Quando gestos são palavras e o corpo pronuncia frases, a dança sem precedentes narra a história sem fim da misteriosa personagem: você. Sua precisão me comove. A narrativa emociona o mais insensível dos públicos. Tudo porque você fala com a alma. E ela é poliglota. É musical. É matemática. É universal.
Cada gesto, "contragesto", tempo e contratempo vem na hora certa. Não há prolixidade. É preciso. E, mais preciso ainda, é a necessidade de se expressar. De dizer o que nem mesmo se sabe ao certo, mas se tem certeza de existir.
É coisa que consome por dentro. É
sentimento. É razão sem constrangimento. É a arte de fazer. A dança, essa
menina de milhões de anos, já se apresenta por si só há gerações. E, em cada
época adquiriu seu significado. Mas é hoje, nas sinuosidades do corpo que se movimenta
numa (quase) concentração iogue, que toma formas tão contemporâneas.
A análise do discurso apresentado
é bem claro: pense o que quiser.
Porque dizer o que se quer fazer (e o que se quis dizer) é didático demais. Ele
quer fazer pensar profundamente e não dar apenas respostas superficiais. Ele
quer dançar. Como se respira. Necessariamente. Completamente. Biologicamente. E
nós, meros expectadores de sua arte, agradecemos.
Aos meus amigos e amigas bailarinos
(e aos que ainda vou conhecer), esses que constroem a melhor das narrativas que
tenho conhecimento: quando um gesto é maior do que milhões de palavras, minha
contribuição é, no mínimo, o aplauso.
(Guilherme Ramos, 08/02/2013,
13h13. Só porque hoje é sexta-feira, antes do carnaval 2013. Mas isso soa como
homenagem aos artistas que se doam de corpo, alma e argumento, através da –
bela – dança que fazem. Feliz em ter vocês por perto! Tornam minha vida mais
vida e meu sentimento mais sentimento.)
Imagem: Fotolog de Márcia Oliveira. Todos os direitos reservados.
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