez. De errado.
À
beira da vida,
Você
pede perdão.
À
beira da vida,
Cedo
ou tarde,
Você
não vive.
Tão
melhor seria
Se
tivesse mais
Que
uma morte vazia...
(Guilherme Ramos, 25/02/2014, 23h33 e 27/02/2014, 11h10.)
Imagem: Google.
Eu me perguntei sobre o
que a chuva estava falando. Ela me parecia agitada, nervosa, descontrolada. Chovia
há três dias. Sem nenhuma pausa. Um sentimento abstrato me ocorreu no exato
momento em que trovejou. Seria aquilo, um aviso de que tudo - entre nós -
piorou?
A chuva é assim mesmo:
vai e vem sem nenhuma compaixão. Tantos reclamam dela na cidade, outros tantos
a desejam no sertão. Mas ela, indiferente, não se compadece. Aparece e
desaparece onde e quando quer. Não se preocupa em agradar a gente. Seja
criança, idoso, homem ou mulher.
Fazia frio. Muito frio.
À cama, cobertores e lençóis brigavam por mim. Travesseiros disputavam minha
presença entre eles, numa relação conflituosa sem precedentes. Era - a cama - a
arena onde se disputava calor, amor, aconchego, sonhos e outras tantas coisas
do dormir. Era - o corpo - desejado pela cama, num desejo que se recusava a
sumir.
Apenas eu e ela não
estávamos lá. Eu estava. Ela, não. Daí, nenhum calor se produzia. Nenhum amor
se perfazia. Nenhum aconchego se trocava. Nenhum sonho se realizava. Nenhum
sono vinha. Não havia dormir. Havia insônia. Uma madrugada inteira de
despertares. E a chuva, lá fora, não apenas observava.
A chuva tentava se
comunicar. Comigo. A janela, entreaberta, recebia sussurros de seus pingos, que
insistentemente caiam dentro de meu quarto. Uma ou outra goteira tecia frases
que eu não podia compreender. O vento trazia o cheiro de terra molhada que me
falava, falava, falava... Mas eu não entendia nada, nada, nada...
Eu me perguntava se o
outono tinha algo a ver com isso. Ou se eram apenas recados do inverno que
havia em mim. Verão e primavera eram estações tropicais demais para o que
estava sentindo. Se eu concordasse com a poesia que havia nelas, eu estaria
mentindo. Havia uma quinta estação. E eu a experimentava a cada noite que,
naquele quarto, com aquela chuva, eu passava.
Só quem não passava era
a chuva. E ela continuaria a chover como chuva porque era de sua natureza
precipitar-se sobre a terra. Como os homens caem sobre suas camas. Algumas, com
boas companhias; outras, vazias. Assim era a chuva lá fora. Falava comigo e eu
não entendia. Talvez por eu saber o que ela queria dizer.
Talvez, só talvez, ao
menos uma vez, eu a tenha compreendido. Escutado, respondido. Talvez nosso
diálogo tenha sido proferido. Mas, talvez tenha sido melhor nos calarmos.
Aceitar o castigo. Chuvas e homens não podem conviver em paz completa. A
qualquer momento, um dos dois há de parar de cair. E, nesse momento, deve seguir
em frente.
Porque é o certo a
fazer.
Porque sempre haverá
uma nova estação.
(Guilherme Ramos, 02/05/2014,
2h40.)
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