terça-feira, 6 de fevereiro de 2007 0 comentários

Lágrima de Rímel (de Sonho e de Pólvora)



Era noite.
Somente isso.
E a cada gesto
Meu, seu, nosso...
As “máscaras” caíam.
Nada restou, é verdade,
Passou, como a idade;
Inacreditável como o orgulho
Da vedete, da meretriz
Que escapa - por um triz -
Da (fria) lâmina de “Jack”,
Já com um outro nome:
“Caetana” (o Nordeste é quem diz).
E, do alto de sua maquiagem borrada
Não lhe sobra mais nada,
Senão, solidão; senão depressão.
Fazer o quê, então?
Esperar, esperar, esperar...
E deixar o tempo passar.
(E o tempo passa rápido)
Aí, estranho ou não, tem-se “vontades”...
De dormir, de chorar...
De borrar e borrar e borrar,
Com uma lágrima de rímel,
O que horas se levou para terminar.
(Ou seria re-começar?)
Maquiar o vital, só lhe faz mal;
Numa vida inteira (de incertezas)
De findáveis belezas,
De atração fatal...
Entre o “Sonho” e a “Pólvora”.
Não daria certo.
Ou daria (muito) certo.
Quem pode saber,
Se resolvemos esquecer?
Fica a paródia:
“É de sonho e de pólvora,
O destino de dois sós.”

(Guilherme Ramos, 06/02/2007, 16h45)
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Poesia e dor não se misturam



Poesia e dor não se misturam.
Apesar de andarem juntas (às vezes)
Seria insensato querer insistir
Em ficar com as duas por tantos meses.

É óbvio, porém trabalhoso, notar
A (aparentemente) homogênea mistura
Onde termina; onde há de começar?
Uma na fantasia; a outra, na tortura?

É melhor errar um pouco, para acertar de vez.
Sem se tornar, no entanto, uma triste figura
Quem nunca na vida, besteiras já fez?
(Confundir a tal “fantasia” com uma grande loucura...)

Poesias são como nuvens (algumas de chuva)
Que vêm e vão com uma brisa ou garoa
Mas quem anda demais (nesse tempo) e não olha onde pisa
Pode cair e se machucar (muito!) como qualquer pessoa.

Já dores, são como aulas (de matemática, por exemplo)
“P’ra que diabos vou precisar disso?” Perguntam alguns.
Quem se imagina, hoje em dia, sem esse conhecimento,
Que, tal qual o sentimento, enobrece os homens comuns?

Poesia e dor, de fato, não se misturam.
Podem até parecer, mas sejamos conscientes:
As duas só coexistem, pacíficas, nem sempre,
Por possuírem tantos caminhos diferentes...

(Guilherme Ramos, 06/02/2007, 17h48)
sábado, 3 de fevereiro de 2007 0 comentários

Um bom poema

Já que eu insisto em escrever versos, devo recorrer aos mestres. Disciplina e ordem são fundamentais! E por falar em mestres, lá vai uma opiniãozinha do "Paulinho"... Menino que começou a escrever há beeeeem pouco tempo, eheheh...

Um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto

(Paulo Leminski)
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"Lêdo" Conselho

Conselho de Lêdo Ivo, mestre alagoano das letras, para jovens escritores:

"Em primeiro lugar, jovem escritor não segue o conselho de ninguém, mas peço que eles não acreditem apenas no talento. A vocação é só o primeiro passo. Busquem cultura, aprimoramento, resistam às sereias do mercado e da mídia. Feche-se como uma concha, para depois se abrir."

(Fonte: entrevista de Milena Andrade com o autor, para o site "Blocos - Portal de Literatura e Cultura" - http://www.blocosonline.com.br)


Bem... É preciso dizer mais alguma coisa? Vida longa ao mestre Lêdo Ivo!
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007 0 comentários

Saudade, Saudade...

Pode-se sentir tanta saudade
por alguém como você,
sem comprometer a saudade
que ainda vamos ter?

(Guilherme Ramos, 31/01/2007, 18h08)
sábado, 27 de janeiro de 2007 0 comentários

No Amor, como no Vinho

Ao prová-lo (e aprova-lo)... poderei eu, então, tomá-lo?

(Guilherme Ramos, 27/01/2007, 20h48)
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De Sono... e de Sombras



Preocupantes são as noites de insônia.
Quando tentamos amolecer o corpo
e descansar a mente tão pesada.
Mas quem disse que o sono vem?
Ele grita ao longe, avisa que está próximo,
mas nos engana
e nos torna um vivo cadáver à espreita.
Poética seria a descrição desse inconveniente.
Mas dramática é sua realização.
Solitário em seu mundo,
o insone sofre (sente) cada segundo,
em açoites sequenciados de vigília.
Mórbido é o leito em que se deita.
Fria seria a laje em que se contorce.
Quente é o corpo que sua.
Mas não esfria a laje.
E molha o leito,
que parece ferver ao seu redor
como a lava de um vulcão em erupção.
O silêncio é ensurdecedor.
Mas não disfarça os sons da noite.
As gotas da torneira no banheiro,
na copa ou no serviço,
parecem pedras atiradas em janelas.
O grilo, companheiro indigesto,
não pára seu réquiem funesto.
E para mim, um quase-vampiro,
só me resta temer a aurora,
que aos poucos se aproxima,
(e me apavora)
anunciando o raiar de um novo dia.
Novo? O que tem de novo?
Por que tem que ser assim?
(Essa coisa de não ter mais fim...)

(Guilherme Ramos, 22/01/2007, 08h58)
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À Primeira Vista

Sou de me apaixonar à primeira vista (mas, também, a perder de vista...)

(Guilherme Ramos, 23/01/2007, 08h51)
domingo, 21 de janeiro de 2007 0 comentários

Eu e a Vida

Bem... Jorge Vecilo (alguns preferem chamá-lo - coitado - de Djavan genérico) tem uma música que é a cara de muita gente... Cabe a mim (obrigado, Vida!) mostar a todos.... Reflitam... Reflitam... E sigamos em frente!

Vem me pedir
além do que eu posso dar
É aí que o aprendizado está
Vem de onde não sonhei
me presentear
Quando chega o fim da linha
e já não há aonde ir
Num passe de mágica
A vida nos traz sonhos pra seguir
Queima meus navios
pr'eu me superar
as vezes pedindo
que ela vem nos dar
o melhor de si

E quando vejo,
a vida espera mais de mim
mais além, mais de mim
O eterno aprendizado é o próprio fim
Já nem sei se tem fim
De elástica, minha alma dá de si
Mais além, mais de mim
Cada ano a vida pede mais de mim
mais de nós, mais além

Vem me privar pra ver
o que vou fazer
Me prepara pro que vai chegar
Vem me desapontar
pra me ver crescer
Eu sonhei viver paixões, glamour
Num filme de chorar
Mas como é Felini, o dia-a-dia
Minha orquestra a ensaiar
Entre decadência e elegância,
zique-zaguear
Hoje, aceito o caos.

E quando vejo,
a vida espera mais de mim
mais além, mais de mim
O eterno aprendizado é o próprio fim
Já nem sei se tem fim
De elástica, minha alma dá de si
Mais além, mais de mim
Cada ano a vida pede mais de mim
mais de nós, mais além
terça-feira, 16 de janeiro de 2007 4 comentários

SEGUNDO CONDICIONAL

Se eu soubesse...
Uma maneira de trazer você de volta,
Sem medir esforços para achar a porta
Que leva ao seu coração,
Poderia sonhar (inteligentemente)
Em estarmos juntos novamente
Com mais amizade, paciência e união.

Se eu soubesse...
Que a “distância” no amor importa,
Não teria deixado morta
Nossa vontade de “se entender”.
Sua vontade seria a minha,
Mesmo quando quer ficar sozinha.
(É! O que é que eu posso fazer?)

Se eu soubesse...
Ser um mago e, com um passe mágico,
Por fim em tudo o que parece trágico,
Poderia mudar o nosso futuro.
Mudaria o que fosse errado,
Não pensaria apenas no passado
E em me livrar desse véu escuro
Que um dia me cobriu
Só porque não quis aceitar
A verdade de alguém não me amar.
Sofrimento assim todo mundo já sentiu.
Não choro, claro, para ninguém saber
Que por mais que ame (outro) alguém
Não consigo (simplesmente) te esquecer.
(É difícil, algumas situações, entender)

Se eu (realmente) soubesse...
Não diria nada do que foi dito
Nenhuma palavra teria escrito
E não mais falaria:
Se eu soubesse...


(Guilherme Ramos, 16/01/2007, 16h16)
sábado, 13 de janeiro de 2007 3 comentários

Segredos

Tá, tá, tá... Me deixa quieto, tá? Não tenho o que postar hoje. Branco total. Mas uma música me persegue desde cedo. Acho que ela estava querendo um "espacinho" no meu blog. Vai lá, menina! Toma a frente e boa sorte! E que me traga boas energias... Porque eu, realmente, procuro um amor... (que seja bom pra mim!) - tá, tá, tá... E quem não procura?

Segredos

(Frejat)

Eu procuro um amor
que ainda não encontrei
diferente de todos que amei

Nos seus olhos quero descobrir
uma razão para viver
e as feridas dessa vida
eu quero esquecer

Pode ser que eu a encontre
numa fila de cinema
numa esquina ou numa mesa de bar

Procuro um amor
que seja bom pra mim
vou procurar, eu vou até o fim

E eu vou tratá-la bem
pra que ela não tenha medo
quando começar a conhecer
os meus segredos

Eu procuro um amor
uma razão para viver
e as feridas dessa vida
eu quero esquecer

Pode ser que eu gagueje
sem saber o que falar
mas eu disfarço
e não saio sem ela de lá

Procuro um amor
que seja bom pra mim
vou procurar, eu vou até o fim

E eu vou tratá-la bem
pra que ela não tenha medo
quando começar a conhecer
os meus segredos............

E não são "tantos"... Mas são "suficientes"... Vai encarar? (kkkkk....)
quinta-feira, 11 de janeiro de 2007 0 comentários

Steel Heart (but still a heart)

Ok, ok... Alguns "puristas" vão querer me matar. Devem se perguntar: "uma música em inglês?" Bem, o que posso fazer? Minha inspiração é poliglota! Mas, não se preocupem. Aos que preferem o bom e velho português, a versão "brasileira" está logo abaixo. E, sinceramente, ambas são igualmente belas. Poeticamente falando, claro. E no MEU ponto de vista. Cada um tem o seu (felizmente). Let's read?


STEEL HEART (BUT STILL A HEART)

A steel heart
(But still a heart)
Breaks the space
And reflects the light
Ready to love
Ready to fight
A steel heart
(But still a heart)

I looked for you my whole life
And even knowing death,
I didn't stop trying
I crossed the times
And I cane back to you
For what is yours and mine

A steel heart
(But still a heart)
Breaks the space
And reflects the light
Ready to love
Ready to fight
A steel heart
(But still a heart)

* * * * * * * * * * *

CORAÇÃO DE AÇO (MAS AINDA UM CORAÇÃO)

Um coração de aço
(Mas ainda um coração)
Rompe o espaço
E reflete a luz
Pronto para amar
Pronto para lutar
Um coração de aço
(Mas ainda um coração)

Eu procurei você a minha vida inteira
E mesmo conhecendo a morte,
Não parei de tentar
Atravessei os tempos
E voltei para você
Pelo que é seu e meu

Um coração de aço
(Mas ainda um coração)
Rompe o espaço
E reflete a luz
Pronto para amar
Pronto para lutar
Um coração de aço
(Mas ainda um coração)
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007 0 comentários

Balança da Vida

Quando você se deparar com algo (ou alguém) que te bote pra baixo, lembre-se de que a vida é como uma balança: em algum lugar, há outro lado subindo proporcionalmente, mostrando-lhe coisas boas, sem que você se dê conta.

Siga em frente, sem se abalar. Você nasceu para brilhar.

(Guilherme Ramos, 10/01/2007, 15h35)
terça-feira, 9 de janeiro de 2007 0 comentários

Sobre "Saudade"

Saudade quando "bate", sempre bate muito forte. E não pede desculpas. Não pede mesmo...

(Guilherme Ramos, 09/01/2007, 01h45)
segunda-feira, 8 de janeiro de 2007 0 comentários

Simplesmente

Não quero só mais um rosto bonito;
um coração em conflito;
um corpo aflito, em busca de prazer.

Procuro assim - sem mais, nem menos:
sonhos maiores; receios pequenos;
alguém que eu não precise entender

Talvez eu até já tenha encontrado
E não queira - também talvez - acreditar
Quem sabe até eu possa estar errado
Mas em você, vi o que não se pode enxergar.


Após o mau tempo, vem a bonança.
Espero o momento, segundo a segundo.
O que me resta, não é só esperança,
Mas, tão simplesmente, felicidade em meu mundo.


Talvez eu até já tenha encontrado
E não queira - também talvez - acreditar
Quem sabe até eu possa estar errado
Mas em você, vi o que não se pode enxergar.


Procuro assim - sem mais, nem menos:
sonhos maiores; receios pequenos;
alguém que eu não precise entender

Não quero só mais um rosto bonito;
um coração em conflito;
um corpo aflito, em busca de prazer.


(Guilherme Ramos, 08/01/2007, 11h30)

Para quem foi "razão" e "emoção" ao mesmo tempo...
sábado, 6 de janeiro de 2007 0 comentários

Felicidade

E "felicidade" é tudo o que quero. Queremos, aliás.

Por isso não apenas esperarmos. Corremos atrás.

E mesmo no silêncio, há algo por trás.

E mesmo quando choramos, sorrimos demais.

E mesmo que escondamos... Há algo que se faz.

Há sempre algo (bonito)... há sempre algo mais.

Há sempre algo (proibido)... que nos refaz.

"FELICIDADE É NÃO SENTIR INVEJA DA FELICIDADE DO OUTRO."

E isso você faz tão bem...

ORA! SEJA FELIZ TAMBÉM!


(Guilherme Ramos, 06/01/2007, 3h03)
sexta-feira, 5 de janeiro de 2007 1 comentários

Saudade

Navegando pela Internet, encontrei no site do Jornal da Manhã (de 11/02/2006, coluna "Opinião", assinada por Terezinha Hueb de Menezes) o texto abaixo, de autoria de Miguel Falabella. Bem, ele fala por si só. Boa leitura!

* * *

"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.

Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro resta uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ele foi à consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre culpada, se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora, depois que acabou de ler..."

* * *

É. Eu sinto UM TIPO saudade. FORTE. De um jeito que somente EU sei ter. NÉ?
quinta-feira, 4 de janeiro de 2007 0 comentários

Destino Acróstico

E sobre D-E-S-T-I-N-O, só tenho uma coisa a dizer:

Deixa
Ele mostar
Se nossas escolhas
Têm fundamento ou se
Isso é apenas ilusão
Na nossa cabeça.
Ouça, pois, seu coração.

Para que dizer mais? Né?

(Guilherme Ramos)
terça-feira, 2 de janeiro de 2007 0 comentários

Eu Ganhei

Eu ganhei muitas coisas na vida. Ganhei muito mais do que perdi. Algumas coisas que eu ganhei, eu soube guardar, cuidar, proteger e valorizar. Outras, eu perdi exatamente por não agir assim.

Das coisas que eu ganhei, todas me fizeram crescer, evoluir como ser humano, ter uma consciência mais centrada, mais firme, decidida, tranqüila mesmo.

Do que eu ganhei, me lembro muito bem de quase tudo. Do que perdi também. Ganhei prêmios, elogios, aplausos, às vezes nem tanto (mas faz parte). Ganhei dinheiro, experiência, saúde. Ganhei algum sucesso, mas tão pouquinho que não deu pra subir pra cabeça. Acho que ainda bem.


Ganhei amores, paixões, família, alguns desaforos, outros elogios, ganhei uns sermões, ganhei gritos, de euforia e de desagrado. Ganhei alguns dedos em riste.

Ganhei saudade, espera, demora, gozo, prazer, medo, dor. Ganhei silêncio, complacência. Ganhei ombros acalentadores, palavras sábias, palavras de pouco significado e palavras que feriram como fogo no fundo da alma. Ganhei a necessária experiência pra saber respeitar e ouvir uma mulher quando diz: “te amo”, “te gosto”, “te admiro”, “sou tua”, “és meu”, e noutro dia, para desespero, “fui...” - ainda assim ganhei com a certeza absoluta de que meu amor foi incondicional, minha vontade de acertar foi imensurável e minha dor maior que qualquer uma que tenha lhe imposto, porque infelizmente sou demasiadamente imperfeito. Mesmo assim ganhei. Ganhei porque fui feliz e fiz a felicidade de uns, de outros, de alguns.

Ganhei com quase tudo que perdi. Isso, no fim, parece o mais espetacular. Continuo perdendo e ganhando, assim como fazem os meros mortais. Perdi a hora, perdi as chances, perdi os medos, perdi amigos, perdi gente da família, perdi mulheres espetacularmente perfeitas. Perdi o sono, perdi os sonhos. Mas os reencontrei, sempre.

Sobretudo, ganhei o amor de meu Pai, seu Pai, nosso Pai. E é com ele que tenho andado todos esses anos de minha vida. Procurando ganhar menos que perder mais.

No fundo o que importa são as inesgotáveis lembranças de que tudo que fiz, ainda que errando, fiz como meu mais puro amor.

Hoje, olhando esses dias “calmos” que nos avizinham, tenho a certeza que devo perder menos doravante. É por isso que preciso de você, amiga, que fiz e que, por tanta estupidez (minha e da vida), posso perdê-la. Mas não posso deixar isso acontecer. Porque você é parte da minha vida, da minha história, das minhas conquistas, das coisas todas que eu ganhei. Por favor, me perdoa o imperdoável. Mas não se afaste de mim porque eu não teria motivos pra ganhar qualquer segundo a mais de vida.
* * *
Esse texto é do meu amigo (e músico alagoano) Osman. Chegou num momento em que eu estava meio “perdido”, sem um certo rumo na minha vida. Fiz, claro, algumas adaptações em seu conteúdo (aproximando-o da minha realidade) para posta-lo aqui. Reflete – mais ou menos – o que sinto agora, depois desses meses...
Um abraço, Osman! (e obrigado pela força que nem você mesmo sabe que me deu!)
segunda-feira, 1 de janeiro de 2007 1 comentários

Ficando

Finalmente 2007.
Ano novo.
No Reveillon, como era de se esperar,
Vi muita gente "ficando".
É!
Ficando...
... Velhas
Ficando...
... Bêbadas
Ficando...
... Alegres
Ficando...
... Tristes
Ficando...
... Loucas
Ficando...
... Roucas
Ficando...
... Distantes
Ficando...
... Próximas
Ficando...
... Tontas
Ficando...
... Prontas
Ficando...
... Sonolentas
Ficando...
... Um "pouco" lentas
Ficando...
... Fora da área de abrangência
(ou temporariamente desligadas)
... Ficando...
... Ficando...
... Ficando...
... Ficando...
E, claro, simplesmente "ficando"
Uma com a outra.
(só não sei por quanto tempo)
Ah... Tô fora disso.
Quero estabilidade, responsabilidade,
Confiança, esperança e bem-estar.
Quero alguém pra compartilhar meu mundo;
Viver intensamente, conversar, brincar,
Ser fiel - Tô falando sério!!!
(mesmo depois dos 30...)
Namorar, namorar, namorar...
Namorar, casar, namorar...
Namorar, namorar, namorar...
Muito! E sempre!
Ter um(a) filho(a)...
É! Ter um(a) filho(a).
E por que não?
Não quero só "ficar"...
Eu quero "estar".

(Guilherme Ramos, 01/01/2007, 18h54)
 
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