sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Noiva




Era noiva.

Mas não foi assim, sempre.

Já foi moça.

Cheirava à juventude, à inocência, à curiosidade. E na sua busca por algo que jamais compartilhou, encontrou.

Ficou assustada, no início, mas depois... Depois foi bom. Muito bom. Ficou seca, ficou molhada. Ficou. E ficou novamente. Não conseguia mais parar.

Ele era excitante. Seu cheiro de homem maduro era mais do que ela podia resistir. Sentia-se protegida, adorada, amada, idolatrada... Salve, salve!

E os momentos de prazer foram únicos. Mas precisavam parar. Sua juventude amadureceu e precisava partir. Seguir com sua vida. Crescer.

Foi confuso explicar que gostava tanto daquilo que precisava parar. Porque era sonho. E sonhos são interrompidos pela manhã. No seu melhor momento. Era isso que os fazia inesquecíveis. Duráveis. Memoráveis.

Sempre queremos sonhar esses sonhos novamente. Quase sempre fracassamos. Eles não se permitem repetir. Quase que nos incentivando a ter... outros. Diferentes. Maiores. Melhores.

Como ele foi para ela. E, tal qual um sonho bom, precisava acabar. Para recomeçar, num outro momento. Com outra pessoa. Nunca igual. Deveria ser melhor. Porque ele foi e sempre será inesquecível. Instigador. Inspirador. De certa forma, renovável. Como o ar que respiravam: substituído por outra quantidade de oxigênio.

Haviam lhe ensinado que isso se chamava “amar”. Mas não aprendeu essa lição. Preferiu ser autodidata e, como em toda obra de arte, precisava começar com um rascunho, um esboço. Ela decidiu começar tudo de novo.

Até dizer que...

Era noiva.

Mas não foi assim, sempre...

(Guilherme Ramos, 05/04/2013, 2h31. Quando eu só queria... dormir.)

[Mais um conto da série... "Sobre Mulheres e Fêmeas"...]

Imagem: Google.

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