quarta-feira, 20 de junho de 2012

Contos que não se contam (parte 3)



3.

Que casa mais FRIA! Brrrrr... Só faltava nevar lá dentro! Um absurdo! Mais estranha era a impressão de que o lugar era maior por dentro do que por fora... Mas não... Devia ser a escuridão. Era só impressão.

De repente, uma sombra. Um ruído qualquer. E eu, claro, me assustando a toa. Não devia ser nada. Mas... nada faz barulho? Porra, que sensação de “fudeu” bateu em mim, de repente. Olhei para trás, pensei em voltar... Mas não. A voz de veludo me contratou para limpar essa casa e eu vou limpar. 

Erroneamente, vocês devem estar pensando que sou algum tipo de faxineiro. Não, não sou. Alías, até sou, mas não de poeira, sujeira normal. Eu limpo casas... de almas sebosas. Sim! Sebosas! Aquelas que não se tocaram que a vida acabou pra elas, que elas são apenas vapor de adubo humano, pré-merda astral rumo ao oblívio. Que seu apego as prendeu num canto podre da terra e que eu sou seu instrumento de libertação. As demais... que descansem em paz.

- Merda de casa velha... – Eu me sentia rezando um terço para exorcizar um demônio. É, não surtiria efeito. - Mas que merda eu estou fazendo aqui?

- Q...Q...Quem está aí? – Disse uma vozinha esquisita, vinda do fim do corredor.

Mesmo querendo ficar onde estava, meu corpo foi impelido para a escuridão, num convite irrecusável jamais sentido. Seria a morte me chamando? Ou a coragem inesperada do desespero? Curiosidade? Era pagar pra ver. Nem que fosse com a vida.

(Guilherme Ramos, 20/06/12, 23h19. A terceira parte da história. Está fluindo. Escrita automática é uma loucura. Você não pensa muito. Escreve, escreve, escreve... E a história se cria. Nesse capítulo, fiz muitas modificações do original. Não sei se devia, mas revisei e cortei um pouco do "humor negro" que estava surgindo. Meu estilo é mais sombrio. Até amanhã e até o capítulo 4!)

0 comentários:

Postar um comentário

Sua participação aqui é um incentivo para a minha criatividade. Obrigado! E volte mais vezes ao meu blog...

 
;