sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Discurso da Dança



Quando gestos são palavras e o corpo pronuncia frases, a dança sem precedentes narra a história sem fim da misteriosa personagem: você. Sua precisão me comove. A narrativa emociona o mais insensível dos públicos. Tudo porque você fala com a alma. E ela é poliglota. É musical. É matemática. É universal.

Cada gesto, "contragesto", tempo e contratempo vem na hora certa. Não há prolixidade. É preciso. E, mais preciso ainda, é a necessidade de se expressar. De dizer o que nem mesmo se sabe ao certo, mas se tem certeza de existir.

É coisa que consome por dentro. É sentimento. É razão sem constrangimento. É a arte de fazer. A dança, essa menina de milhões de anos, já se apresenta por si só há gerações. E, em cada época adquiriu seu significado. Mas é hoje, nas sinuosidades do corpo que se movimenta numa (quase) concentração iogue, que toma formas tão contemporâneas.

A análise do discurso apresentado é bem claro: pense o que quiser. Porque dizer o que se quer fazer (e o que se quis dizer) é didático demais. Ele quer fazer pensar profundamente e não dar apenas respostas superficiais. Ele quer dançar. Como se respira. Necessariamente. Completamente. Biologicamente. E nós, meros expectadores de sua arte, agradecemos.

Aos meus amigos e amigas bailarinos (e aos que ainda vou conhecer), esses que constroem a melhor das narrativas que tenho conhecimento: quando um gesto é maior do que milhões de palavras, minha contribuição é, no mínimo, o aplauso.

(Guilherme Ramos, 08/02/2013, 13h13. Só porque hoje é sexta-feira, antes do carnaval 2013. Mas isso soa como homenagem aos artistas que se doam de corpo, alma e argumento, através da – bela – dança que fazem. Feliz em ter vocês por perto! Tornam minha vida mais vida e meu sentimento mais sentimento.)

Imagem: Fotolog de Márcia Oliveira. Todos os direitos reservados.

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