segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Amor. De Homem


Apesar das constantes contestações, homens amam, sim. Muitos negam. Outros tantos fingem não saber do que se trata. Talvez, por uma defesa (indefesa), uma necessidade de ser o mais forte em todos os sentidos. “Sentir” é sinal de fragilidade. E fragilidade é coisa de mulher. Mulher é que é o “sexo frágil”. Nossa! Quanta bobagem em tão poucas linhas, não é mesmo?

Homens sentem. Muito. Sentem falta de alguém, mas preferem não dizer a ninguém. Talvez a um amigo mais próximo, companheiro de futebol, de bar, de saideira. Mas sentem. Expressar o que sentem é que foi podado pela sociedade – que prega que homem não deve chorar, não deve se emocionar, deve ser forte como uma rocha indestrutível e rude – pelo bem da humanidade.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que defenderam suas pátrias do inimigo.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que salvaram princesas de dragões.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que iniciaram mais guerras sem sentido. E sem fim.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que escravizaram princesas, estupraram plebeias, enfim, foram eles próprios piores que os “dragões”.

Então, para que escolher essa carapaça sem sentido que é “ser forte”? O que é ser forte, senão ter argumentos falhos para explicar sua estupidez e sua falta de bom senso? Ou ainda: ser o que se quiser ser, em prol de uma lei barata que se espalha no mundo e nos traz apenas infelicidade? De que adianta ser forte, sem paz interior? De que adianta ser forte, se não temos amor no coração? Se não há alguém para partilhar os bons e maus momentos? Ser forte é isso? Para mim, isso é ser fraco.

Porque quando um homem ama, ele se põe de igual para igual com qualquer um. Ele é único. Possui um sentimento nobre, livre de aberrações do passado.

Quando um homem ama, ele usa toda a sua força por esse amor.

Quando um homem ama, ele vence os limites da dor, do frio, da fome, em nome desse amor.

Quando um homem ama, ele é poeta, músico, massagista, dançarino... mas também pode ser militar, médico, maluco, sadomasoquista...

Quando um homem ama, ele desanda. E faz tudo o que uma mulher quer. Tudo o que ela precisa. Tudo o que ele precisa. Faz porque faz. E nada mais importa.

Quando um homem ama, ele cuida de sua mulher, sua prole, sua família.

Quando um homem ama, ele é forte, fraco, não importa: ele quer apenas amar.

Amar e ser forte. Parece incoerente, mas reflitamos: existe, no mundo, alguma coisa mais forte do que o amor?

Ame. Primeiro. Seja forte, por consequência.

Mas assuma. Sobretudo, as consequências.


(Guilherme Ramos, 25/11/2013, 18h30.)

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