terça-feira, 17 de junho de 2014 0 comentários

Todo mundo carrega um coração partido


Hoje eu vi uma foto sua. E gostei. E não gostei. E sorri. E chorei.

Não sei porque fiz isso. Sim, sou desses. Não sou melancólico, paranoico ou qualquer coisa do tipo. Sou humano. Demais. Confesso. E isso não me traz tantas vantagens quanto pensam. Pesa. Tonelagens não bastam até que perceba o quanto a gravidade me arrasta para baixo, buscando o equilíbrio suficiente para me manter de pé. Assim é meu dia a dia. Sem vê-la. Assim são minhas noites. Sem saber que você (ainda) existe. Sem mim.

Egoísmos à parte, tem sido assim. Não me lembro o tempo todo, mas todo o tempo tento esquecer você. E não tem sido fácil. Nunca foi. Nunca será. Porque o que tivemos não “foi” apenas bom. “Tem sido”. Bom. Ainda. Carrego dentro de mim, lembranças do que poderia “ter sido” os melhores dias de minha vida. Não sei da sua.

Todo mundo carrega um coração partido. Eu mesmo tenho dois. O meu e o de minha paixão. Que se tornou platônica. Partícula subatômica de um passado (quase) feliz. “Quase”, porque já foi passado, foi presente, mas não pôde ser futuro.O romance, que um dia foi leve, hoje se tornou mais duro. O amor, que se irradiava em cores pulsantes, deixou de ser vibrante e ficou escuro.

Das sombras, acesso uma série de memórias. Para mim, apenas histórias de fadas, de fábulas, enredos infantis, de fazer dormir. Pouco me importam outras paisagens, outras histórias, outras vontades; pouco me importam as verdades. São mentiras disfarçadas e, quando usadas, causam mais dor que contentamento. Estou farto disso. Assim, aproveito o seu sumiço e também desapareço de vez.

E, ao não me encontrar, bate aquele medo. Medo de não ser mais o mesmo. Mais do mesmo. De não me tornar “alguém” novamente. Mas sei que, lá no fundo, bem lá no fundo, por baixo da lama seca e endurecida, existe uma pessoa comum. Igual a você. Que só quer companhia. Que sabe se virar sozinho, que sabe ser feliz sozinho, que faz os outros felizes, sozinho.

Mas acompanhado é bem melhor.

E, ainda que a melhor companhia do mundo seja nós mesmos, sempre haverá um momento em que precisaremos de uma segunda opinião...

(Guilherme Ramos, 02/06/2014, 12h37.)

Imagem: Google.
 
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