A você, que me achar:
Lembre-se de que eu não me perdi. Fui apenas descartado por
mim mesmo, num momento de forte fraqueza. Não sou assim o tempo todo, como você
também não o é. Encare-me como um outro eu, seu, meu, nosso, pronto para
novidades em par, mesmo nos dias ímpares, sejam eles de segunda a sexta-feira
ou no fim de semana.
Lembre-se de que você também já esteve assim, sem rumo, sem idéias,
sem vontades, sem razão nenhuma para continuar. Mas, se continuou, serviu de exemplo
para outras pessoas que, inspiradas em seus atos, alcançaram a vitória. Você
foi tudo o que precisavam para serem melhores que ontem. Iguais a hoje. Inimagináveis
amanhã.
Lembre-se de que estou aberto para o amor. Não o amor sexual
apenas. Ele também. Não posso negar-lhe a importância. Mas após o gozo, esse
amor “sonolenta-se” e dorme. Profundamente. Sonhando com mais. Eu sou o amor
que sonha e realiza assim que pode, ao seu lado. Sou o amor que inspira o poeta,
o enamorado, o ser humano em si, com suas falhas e êxitos.
Lembre-se de que não me permito achar. Porque se subtende que
me perdi. E, repito, não me perdi. Eu apenas me permiti vagar por onde não se
vai, para poder encontrar quem não se espera. Porque esperar, sugere a chegada
de algo ou de alguém. Mas também pode ser excesso de paciência – E isso já não
tenho tanto. Para o meu e para o seu espanto.
Lembre-se de que continuo eu mesmo. Qualidades e defeitos. Tudo.
Mas não o mesmo. Mudo. O tempo todo. Todo o tempo. E isso vai além, muito além de
qualquer desavença. Essa é a minha crença. Eu sigo reto. O resto é pretérito. Esquecido.
Aquecido é o presente. Meu sangue. Meu coração ardente. Sempre em frente.
Lembre-se de que tal qual livros, temos muitas histórias. As
nossas, as minhas, as suas. Mas, poucas foram escolhidas para serem vividas. Lembradas.
Relembradas. Revividas. Algumas foram minhas primeiras leituras, outras, minhas
finais. No meio, toda uma história de histórias, que acontecem até hoje,
enquanto vivo-escrevo.
Lembre-se de que há sinais de novos tempos. De antes e depois. De uma
vida de leituras brandas, escritas nervosas e algo mais. Que ainda está por
vir. Sempre haverá algo por vir. Mas, normalmente, não será exatamente como
idealizamos. Deixemos de neuras e aproveitemos a criatividade (de humor duvidoso)
da imprevisibilidade.
E obrigado por se lembrar. De mim.
Eu, quieto em minha cama; você, inquieta na sua...
(Guilherme Ramos, 30/01/2014, 22h55.)
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