Era pra ser apenas eu, você e o prazer. Prazer de ter alguém
nos momentos de menos auto-suficiência. Prazer carnal (e coisa e tal). Prazer de
ter alguém ao lado, dar boas risadas juntos, beber – quem sabe – uma cerveja, uma
vodka ou mesmo um vinho. Prazer de assistir a um filme, falar do dia de
trabalho, dos filhos. Prazer de viajar, mesmo sem saber direito o caminho ou
para onde ir. Prazer. De sermos nós mesmos. Sem máscaras. Sem mentiras. Sem
joguinhos.
Prazer era um ter o outro. Sem sufoco. Prazer era saber
viver. Sem o outro. Prazer era se ter. Com o outro. Sem o outro. Mas saber:
cada um carregava a pena e o chumbo de compartilhar sentimentos. Prazer era
tocar a pele. Prazer era beijar a boca. Prazer era ficar bem coladinho. Com – ou
sem – roupa. Prazer era uma confusão no juízo. Prazer era nem ter juízo. Prazer
era enviar SMS, e-mail, postagem no Facebook e telefonar. Pra dizer a mesma
coisa. Que se tinha prazer. Em conhecer. Alguém como o outro.
Prazer era perder a noção do tempo. Prazer era voltar no
tempo. Prazer era saber: não se podia perder – mais – tempo. Prazer era estar
cansado de um dia tortuoso e, mesmo assim, guiar o carro até a casa do outro.
Prazer era não ter onde estacionar e, mesmo assim, arriscar uma multa. Prazer
era ter sorte e não ser multado pela contramão de sentimentos recíprocos. Prazer
era inventar essa história “cabeluda” só pra divertir o outro. Prazer era tanta
coisa e quase nada. Prazer era varar a madrugada, escrevendo – por puro prazer –
poesia e música para a pessoa amada.
Prazer era. Mas dizem que deixou de ser. Prazer foi. Não se
pode crer. Basta lembrar – com prazer – o que ainda está por vir. Prazer é
isso: mais do que um monte de coisas, cheiros, momentos, ausências, presenças, conseqüências.
Saudades. Prazer é “parabéns pra você”. Prazer é urso de pelúcia. Prazer é
champanhe barato, nunca aberto, por falta do que fazer. Prazer é vinho tinto, seco,
tomado como se fosse suave, tamanho era o prazer.
Prazer é insistir. Acreditar. Sonhar.
(Re)Começar. (Re)Encontrar. (Re)Viver.
Sem parar.
Eu não paro.
Não pare também.
Não se permita esquecer.
(Guilherme Ramos, 29/10/2013, 1h16. Inspiração na VI Bienal
Internacional do Livro de Alagoas. Agora, acho que já posso dormir... Porque
daqui a pouco... Tem trabalho! Rssssss...)
Imagem: Google.
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