terça-feira, 31 de dezembro de 2013 0 comentários

Novo Ano Novo, de Novo

Meu último crepúsculo de 2013...

Bem, aqui estamos. 31/12/2013. Poucas horas para mais um fim de ano. Para mim, nenhuma surpresa. Todos os anos são assim. Mas o que podemos fazer diferente? O que podemos não fazer e, assim, sermos diferentes? Não sei. Não é fácil, confesso. Não sou o melhor exemplo de vida perfeita - a seguir. Mas sou único. E tento fazer disso, minha mais humilde contribuição.

Perfeição para que? Senão para criar parâmetros para comparações e críticas aos ditos "imperfeitos"? Não, não, obrigado. Estou muito bem com minhas qualidades e meus defeitos. Eles se dão muito bem. Não perdem tempo com briguinhas idiotas, para provar quem e mais ou menos. Eles trabalham juntos. Ajudam-se. Complementam-se. São uma equipe dos sonhos. São meu termômetro. E apontam quando estou indo na direção certa ou errada. Cabe a mim, no meu livre arbítrio ouvi-los... Ou não.

Daí, vem minhas histórias. Alegres ou tristes. Mas são minhas. Minha vida. Meu aprendizado. Minha experiência e minha evolução. Assim, traço meus dias e noites; minhas madrugadas insones e meus amanheceres sonolentos. Um dia de cada vez. Uma noite por vez. Assim, humanamente. Não sou nenhum super-herói. Apenas faço minha parte, como todos deveriam fazer.

"Somente os heróis acordam pela manhã." (Essa frase ainda vai povoar suas mentes, não se preocupem...)

Estamos todos acordados ainda?

Bom dia para todos nós.

E feliz 2014.

(Guilherme Ramos, 31/12/2013, 20h41. Mas, postado agora, por motivos óbvios... Rssss...)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013 0 comentários

Tatuagem


O para sempre de sua tatuagem é sempre a minha melhor imagem. Eu lhe esculpi o corpo com prazer, não fiz nada apenas só por fazer. Havia sentimento, havia inspiração, havia gosto, cheiro, temperatura. Havia tesão. Havia amor. E, mais que isso: havia compreensão. Entre criador e criatura...

(Guilherme Ramos, 27/12/2013, 11h42.)

Imagem: Google.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013 0 comentários

Mosaicos


Havia apenas um mosaico. Em mim. Houve vazios, houve preenchimentos. Houve dedicação. Esmero. Vocação. O resultado pode ser contemplado pelas mais diversas plateias. O público que me visita e me conhece. O público afetivo. E afetado. Pessoas que vem e vão com os dias, os meses, os anos. E a minha vida fica. E segue em frente. A arte por mim imposta não deseja agradar a tudo e todos. Quer apenas agradar a mim. Acalmar o meu coração que, tal qual tal mosaico, precisa secar para ser concluído. A beleza que existe na obra de arte inacabada, não se compara ao seu término. A conclusão de um sentimento é similar. Com exceção de que não há críticos de arte. Há apenas críticos. E suas críticas de nada me interessam. Meu “mosaicoração” precisa de um tempo - apenas dele - para ficar pronto. E, ao ser concluído, será único. No mundo.

Para mosaicos serem feitos, é preciso quebrar azulejos, cerâmicas, vidros e afins. Assim como quebramos a cara, despedaçamos corações e fragmentamos sonhos. Parece cruel, mas é em prol da arte. Isoladamente quebrados, esses sentimentos-objetos servirão à construção de algo maior, híbrido, repleto de histórias separadas, que se tornarão outra. Diferente. Maior.

Corações, tais quais mosaicos, precisam passar pelo mesmo processo. Quebra, seleção de pedaços, reagrupamento, colagem, secagem e acabamento. A partir daí, estarão prontos. Para serem contemplados. Como merecem. Com a grandeza que nunca deveria ter sido empregada a outro. Semelhante. Porque nunca haverá outro igual. Nem mosaico, nem coração.

Mosaicos, tais quais corações, tem vida (im)própria. Passam por intempéries que os desgastam. Somente os de qualidade resistem. É um aprendizado lento, repleto de técnica, mas também da tradicional experimentação. É de “tentativa e erros” que se alcança o objetivo. Tentativa. E erros. Muitos erros. Somente assim chegamos aonde realmente queremos.

Corações. Mosaicos. Mosaicos. Corações. O que seriam, senão agrupamentos de sensações? Sentimentos. Sentidos. Ressentidos. Consentidos. Às vezes, sem sentidos.

Apenas mosaicos.

Apenas corações.

Assim como poesias são poesias; canções são canções.

(Guilherme Ramos, 26/12/2013, 17h01.)

Imagem: Google.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013 0 comentários

A Creditar


Difícil entender como é mais fácil acreditar em Deus (ou no diabo) do que acreditar no Amor.

Você sente o amor. Ou pensa que sente. Você quer estar com aquela pessoa, quer viver uma história com ela, quer sentir prazer com ela, quer ter filhos com ela...

Você sente Deus. Ou pensa que sente. Você quer estar com Deus, quer viver uma história com Deus, quer sentir prazer com Deus, quer ter... OK, isso não. Mas quer Deus com você o tempo todo.

Não há dúvidas que, na Sua infinita sabedoria, Deus nos fez sua imagem e semelhança. Sendo assim, quando nos amamos, executamos sua ordem maior que é “amarmos uns aos outros”. Mas, como fazer isso, se algumas pessoas se recusam a amar? Da mesma forma, há pessoas que se denominam ateus (que não acreditam em Deus). Esses é que nunca vão amá-lo...

Existem, então, “ateus do amor”, eu poderia deduzir. Aqueles e aquelas que não abrem mão da desconfiança, do medo da dor (que supostamente vem com o amor). Mas por que o amor precisa machucar? Acho que não machuca. Não o amor propriamente dito. Não foi Deus quem o criou? Assim com criou todos os sentimentos: perdão, tristeza, alegria... Ah! Perdão não é sentimento? Ok. Frieza também não é. Mas muita gente sente. E se ressente. E perdoa. Mesmo que doa. Perdão é isso.

O “amor” (bem aspado mesmo) passado decepcionou? E o que tem o novo amor com isso? Amor é fênix que se renova a cada nova morte. Das cinzas, transforma-se em algo diferente. Um novo norte. Assim como o amor. Precisamos deixar que o amor aconteça como fazemos com Deus. As pessoas falam para acreditarmos em Deus. Eu falo para acreditar no Amor. Deus criou o amor. Fazendo uma coisa, acontece a outra.

Então, por que não acreditar em ambos? É uma combinação sagrada. Que faz bem sem olhar a quem.

Mas e o diabo?

Acho que é melhor culpá-lo por uns parágrafos anteriores. Mas, claro, que ele não fez tudo sozinho. Não tem competência pra isso. Precisou da ajuda de muita gente. Que, descrente (do amor), fez-se outra imagem e semelhança...

Inferno mesmo. Não de fogo, devorador. Mas de frieza. Humana. Pior que a pior madrugada chuvosa. Pior que a neve do sul e sudeste. Pior. Apenas isso já basta.

Enquanto isso, eu fico aqui, meio ateu, meio crente, mas totalmente presente. Nos sentimentos que possuo. E que sei, sem nenhuma dúvida de errar, que não sou o único.

Amar é viver. Melhor. Nem que seja amor próprio. Já é um big bang de mudança. Criando um mundo melhor. Senão para si, para o próximo. E lá vem outra máxima:

“Amar ao próximo, como a si mesmo...”

Fazendo a minha parte em 3, 2, 1...


(Guilherme Ramos, 16/12/2013, 2h26.)

Imagem: Google.
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Breves Diálogos (6)


6. Agressão

- E, então, ela me esbofeteou. Ela me machucou, tá vendo? Olha a marca!
- Mas é apenas batom.
- Foi o que eu disse, ela me esbofeteou. Ela me machucou, tá vendo? Olha a marca!

(Guilherme Ramos, 16/12/2013, 00h05.)
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013 0 comentários

Quando me Apaixono


... E quando me apaixono, esgoto toda e qualquer possibilidade de criação. Fico, assim, desmedido, insultado, mas com vontade de te ter. Minha poesia é vazia, ou vadia, vá lá saber! Eu só rimo isso com aquilo. Eu só penso em você. E falar de você, tão bem assim, não tem como, não há como concluir. Porque assim, com você, vivo em asilo. Politico. Bendito. Para você. Para mim. Eu sou assim. Assim, quando me apaixono, fico sozinho, na arte. Fico repleto na vida, fico sem mais nem menos, fico só ao seu lado e fim. O que procuro não é rima, é vida. Ao lado de quem bem me quer. Só a mim. É meio piegas, mas é verdade. Vem com a idade. E fim.

(Guilherme Ramos, numa noite dessas, numa hora daquelas...)

Imagem: Google.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013 0 comentários

Breves Diálogos (1)


1. Cama

- Podemos ficar aqui na cama, apenas abraçados?
- Claro. Ou você acha que eu quero apenas sexo como você?
- Não sei. Você é homem. tem suas necessidades...
- Tenho. Adoro sexo. Mas não trocaria a possibilidade de ficar o resto da minha vida ao seu lado por apenas uma noite de prazer.
- ...
- Mesmo que essa noite também fosse com você.

(Guilherme Ramos, 11/12/13, 18h.)
terça-feira, 10 de dezembro de 2013 0 comentários

Colheita


Vem de antes da guerra, o sentimento que cultivo para nós dois.
A colheita vencerá a entressafra, as intempéries e todas as pragas.
Meus cuidados são os melhores: para o agora, o antes e o depois.
Minhas esperanças são mais fortes do que as lâminas das espadas.

Viver plantando você em mim e eu em você, tem sua vantagem:
É um cultivo prazeroso, romântico, dedicado e autossustentável.
Não há opção senão dedicar-se e até enfrentar alguma estiagem,
Mas no fim, não há tristeza: só há amor e carinho. Meigo, afável.

Toda e qualquer guerra tem seu fim. Não há quem lute sempre.
Morrem vilões, heróis, corajosos, covardes, enfim, morre gente.
Não há exceção que subjugue a temida regra: está vivo? Morre!

Mas nossa colheita resiste. Renasce. Cresce. Firme. E sobrevive.
Saciando a fome de dois amantes - eu e você - no mundo livre...
Nosso amor-livre está a salvo. Ele vive. Solto. Anda, voa, corre!


(Guilherme Ramos, 10/12/2013, 18h30.)

Imagem: Google.
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Dezembro


E de repente, dezembro.
Se bem me lembro,
O seu dia é aqui.
No mês do verão,
Que virá, em breve,
De leve, volta pra mim...

(Guilherme Ramos, em dezembro, numa hora mais que especial...)

Imagem: Google.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013 0 comentários

O Amor




Amor é palavra falada, pouco usada de verdade,
Também é essa coisa, doida, sem limites, perdida.
O amor é tanta coisa e quase nada, com a idade,
Se comparado ao que sinto por você nessa vida.

Amor é prato, garfo, colher e faca em mesa vazia,
Também é fome, duas mãos e boca em mesa farta.
O amor é desjejum, almoço e jantar que me sacia,
Mesmo não sendo comida, nutre. Não se descarta.

Amor é. Amor foi. Amor será. Não há quem negue.
Amor é tudo e não é nada. Mas quando é entregue,
Não fica uma só pessoa ao relento, sem nada fazer.

Amor corrompe corações vazios e sem sentimento!
Amor escolhe todos os seus por puro merecimento.
E não tente fugir. O amor existe para nos envolver.


(Guilherme Ramos, 05/12/2013, 00h54.)

Imagem: Google.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013 0 comentários

Eu Já Amei


Eu já amei. Ah! Se amei! A vida é assim mesmo, um eterno recomeçar. Engana-se quem acha que se morre quando um relacionamento acaba. Morrem os bons momentos, os beijos, o sexo, a companhia, os abraços, o cheiro. Do outro. Mas ficam os seus bons momentos, a sua capacidade de beijar outra pessoa, o seu jeito único de fazer sexo, a sua presença – para ser companhia de outro alguém, os seus abraços, o seu cheiro...

Ficam tantas coisas – que podem ser partilhadas com outra pessoa, que você nem deveria se lembrar do que passou, do que houve, do que lhe entristeceu. Acabou. Admita. Acabou. Mesmo. Mas você permanece. E você é sua melhor companhia. Mesmo. Não há ninguém igual a você. Então, você para de choramingar e segue em frente. Porque, depois, sempre vem mais gente.

E a coisa se repete. E mais uma vez. E mais outra. E outra. Num ciclo previsível até que você acha que já sabe se virar sozinho. Aí, acontece novamente. Mas diferentemente. E como é isso? Ninguém sabe explicar. Não se ensina na escola, na faculdade, no barzinho, no cabaré, em nenhum lugar. Só a vida mesmo sabe como nos mostrar.

Mas a gente precisa saber enxergar isso. É meio estranho, no início. Você se sente um alienígena desgraçado. Quer voltar para casa, para o útero da mãe, para os confins do universo, para o big bang, mas não quer passar por isso novamente. Mas passa. E se entrega. É inevitável. É bom. Aliás, é ótimo!

E as coisas são diferentes. A pessoa cuida de você; você cuida dela. A pessoa se declara; você se declara para ela. Ela viaja, você sente falta dela. Você viaja, ela sente falta sua. Seu aniversário não tem mais graça sem ela; ela nem celebra essa data sem você. Carnaval, São João, Dia das Crianças, Natal, Ano Novo... O que é isso, se não estão juntos? Nada se compara a essa sensação.

E, ao mesmo tempo, tem suas próprias vidas. Individuais. Pessoais. Cada um por si. Cada um na sua. Com sentido. Com um norte definido. Sem dores pelo corpo ou pela alma. São felizes assim. Voltar para casa para ver o outro é um bônus que a vida lhes concede, não uma obrigação enfadonha. É divertido, não tedioso. É mais que bom, é maravilhoso.

É partilhar, não partir. É um futuro que qualquer um deseja, mas tem medo de tentar. E, quando surge a oportunidade, às vezes, estamos ocupados demais lamentando o passado. Quando menos se espera, o passado se faz presente novamente. E só nos resta repeti-lo como tolos.

E começamos pelo mais básico dos básicos. Repetimos, num mantra maligno, digno de fim do mundo:

- Eu já amei. Ah! Se amei!...

(Guilherme Ramos, 03/12/2013, 21h04.)

Imagem: Google.
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Montanha


Dormi à sombra da montanha erguida entre nós.
A sensação de vazio só não foi mais estranha
Que acordar o pensamento-dor nas entranhas,
Ratificando que juntos, só estávamos mais sós.

A montanha ainda está lá. Completa. Intacta.
Não se move. Imóvel. Imóvel. Não se move.
Não se importa. Não se fere. Não se impacta
Com minhas investidas inúteis; rimas pobres.

À montanha, errada, resta apenas... esperar.
Ao errante, montam-se as chances de mudar.
Sem saber que seu destino já estava escrito.

E segue o ato, abstrato, o fato desconhecido,
Não lhe havia mais nada a ser concedido...
Só. Ser. Pária, estorvo, anjo caído, proscrito.

(Guilherme Ramos, 27/11/2013, 15h49.)

Imagem: Google.
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Ouve: Houve


Houve um por
Do Sol
Por vir.
Houve um. Repor
De só
Servir.
Ouve um por
Favor
Seguir.
Ouve um, 
Por si, só. 
Ouve. Houve.
Um. Só.
Sentir.

(Guilherme Ramos, 03/12/2013, 00h54. Inspirado pela foto de Larissa Fontes.)
sexta-feira, 29 de novembro de 2013 0 comentários

Eu Quero Apenas...


Eu quero apenas ser eu mesmo. Com você. Sem você. Sempre. Apenas eu mesmo. É difícil manter a promessa, porque o mundo insiste em nos fazer diferentes para cada pessoa, situação, local e momento. Longos momentos, por sinal.

Eu quero apenas ser eu mesmo, ao menos, quando estamos juntos. Quando você é você mesma. Quando eu sou eu mesmo. Quando somos nós e mais ninguém. Porque todas as máscaras se tornam inúteis quando nos encontramos. Ainda bem.

Eu quero apenas ser eu mesmo quando chorar em seu ombro. Quando aparar suas lágrimas, quando amparar seu temor, seu corpo e alma ameaçados pelo desconhecido mundo de desigualdade que assola nosso mundo – tão fantasioso. Eu quero apenas ser eu mesmo, porque de estranhos conhecidos, já estamos sufocados demais. E não é pouco.

Eu quero apenas ser eu mesmo, quando confessar meus defeitos, meus medos, minhas angústias, minhas inseguranças, minhas dores, minhas decepções, meus mais profundos e estranhos segredos. E me sentir seguro.

Eu quero apenas ser eu mesmo quando partilhar minhas qualidades, minhas ousadias, meus contentamentos, minhas certezas, meus prazeres, minhas satisfações, meus mais profundos e maravilhosos segredos. E me sentir – ainda mais – seguro.

Eu quero apenas ser eu mesmo, porque sendo eu mesmo, sou mais eu para mim. E, mais ainda, para você. Ser-se é mais importante que estar-se. É mais íntimo. É mais pessoal. É mais sincero. E apaixonável.

Eu quero apenas ser eu mesmo para não precisar dizer nada ao mundo. Dos outros. Não há mais nada a ser dito. Que já não tenham dito. Não nasci para ser mais um. No mundo. Um repetidor. Do mundo. Sou apenas minha palavra. E minha ação. Para mim. Para você. Para o “nosso” mundo.

Eu quero apenas ser eu mesmo. E gostar. Ser eu mesmo para compartilhar-me com você. Com seus sentimentos. Com meus sentimentos. Como um só ser. Num eterno aprender.

Eu quero apenas ser eu mesmo e não ter medo de você me achar louco. Pelo menos não mais louco que você.

Eu quero apenas ser eu mesmo.

Eu quero apenas ser eu.

Eu quero apenas ser.

Eu quero apenas.

Eu quero.

Eu.

E você?

(Guilherme Ramos, 29/11/2013, 13h30.)

Imagem: Google.
terça-feira, 26 de novembro de 2013 0 comentários

Ela


Ela me deixa confuso. Às vezes. Nem sempre.
Também me deixa cansado com suas artimanhas.
Talvez eu esteja só despreparado. O corpo sente.
No fim, é mais fácil assumir todas. Minhas. Manhas.

Ela é mais do que demais. Minha. Somente minha.
Ela é um espetáculo. Completa. Absoluta. Real.
Ela me acompanha, mas não só fortalece, definha.
É a mais profunda certeza que guardo. Ponto final.

Se eu a esqueço, vem logo uma cobrança inesperada.
Eu falo sério! Não é tão simples esquecê-la, rapaziada!
Ela é tão presente quanto o ar que respiro. É verdade!

Não tem coroa, ninfeta ou outra que se compare.
Não há diferença que se registre/conteste/depare:
Quando chega, arrasa. Mas eu me refiro à idade.


(Guilherme Ramos, 26/11/2013, 00h31. 41 aninhos... E está tudo bem! Rsss...)

Imagem: Google.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013 0 comentários

Amor. De Homem


Apesar das constantes contestações, homens amam, sim. Muitos negam. Outros tantos fingem não saber do que se trata. Talvez, por uma defesa (indefesa), uma necessidade de ser o mais forte em todos os sentidos. “Sentir” é sinal de fragilidade. E fragilidade é coisa de mulher. Mulher é que é o “sexo frágil”. Nossa! Quanta bobagem em tão poucas linhas, não é mesmo?

Homens sentem. Muito. Sentem falta de alguém, mas preferem não dizer a ninguém. Talvez a um amigo mais próximo, companheiro de futebol, de bar, de saideira. Mas sentem. Expressar o que sentem é que foi podado pela sociedade – que prega que homem não deve chorar, não deve se emocionar, deve ser forte como uma rocha indestrutível e rude – pelo bem da humanidade.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que defenderam suas pátrias do inimigo.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que salvaram princesas de dragões.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que iniciaram mais guerras sem sentido. E sem fim.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que escravizaram princesas, estupraram plebeias, enfim, foram eles próprios piores que os “dragões”.

Então, para que escolher essa carapaça sem sentido que é “ser forte”? O que é ser forte, senão ter argumentos falhos para explicar sua estupidez e sua falta de bom senso? Ou ainda: ser o que se quiser ser, em prol de uma lei barata que se espalha no mundo e nos traz apenas infelicidade? De que adianta ser forte, sem paz interior? De que adianta ser forte, se não temos amor no coração? Se não há alguém para partilhar os bons e maus momentos? Ser forte é isso? Para mim, isso é ser fraco.

Porque quando um homem ama, ele se põe de igual para igual com qualquer um. Ele é único. Possui um sentimento nobre, livre de aberrações do passado.

Quando um homem ama, ele usa toda a sua força por esse amor.

Quando um homem ama, ele vence os limites da dor, do frio, da fome, em nome desse amor.

Quando um homem ama, ele é poeta, músico, massagista, dançarino... mas também pode ser militar, médico, maluco, sadomasoquista...

Quando um homem ama, ele desanda. E faz tudo o que uma mulher quer. Tudo o que ela precisa. Tudo o que ele precisa. Faz porque faz. E nada mais importa.

Quando um homem ama, ele cuida de sua mulher, sua prole, sua família.

Quando um homem ama, ele é forte, fraco, não importa: ele quer apenas amar.

Amar e ser forte. Parece incoerente, mas reflitamos: existe, no mundo, alguma coisa mais forte do que o amor?

Ame. Primeiro. Seja forte, por consequência.

Mas assuma. Sobretudo, as consequências.


(Guilherme Ramos, 25/11/2013, 18h30.)
quarta-feira, 20 de novembro de 2013 0 comentários

Viagem


Vou pegar o carro, vou seguir estrada,
Sem me preocupar aonde eu vou parar.
Não sei se sigo só ou com a namorada,
Só sei que aventura não pode faltar.

Viverei como cigano da própria vida,
Sem desmerecer o meu porto seguro.
Sigo um plano de chegada e de partida.
Por que me prender num quarto escuro?

Não sei se volto o mesmo ou só diferente.
Não sei se quero voltar. Sei lá, gente...
Difícil saber um final que nem aconteceu.

Apenas viver. Cada segundo. Cada momento.
Como se fosse a última chance, argumento.
Afinal, ao final, fui. Feliz. Sendo apenas eu.

(Guilherme Ramos, 20/11/2013, 20h55.)

Imagem: Google.

terça-feira, 19 de novembro de 2013 0 comentários

Ausências


Ausência, a sua, faz tanto mal para mim,
Quanto me faz a asma, que me nega o ar.
Busco, em vão, ter de você um "volto, sim",
Mas sua não-presença só causa mal-estar.

Bronco-diletante, dilato o verbo errante,
Procuro desasfixiar meu já sofrido pulmão.
Febre, dor, insônia, infecto-contagiante,
Entorpece-me a vida; enfraquece o coração.

Mórbido pensar; mais ainda: falar, sentir.
Não desejo isso a ninguém, não vou mentir.
Tal sofrimento é apenas para minha pessoa.

Não sou louco, apenas sei que você tem a cura.
Seu sorrir, seu chorar, sua presença mais pura,
Para eu me sentir melhor, não viver tão a tôa.

(Guilherme Ramos, 18/11/2013, 16h33. Doente. Pelas ausências que a vida nos proporciona.)

Imagem: Google.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013 0 comentários

Fadas Baratas


Arcádia, madrugada.

- E NUNCA! NUNCA MAIS VOCÊS SERÃO AS MESMAS! Irão pagar! Cada milímetro de sua bondade idiota irá transfigurar-se em ódio! ÓDIO DA HUMANIDADE contra vocês! NOJO! Ninguém conseguirá mais olhar para vocês sem desejar matá-las! Esse é o legado que eu deixo. Essa é a maldição que eu lanço! AGORA!

E num gesto rápido, Aphelle de Phebbe pôs a perder toda uma existência. Ninguém, no alcance de seu olhar restava impune. Ninguém, em toda Arcádia, superaria o feitiço. O ódio de uma fada das sombras é indefensável. O ódio, em si, é atributo dos brutos. De sentimento. De coração. A força malévola do caos instaurou-se nos poros de cada ser presente e os fez sucumbir – um a um – até nenhum deles restar. Nem mesmo Aphelle. Agora, havia apenas insetos. Baratas. Rastejando por todo o lugar. Transbordando por todos os cantos, transbordando pelas margens do mundo faérico, infestando as cidades dos homens. Como uma praga. E, como tal, precisava ser erradicada.

*

Aqui, pela manhã.

Acordar não era tarefa fácil para todos. Principalmente aos domingos. A difícil vontade de ficar na cama era mais forte que qualquer coisa. Daí, a visão de uma barata, em cima das cobertas, pareceu o incentivo necessário para que...

(...)

(Guilherme Ramos, 15/11/2013, 00h52. Uma nova história que está por vir. Aguardem...)

Imagem: Google.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013 0 comentários

Oração


Por mais que os seus olhos insistam em chorar,
No seu íntimo, eu sei da alegria que você tem.
Como uma oração, que emociona e me faz lembrar,
Sua presença é tão marcante, maior, mais além.

Não discutirei qualquer razão que a deixe assim.
Será temporária, acredite. Já passei por isso...
E sobrevivi. Veja como estou, olha para mim:
Sou resultado das provações, tenha fé nisso.

Perigo maior é não aprender com nossos erros.
Não encare desafios como se fossem enterros.
Você tem mais vida que muita gente bem ruim.

O mundo é um livro. Vá, escreva a sua história.
E a cada covardia contra você, por mais inglória,
Ignore. Ame. Viva. Seja a oração que há em mim.

(Guilherme Ramos, 04/10/2013, 9h43. Para você, minha oração, com plena devoção...)
terça-feira, 12 de novembro de 2013 0 comentários

Meu Sorriso


Meu sorriso está ferido, mas ainda existe.
Tem cicatrizado, entre um ou outro chiste.
Meu sorriso anda meio amarelo, sem graça,
Tem fingido alegria em meio a tanta desgraça.

Mas ele está muito bem. Entre meus lábios.
Ao seu (e ao meu) alcance. Pode aproveitar.
Não me cabe fingir, escondê-los, sábios,
Seu desejo é apenas beijar, beijar, beijar...

(Guilherme Ramos, numa noite dessas, num horário qualquer...)
segunda-feira, 11 de novembro de 2013 0 comentários

O Que Fazer?


E a madrugada, ah! madrugada! Nada tem a ver comigo e meus sentimentos. Sentimentos estão presentes dia a dia, nesse mar morto de emoções. Então, o que fazer sem dar na telha? Poesia, diriam poetas. Cirurgia, diriam os médicos. Terapia, diriam psicólogos. Amaria. Diria quem diria. Quem? Diriam. Quem. Diria. Alguém. Quem nostalgia. Que loucura, em volumetria. Alguém. Geográfico. Numa cartografia. Alguém fotográfico. E que fotografia! Alguém. Ninguém. Depende. Da química, do português, da... sintonia. Por mais que não entendam: vale tanto a história quanto a geografia. Matematicamente, fisicamente, biologicamente, filosoficamente, a importância que alguém faz para o outro é inexplicável. Não há língua (natal ou estrangeira), não há gramática, redação ou situação corriqueira. Apenas há. Amor. Pra que mais? Pega a sua vida e corre atrás! Seja você moça ou rapaz. O que importa não é o que se sente, mas o que se faz! Por menor que seja; por menor que se esteja, é sempre melhor dar um passo a frente. O importante é conhecer. Gente. Mais nova, mais velha, da mesma idade. Conhecer. E se envolver. Fazer valer. O resto? O resto é boato. Apenas faça. Um bom ato. E tenho dito. Real. Abstrato. Mas um bom trato.

(Guilherme Ramos, 11/11/2013, 00h35.)

Imagem: Google.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013 0 comentários

Promessa


Prometo a mim mesmo não fazer planos
Que rimam tão pobremente com enganos
Meros erros irritantes de execução.
Prometo a mim mesmo não mais procurar
Nem você, nem ninguém, alguém para amar.
Cansei de toda essa incoerente enrolação.

Não existe motivo, razão ou desculpa
Para elogiar quem apenas me insulta.
Não posso fazer todas as minhas vontades.
Por isso, resguardo-me de apenas tudo.
Por isso, não falo, não grito, eu mudo,
Esperando para ver ressurgirem verdades.

(Guilherme Ramos, 27/10/2013, 00h55)

Imagem: Google.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013 0 comentários

EU-Livro


Minha vida é um livro de 'falhas' em branco.
Nelas, escrevo o que quiser. No tempo certo.
Nem sempre há inspiração ou tempo santo,
Nem sempre esse livro pode ser aberto...

A história que escrevo vai e vem, sem fim.
Reescrita, não vive presa como um refém.
Acredita: mudo-a todo tempo, não só por mim,
Mas por você, que me lê assim, sempre além.

Sou autor da minha história e você, leitora,
Viveu-morreu dentro de mim, tão sonhadora.
Virou lenda, mito, texto de domínio público.

Minha editora, revisora, ghost writer, crítica,
Não me permitiu uma segunda edição, lícita.
Decidi pelo copy left: download livre e súbito.

(Guilherme Ramos, 30/10/013, 23h24.)

Imagem: Google.
terça-feira, 29 de outubro de 2013 0 comentários

Prazer


Era pra ser apenas eu, você e o prazer. Prazer de ter alguém nos momentos de menos auto-suficiência. Prazer carnal (e coisa e tal). Prazer de ter alguém ao lado, dar boas risadas juntos, beber – quem sabe – uma cerveja, uma vodka ou mesmo um vinho. Prazer de assistir a um filme, falar do dia de trabalho, dos filhos. Prazer de viajar, mesmo sem saber direito o caminho ou para onde ir. Prazer. De sermos nós mesmos. Sem máscaras. Sem mentiras. Sem joguinhos.

Prazer era um ter o outro. Sem sufoco. Prazer era saber viver. Sem o outro. Prazer era se ter. Com o outro. Sem o outro. Mas saber: cada um carregava a pena e o chumbo de compartilhar sentimentos. Prazer era tocar a pele. Prazer era beijar a boca. Prazer era ficar bem coladinho. Com – ou sem – roupa. Prazer era uma confusão no juízo. Prazer era nem ter juízo. Prazer era enviar SMS, e-mail, postagem no Facebook e telefonar. Pra dizer a mesma coisa. Que se tinha prazer. Em conhecer. Alguém como o outro.

Prazer era perder a noção do tempo. Prazer era voltar no tempo. Prazer era saber: não se podia perder – mais – tempo. Prazer era estar cansado de um dia tortuoso e, mesmo assim, guiar o carro até a casa do outro. Prazer era não ter onde estacionar e, mesmo assim, arriscar uma multa. Prazer era ter sorte e não ser multado pela contramão de sentimentos recíprocos. Prazer era inventar essa história “cabeluda” só pra divertir o outro. Prazer era tanta coisa e quase nada. Prazer era varar a madrugada, escrevendo – por puro prazer – poesia e música para a pessoa amada.

Prazer era. Mas dizem que deixou de ser. Prazer foi. Não se pode crer. Basta lembrar – com prazer – o que ainda está por vir. Prazer é isso: mais do que um monte de coisas, cheiros, momentos, ausências, presenças, conseqüências. Saudades. Prazer é “parabéns pra você”. Prazer é urso de pelúcia. Prazer é champanhe barato, nunca aberto, por falta do que fazer. Prazer é vinho tinto, seco, tomado como se fosse suave, tamanho era o prazer.

Prazer é insistir. Acreditar. Sonhar.

(Re)Começar. (Re)Encontrar. (Re)Viver.

Sem parar.

Eu não paro.

Não pare também.

Não se permita esquecer.


(Guilherme Ramos, 29/10/2013, 1h16. Inspiração na VI Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Agora, acho que já posso dormir... Porque daqui a pouco... Tem trabalho! Rssssss...)

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013 0 comentários

Crença


Porque é preciso acreditar no sonho
Até nele se perder...
E não deixá-lo ficar "medonho"
Quando a realidade amanhecer...

(Guilherme Ramos, 23/10/2013, 21h23.)

Imagem: Google.
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Nada


A poesia não me leva a nada.
Só o coração. Só ao coração.
O coração da pessoa amada.
A poesia não me leva nada.
Só me deixa em claro...
... em meio à escuridão.

(Guilherme Ramos, 23/10/2013, 20h05.)
quinta-feira, 17 de outubro de 2013 0 comentários

Conceitos


Pequeno gigante. Era assim que ela me chamava. Também chamava de meu amor, amor, amore, meu bem, minha vida... Chamava de palavras incompreensíveis, palavras impronunciáveis, palavras que não eram palavras, eram gestos linguísticos. A língua que falávamos era ininteligível – para os outros. Mas para nós... Ah! Era doce como hidromel; salutar como um bálsamo e mais poderosa que a pena de Shakespeare: encantava até mesmo sem inspiração. Corria em nossas veias como notas de uma canção. Era a língua mútua do sentimento que partilhávamos. Não era amor. Ainda. Amor se constrói. Juntos. Mas havia de ser.

[continua...]

(Guilherme Ramos, 16/10/13, 1h21.)

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Acontecimentos


Ninguém sabe de minha glória ou desgraça,
Não tão bem quanto eu sei. Simples assim.
Se isso ou aquilo acontece - ou me aborrece,
Será melhor. Ou pior. Mas será só para mim.

(Guilherme Ramos, qualquer noite dessas, qualquer hora daquelas...)

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segunda-feira, 7 de outubro de 2013 0 comentários

Guerra em Paz


Poesia e sangue. É assim que funciona comigo.
Violenta aproximação, sanguinolenta violação,
Suspiros, lágrimas e palavras soltas, meu amigo.
Nessa loucura sem rédeas, pouco resta de coração.

Cérebro? Para que? Se nem mesmo ele tem o porquê?
É tanta incoerência gramatical em nossas intenções,
É tanto erro ortográfico, pornográfico, nas poucas ações,
É tanto por enquanto, portanto, entre eu e você...

Dói. Sangra. Infecciona. Gangrena. Amputa. Enterra.
Não se mutila em vão, o que se fere em nossa guerra.
O vulto do avião anuncia bombas, explosivos de rancor.

É tanta incompreensão, tanto medo do que se quer fazer,
Como se isso fosse ameaçar nossas vidas. O que dizer?
O que se fez? O que se faz? Por que se faz? É apenas amor!


(Guilherme Ramos, 07/10/2013, 23h19.)

Imagem: Google.
domingo, 6 de outubro de 2013 0 comentários

Ligação


Eles estavam se encontrando há algumas semanas. Nada muito avançado. Mas parecia promissor. Ela, descolada, simpática, inteligente, bom papo; ele, intelectual, extrovertido, sonhador, bom partido. Ambos, tinham qualidades e defeitos que muito bem poderiam se adaptar, caso quisessem um caso particular. E parecia que isso iria acontecer cedo ou tarde. A “ligação” entre eles parecia perfeita.
Ela tinha um passado sentimental nebuloso. Falava pouco dele. Para ele. Mas se despia de outros assuntos sem nenhum pudor, numa quase confissão ou sessão de terapia. Ele era bom ouvinte. Ela adorava. E a cada instante se aproximava dele como uma mariposa à luz.
Ele tinha um passado sentimental instável, repleto de chuvas e trovoadas. Mas avistava uma potencial bonança na presença dela. Ele – quase – voltava a acreditar no amor-amizade, quando duas pessoas tornam-se muito amigos, mas um sentimento maior e mais mágico se apodera da razão de ambos, atingindo seus corações em cheio, numa descarga elétrica capaz de matar qualquer insensibilidade e permitir o nascer da paixão.
Mas o tempo passa e faz pirraça, dizem alguns sábios de humor negro. Numa noite qualquer, ele passava por perto da casa dela e pensou em fazer uma surpresa – como ela já o tinha feito numa outra manhã. Telefonou. Achou educado, pois sabia que ela tinha saído com uma amiga e que poderia ainda não ter chegado.
- Alô? – Disse outra voz feminina do outro lado.
- O-oi! – Estranhou. – Você é...
- Oi! Não, não! – Um sorriso simpático interrompeu sua frase. – Ela está me levando pra casa, depois é que ela vai pra casa.
- Ah! Tá! – E também riu. – É que estou bem pertinho da casa dela. Vou esperá-la então. A gente terminou se desencontrando, hoje.
- Tá certo. Eu digo a ela.
E desligaram. Não havia se passado 5 segundos, seu celular toca. Era o número dela.
- Oi! – Atendeu ele, feliz.
Do outro lado, apenas uma conversa:
- ... E ele disse que ia ficar esperando perto da sua casa.
- E foi? Ah! Se eu passar e ele estiver com o carro parado na minha porta, eu passo direto!
Ele engoliu em seco.
- Quer saber, amiga? Eu acho que não vou pra casa agora não. Vou ficar um pouco na sua casa.
Ele queria desligar.
- Amiga... Se você começar a namorar esse cara e deixar de sair...
- EU? Eu não deixo de fazer isso nunca!... Eu...
Ele desligou. E respirou fundo. Mil coisas passaram em sua cabeça. Mas não quis continuar. Conhece um sem número de pessoas que escutariam a conversa até a bateria de um dos celulares descarregar. Mas ele não. Ele já passou por muita coisa. Assim como ela. Ele não queria se decepcionar mais. Assim como ela. Ele já havia escutado demais. Não apenas a conversa, mas seu coração. Era hora de usar a cabeça. Tantas vezes esquecida.
Ela não saberia o que aconteceu. Ou porque ele sumiu de sua vida. Ele não é mais do tipo que faz escândalos. Não é vingativo. Mas é humano e pode ser ferido mortalmente. Era hora de recolher o restante de suas forças e seguir em frente. Porque se isso aconteceu, é porque algo melhor está por vir. Alguém melhor.
O Destino é um estranho desconhecido com senso de humor duvidoso. Mas não faz nada por fazer. Se isso era o que tinha reservado para ele, ele iria receber. De abraços abertos. Sem raiva. Sem mágoa. Sem rancor. Libertação é libertação. E sempre dói um pouco. Mas é para o bem. De alguém.
Ele apenas se preocupou com outros relacionamentos que estão por vir. Os novos flertes, as novas paixões, os novos casos. A cada nova decepção, menos dele – de seu íntimo – elas teriam. Talvez ele seja apenas “mais um” na vida delas. Sem nenhuma pretensão de ser especial.
Assim como ela nem chegou a ser na vida dele. Por sorte ou azar – isso depende muito do ponto de vista – de uma ligação de celular.
E, assim, mais um sonho se desvanece. E a cada nova “ligação” seu coração fica fora da área de abrangência. Ou temporariamente desligado...


(Guilherme Ramos, 06/10/2013, 23h08.)

Imagem: Google.
 
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