terça-feira, 19 de junho de 2012

Contos que não se contam (parte 2)



2.

E segui noite a fora; rua à dentro, rumo ao desconhecido... Affff!... Nunca o desconhecido foi tão longe! O tanque da minha moto quase seca! Mas cheguei. E torci para que, na volta, houvesse um posto de gasolina aberto. Senão, teria que empurrar a Virago preta e prata por todo o caminho de volta...

O lugar era bem esquisitinho. Típico filme de terror “B”. Tá, “C”. A casa era muuuuito escrota. Acho que nem tinha energia elétrica. Peguei minha mochila e me aproximei das janelas. Depois da porta. Comecei a observar o lugar. Estava tudo escuro. Não dava pra ver nada! Então, toquei a maçaneta.

- Tem certeza que vai entrar? – disse a voz de veludo, quase soprada, em meu ouvido.

- Porra! Você me assustou! – E me virei. 

A visão foi bem melhor. A voz de veludo tinha um rosto de anjo! Aquilo me animou... Bastante. O que quer que seja o trabalho, ver aquela mulher já pagava o stress.

- Aconselho a abrir sua mente. As coisas aí dentro são bem estranhas. Eu mesma não consigo entrar. Parece coisa de outro mundo...

- De outro mundo é você, meu bem! 

Ah! Não tinha nada a perder mesmo. Só o cachê, claro. Mas estar ali, naquele fim de mundo desgraçado, com aquela mulher valia a pena. E se rolasse um “clima”? Já era lucro, mermão! 

- Deixa de bobagem, meu bem! Vem comigo que você não só vai entrar, como não vai ter mais vontade de sair de lá dentro!

Ela deu um passo para trás. 

- Entre só. Faça o trabalho. Receba. E, se fizer bem feito, pode ter um pouco mais.

- Agora você falou tudo! Já tô entrando!

E assim foi, passo a passo, pé ante pé, sem lanterna nem nada. Só coragem e tesão... E também coração na mão. Que casa mais FRIA! Brrrrr...

(Guilherme Ramos, 19/06/12, 22h25. Atendendo a pedidos... A segunda parte da história. E ainda tem mais por vir! Se vocês quiserem!... Rsss...)

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