2.
E segui noite a fora; rua à
dentro, rumo ao desconhecido... Affff!... Nunca o desconhecido foi tão longe! O
tanque da minha moto quase seca! Mas cheguei. E torci para que, na volta,
houvesse um posto de gasolina aberto. Senão, teria que empurrar a Virago preta e prata por todo o caminho
de volta...
O lugar era bem esquisitinho.
Típico filme de terror “B”. Tá, “C”. A casa era muuuuito escrota. Acho que nem
tinha energia elétrica. Peguei minha mochila e me aproximei das janelas. Depois
da porta. Comecei a observar o lugar. Estava tudo escuro. Não dava pra ver
nada! Então, toquei a maçaneta.
- Tem certeza que vai entrar? –
disse a voz de veludo, quase soprada, em meu ouvido.
- Porra! Você me assustou! – E me
virei.
A visão foi bem melhor. A voz de
veludo tinha um rosto de anjo! Aquilo me animou... Bastante. O que quer que
seja o trabalho, ver aquela mulher já pagava o stress.
- Aconselho a abrir sua mente. As
coisas aí dentro são bem estranhas. Eu mesma não consigo entrar. Parece coisa
de outro mundo...
- De outro mundo é você, meu bem!
Ah! Não tinha nada a perder
mesmo. Só o cachê, claro. Mas estar ali, naquele fim de mundo desgraçado, com
aquela mulher valia a pena. E se rolasse um “clima”? Já era lucro, mermão!
- Deixa de bobagem, meu bem! Vem
comigo que você não só vai entrar, como não vai ter mais vontade de sair de lá
dentro!
Ela deu um passo para trás.
- Entre só. Faça o trabalho.
Receba. E, se fizer bem feito, pode ter um pouco mais.
- Agora você falou tudo! Já tô entrando!
E assim foi, passo a passo, pé
ante pé, sem lanterna nem nada. Só coragem e tesão... E também coração na mão.
Que casa mais FRIA! Brrrrr...
(Guilherme Ramos, 19/06/12, 22h25. Atendendo a pedidos... A segunda parte da história. E ainda tem mais por vir! Se vocês quiserem!... Rsss...)
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