sexta-feira, 29 de novembro de 2013 0 comentários

Eu Quero Apenas...


Eu quero apenas ser eu mesmo. Com você. Sem você. Sempre. Apenas eu mesmo. É difícil manter a promessa, porque o mundo insiste em nos fazer diferentes para cada pessoa, situação, local e momento. Longos momentos, por sinal.

Eu quero apenas ser eu mesmo, ao menos, quando estamos juntos. Quando você é você mesma. Quando eu sou eu mesmo. Quando somos nós e mais ninguém. Porque todas as máscaras se tornam inúteis quando nos encontramos. Ainda bem.

Eu quero apenas ser eu mesmo quando chorar em seu ombro. Quando aparar suas lágrimas, quando amparar seu temor, seu corpo e alma ameaçados pelo desconhecido mundo de desigualdade que assola nosso mundo – tão fantasioso. Eu quero apenas ser eu mesmo, porque de estranhos conhecidos, já estamos sufocados demais. E não é pouco.

Eu quero apenas ser eu mesmo, quando confessar meus defeitos, meus medos, minhas angústias, minhas inseguranças, minhas dores, minhas decepções, meus mais profundos e estranhos segredos. E me sentir seguro.

Eu quero apenas ser eu mesmo quando partilhar minhas qualidades, minhas ousadias, meus contentamentos, minhas certezas, meus prazeres, minhas satisfações, meus mais profundos e maravilhosos segredos. E me sentir – ainda mais – seguro.

Eu quero apenas ser eu mesmo, porque sendo eu mesmo, sou mais eu para mim. E, mais ainda, para você. Ser-se é mais importante que estar-se. É mais íntimo. É mais pessoal. É mais sincero. E apaixonável.

Eu quero apenas ser eu mesmo para não precisar dizer nada ao mundo. Dos outros. Não há mais nada a ser dito. Que já não tenham dito. Não nasci para ser mais um. No mundo. Um repetidor. Do mundo. Sou apenas minha palavra. E minha ação. Para mim. Para você. Para o “nosso” mundo.

Eu quero apenas ser eu mesmo. E gostar. Ser eu mesmo para compartilhar-me com você. Com seus sentimentos. Com meus sentimentos. Como um só ser. Num eterno aprender.

Eu quero apenas ser eu mesmo e não ter medo de você me achar louco. Pelo menos não mais louco que você.

Eu quero apenas ser eu mesmo.

Eu quero apenas ser eu.

Eu quero apenas ser.

Eu quero apenas.

Eu quero.

Eu.

E você?

(Guilherme Ramos, 29/11/2013, 13h30.)

Imagem: Google.
terça-feira, 26 de novembro de 2013 0 comentários

Ela


Ela me deixa confuso. Às vezes. Nem sempre.
Também me deixa cansado com suas artimanhas.
Talvez eu esteja só despreparado. O corpo sente.
No fim, é mais fácil assumir todas. Minhas. Manhas.

Ela é mais do que demais. Minha. Somente minha.
Ela é um espetáculo. Completa. Absoluta. Real.
Ela me acompanha, mas não só fortalece, definha.
É a mais profunda certeza que guardo. Ponto final.

Se eu a esqueço, vem logo uma cobrança inesperada.
Eu falo sério! Não é tão simples esquecê-la, rapaziada!
Ela é tão presente quanto o ar que respiro. É verdade!

Não tem coroa, ninfeta ou outra que se compare.
Não há diferença que se registre/conteste/depare:
Quando chega, arrasa. Mas eu me refiro à idade.


(Guilherme Ramos, 26/11/2013, 00h31. 41 aninhos... E está tudo bem! Rsss...)

Imagem: Google.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013 0 comentários

Amor. De Homem


Apesar das constantes contestações, homens amam, sim. Muitos negam. Outros tantos fingem não saber do que se trata. Talvez, por uma defesa (indefesa), uma necessidade de ser o mais forte em todos os sentidos. “Sentir” é sinal de fragilidade. E fragilidade é coisa de mulher. Mulher é que é o “sexo frágil”. Nossa! Quanta bobagem em tão poucas linhas, não é mesmo?

Homens sentem. Muito. Sentem falta de alguém, mas preferem não dizer a ninguém. Talvez a um amigo mais próximo, companheiro de futebol, de bar, de saideira. Mas sentem. Expressar o que sentem é que foi podado pela sociedade – que prega que homem não deve chorar, não deve se emocionar, deve ser forte como uma rocha indestrutível e rude – pelo bem da humanidade.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que defenderam suas pátrias do inimigo.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que salvaram princesas de dragões.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que iniciaram mais guerras sem sentido. E sem fim.

Foram homens fortes – e não sensíveis – que escravizaram princesas, estupraram plebeias, enfim, foram eles próprios piores que os “dragões”.

Então, para que escolher essa carapaça sem sentido que é “ser forte”? O que é ser forte, senão ter argumentos falhos para explicar sua estupidez e sua falta de bom senso? Ou ainda: ser o que se quiser ser, em prol de uma lei barata que se espalha no mundo e nos traz apenas infelicidade? De que adianta ser forte, sem paz interior? De que adianta ser forte, se não temos amor no coração? Se não há alguém para partilhar os bons e maus momentos? Ser forte é isso? Para mim, isso é ser fraco.

Porque quando um homem ama, ele se põe de igual para igual com qualquer um. Ele é único. Possui um sentimento nobre, livre de aberrações do passado.

Quando um homem ama, ele usa toda a sua força por esse amor.

Quando um homem ama, ele vence os limites da dor, do frio, da fome, em nome desse amor.

Quando um homem ama, ele é poeta, músico, massagista, dançarino... mas também pode ser militar, médico, maluco, sadomasoquista...

Quando um homem ama, ele desanda. E faz tudo o que uma mulher quer. Tudo o que ela precisa. Tudo o que ele precisa. Faz porque faz. E nada mais importa.

Quando um homem ama, ele cuida de sua mulher, sua prole, sua família.

Quando um homem ama, ele é forte, fraco, não importa: ele quer apenas amar.

Amar e ser forte. Parece incoerente, mas reflitamos: existe, no mundo, alguma coisa mais forte do que o amor?

Ame. Primeiro. Seja forte, por consequência.

Mas assuma. Sobretudo, as consequências.


(Guilherme Ramos, 25/11/2013, 18h30.)
quarta-feira, 20 de novembro de 2013 0 comentários

Viagem


Vou pegar o carro, vou seguir estrada,
Sem me preocupar aonde eu vou parar.
Não sei se sigo só ou com a namorada,
Só sei que aventura não pode faltar.

Viverei como cigano da própria vida,
Sem desmerecer o meu porto seguro.
Sigo um plano de chegada e de partida.
Por que me prender num quarto escuro?

Não sei se volto o mesmo ou só diferente.
Não sei se quero voltar. Sei lá, gente...
Difícil saber um final que nem aconteceu.

Apenas viver. Cada segundo. Cada momento.
Como se fosse a última chance, argumento.
Afinal, ao final, fui. Feliz. Sendo apenas eu.

(Guilherme Ramos, 20/11/2013, 20h55.)

Imagem: Google.

terça-feira, 19 de novembro de 2013 0 comentários

Ausências


Ausência, a sua, faz tanto mal para mim,
Quanto me faz a asma, que me nega o ar.
Busco, em vão, ter de você um "volto, sim",
Mas sua não-presença só causa mal-estar.

Bronco-diletante, dilato o verbo errante,
Procuro desasfixiar meu já sofrido pulmão.
Febre, dor, insônia, infecto-contagiante,
Entorpece-me a vida; enfraquece o coração.

Mórbido pensar; mais ainda: falar, sentir.
Não desejo isso a ninguém, não vou mentir.
Tal sofrimento é apenas para minha pessoa.

Não sou louco, apenas sei que você tem a cura.
Seu sorrir, seu chorar, sua presença mais pura,
Para eu me sentir melhor, não viver tão a tôa.

(Guilherme Ramos, 18/11/2013, 16h33. Doente. Pelas ausências que a vida nos proporciona.)

Imagem: Google.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013 0 comentários

Fadas Baratas


Arcádia, madrugada.

- E NUNCA! NUNCA MAIS VOCÊS SERÃO AS MESMAS! Irão pagar! Cada milímetro de sua bondade idiota irá transfigurar-se em ódio! ÓDIO DA HUMANIDADE contra vocês! NOJO! Ninguém conseguirá mais olhar para vocês sem desejar matá-las! Esse é o legado que eu deixo. Essa é a maldição que eu lanço! AGORA!

E num gesto rápido, Aphelle de Phebbe pôs a perder toda uma existência. Ninguém, no alcance de seu olhar restava impune. Ninguém, em toda Arcádia, superaria o feitiço. O ódio de uma fada das sombras é indefensável. O ódio, em si, é atributo dos brutos. De sentimento. De coração. A força malévola do caos instaurou-se nos poros de cada ser presente e os fez sucumbir – um a um – até nenhum deles restar. Nem mesmo Aphelle. Agora, havia apenas insetos. Baratas. Rastejando por todo o lugar. Transbordando por todos os cantos, transbordando pelas margens do mundo faérico, infestando as cidades dos homens. Como uma praga. E, como tal, precisava ser erradicada.

*

Aqui, pela manhã.

Acordar não era tarefa fácil para todos. Principalmente aos domingos. A difícil vontade de ficar na cama era mais forte que qualquer coisa. Daí, a visão de uma barata, em cima das cobertas, pareceu o incentivo necessário para que...

(...)

(Guilherme Ramos, 15/11/2013, 00h52. Uma nova história que está por vir. Aguardem...)

Imagem: Google.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013 0 comentários

Oração


Por mais que os seus olhos insistam em chorar,
No seu íntimo, eu sei da alegria que você tem.
Como uma oração, que emociona e me faz lembrar,
Sua presença é tão marcante, maior, mais além.

Não discutirei qualquer razão que a deixe assim.
Será temporária, acredite. Já passei por isso...
E sobrevivi. Veja como estou, olha para mim:
Sou resultado das provações, tenha fé nisso.

Perigo maior é não aprender com nossos erros.
Não encare desafios como se fossem enterros.
Você tem mais vida que muita gente bem ruim.

O mundo é um livro. Vá, escreva a sua história.
E a cada covardia contra você, por mais inglória,
Ignore. Ame. Viva. Seja a oração que há em mim.

(Guilherme Ramos, 04/10/2013, 9h43. Para você, minha oração, com plena devoção...)
terça-feira, 12 de novembro de 2013 0 comentários

Meu Sorriso


Meu sorriso está ferido, mas ainda existe.
Tem cicatrizado, entre um ou outro chiste.
Meu sorriso anda meio amarelo, sem graça,
Tem fingido alegria em meio a tanta desgraça.

Mas ele está muito bem. Entre meus lábios.
Ao seu (e ao meu) alcance. Pode aproveitar.
Não me cabe fingir, escondê-los, sábios,
Seu desejo é apenas beijar, beijar, beijar...

(Guilherme Ramos, numa noite dessas, num horário qualquer...)
segunda-feira, 11 de novembro de 2013 0 comentários

O Que Fazer?


E a madrugada, ah! madrugada! Nada tem a ver comigo e meus sentimentos. Sentimentos estão presentes dia a dia, nesse mar morto de emoções. Então, o que fazer sem dar na telha? Poesia, diriam poetas. Cirurgia, diriam os médicos. Terapia, diriam psicólogos. Amaria. Diria quem diria. Quem? Diriam. Quem. Diria. Alguém. Quem nostalgia. Que loucura, em volumetria. Alguém. Geográfico. Numa cartografia. Alguém fotográfico. E que fotografia! Alguém. Ninguém. Depende. Da química, do português, da... sintonia. Por mais que não entendam: vale tanto a história quanto a geografia. Matematicamente, fisicamente, biologicamente, filosoficamente, a importância que alguém faz para o outro é inexplicável. Não há língua (natal ou estrangeira), não há gramática, redação ou situação corriqueira. Apenas há. Amor. Pra que mais? Pega a sua vida e corre atrás! Seja você moça ou rapaz. O que importa não é o que se sente, mas o que se faz! Por menor que seja; por menor que se esteja, é sempre melhor dar um passo a frente. O importante é conhecer. Gente. Mais nova, mais velha, da mesma idade. Conhecer. E se envolver. Fazer valer. O resto? O resto é boato. Apenas faça. Um bom ato. E tenho dito. Real. Abstrato. Mas um bom trato.

(Guilherme Ramos, 11/11/2013, 00h35.)

Imagem: Google.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013 0 comentários

Promessa


Prometo a mim mesmo não fazer planos
Que rimam tão pobremente com enganos
Meros erros irritantes de execução.
Prometo a mim mesmo não mais procurar
Nem você, nem ninguém, alguém para amar.
Cansei de toda essa incoerente enrolação.

Não existe motivo, razão ou desculpa
Para elogiar quem apenas me insulta.
Não posso fazer todas as minhas vontades.
Por isso, resguardo-me de apenas tudo.
Por isso, não falo, não grito, eu mudo,
Esperando para ver ressurgirem verdades.

(Guilherme Ramos, 27/10/2013, 00h55)

Imagem: Google.
 
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