sábado, 31 de dezembro de 2011 0 comentários

Desabafo Quântico


Não sei o que escrever.

Mas preciso escrever. 

Tenho o coração cheio de algo que não sei explicar. 

Perda? Mágoa? Tristeza? Rancor? Sentimento misterioso, percorre o corpo, sem explicação. Sem orientação. Sem rumo. Sem nada. Talvez seja isso: uma incrível sensação... de nada.

O nada possui muitas coisas. Paradoxal? Nem tanto. Pensemos assim: se o nada tem dimensões mínimas, inexistentes, o que se acumula ao seu redor? Como poderíamos denominar a área contígua ao nada? Seminada? Quase nada? Tudo? Sim, porque tudo está em volta do nada. E, sem o todo como referência, não existiria o nada. Confuso. Mas coerente. Não poderíamos confirmar uma presença, se não houvesse a ausência. O que é estar presente em algo? E o que é estar ausente? Uma coisa não existe sem a outra.

Não haveria a existência se não houvesse a inexistência. Olhemos o ar. Ele está sem nada? Não. Há milhares de substâncias invisíveis, seres vivos, enfim... Não há nada para se ver, ou seja, inexiste uma visão, mas há uma infinidade de existências.

E, nessa confusão toda, só existe um nada absoluto. Ou absolutamente nada. Você escolhe. 

(Guilherme Ramos, 18/10/2011, ‏‎01h14. Último post do ano. Que ele sirva para "energizar" minhas ideias e preparar minha mente para novas postagens... em 2012! FELIZ ANO TODO pra tod@s!!!!!)
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011 0 comentários

Conto-Crônica de uma Paterna Idade


O caso é: em (toda a) sua vida não foi um bom pai. Algumas fotos em preto e branco (devido à época que seu filho nasceu) e só. Lembranças, poucas. Efeitos (colaterais) muitos. Não, não foi um bom pai. Foi ausente. Aos 2 meses de idade de seu filho, saiu de casa. Sua sogra disse que “comprou” a criança com alguns trocados, pois o homem só falava em sair para tomar cerveja. Drama familiar verídico. Voltou algumas vezes (talvez para pegar mais dinheiro – ou, apenas, sondar o terreno). Quando o filhote tinha 10, 12 anos, voltou novamente. Sentou no batente da porta e recebeu aquela criança desconfiada com o silêncio. A mãe (ou será que foi a avó?) apenas disse:

- É o seu pai. Fique com ele um pouco.

Sorrisos amarelos de ambas as partes, parecia que nada tinha acontecido antes e o pequeno pode falar asneiras à vontade. Até chegar a hora do homem ir embora. E foi. Por mais alguns anos.

Voltou quando a criança já era adolescente. 16. Fase difícil. E difícil foi o encontro. Já chegou dizendo:

- Agora que a “velha” morreu – referindo-se à finada sogra – vou voltar para casa.

Recebeu uma porta na cara. E uma resposta tão rápida quanto o movimento dela.

- Agora quem é o homem da casa sou eu. Não precisa mais voltar.

E se passaram mais algum (poucos) anos. Era noite quando aguardou o filho do lado de fora da casa. Noite fria. O filho, agora com 18, voltava cansado de um ensaio de teatro. Carregava muitas tralhas e ele esperou o rapaz se aproximar. Olharam-se nos olhos. Silêncio.

- Eu vou entrar! – Disse o pai.

- Não mesmo. – Disse o filho, dando de ombros e abrindo a porta.

Não houve mais palavras. Só um golpe, com um cabo de vassoura, que atingiu em cheio as costas do rapaz, que, devido à posição que se encontrava, caiu para dentro da residência. Ele não podia acreditar no que seu pai acabara de fazer. Olhou-se no espelho e viu a marca rubro-violeta de um canto a outro das costas. Não manteve o controle. Tentou revidar. Sabiamente, sua mãe trancara novamente a porta, impedindo-o de sair. E o embate foi verbal. Certa hora, chamou a polícia. E a polícia não chegou. Chegaram vizinhos. Curiosos, acerca do fato. 

- Eu não fiz nada, disse o pai. A madeira caiu do telhado e acertou ele! – Afirmou.

- E deixou uma marca “horizontal” nas minhas costas? – Retrucou o filho. – Você é doido! Não apareça mais aqui!

As pessoas afastaram o pai e o levaram embora. A noite pôde ser de paz.

Dias depois (ou semanas depois), não se sabe ao certo, o pai volta e novamente espera à porta. Quando o filho chega, apenas o vê com outro pedaço de madeira numa mão e na outra o braço de sua mãe, atravessado numa bandeira da porta já quebrada. Sua reação foi imediata: deu um empurrão tão forte no pai que ele caiu. E a madeira também. E lhe foi dada uma lição. Uma paulada em cada mão, para estourar as unhas. Para ele ver como se bate em mulher. Agora, apanhava do filho. Novamente os vizinhos chegaram e apartaram, melhor dizendo, seguraram o filho, antes que uma tragédia se findasse. E deixaram o pai ir. A uma pouca distância, o filho se esgoela:

- A partir de hoje, se você me vir numa calçada, atravesse a rua, porque senão vai ter merda! Tá me ouvindo? Vai ter merda! Merrrrdaaaaaa!

E ele seguiu. Não se virou, nem se despediu. Sumiu. E dessa vez, para não mais voltar. O que foi um alívio para a família. Muito mais tempo se passou e não se tinha mais notícias dele. Apenas rumores. Estava numa hospedaria próxima, mas nunca foi visto nos arredores. Parece que o recado foi bem entendido. 

Até que 20 anos depois, numa roda de amigos, alguém diz:

- Estava fazendo uma matéria para TV, num abrigo de idosos e acho que vi seu pai.

Silêncio completo. A reação do filho foi fria.

- Foi? Não sabia. – E pensou alto - É, ele deve ter enchido a paciência da família e o colocaram lá.

O amigo nem continuou a conversa. Apenas bebeu sua cerveja e mudou de assunto. Mas aquilo ficou na cabeça do filho: seu pai, sozinho, num asilo. Que fim para um ser humano. Por pior que seja, o homem deve ter alguém para se apoiar e viver o resto de seus dias. Mas só se colhe o que se planta e essa foi a colheita que se teve. O filho continuou sua vida. O pai continuou a sua.

O filho teve uma filha e sua esposa até lhe perguntou:

- Vai apresentá-la ao seu pai?

Novamente o silêncio tomou conta de tudo. Mas uma breve resposta finalizou o diálogo.

- É melhor não. Mas, quem sabe? – E só ficou na promessa. 

A esposa engravidou novamente. O filho, outra vez pai, fez um comentário surpreendente:

- Se for menino, podíamos usar o nome de meu pai, o que acha?

Ela concordou, mas com o tempo, resolveram, inconscientemente, usar outro nome. Não era pra ser. Ela novamente sugeriu que ele visitasse o pai, pois precisava perdoá-lo e livrar-se de qualquer ressentimento. Isso não levaria a nada.

Novamente, veio o silêncio. E uma curta resposta.

- Talvez. 

Depois disso não se falou mais nada. Talvez, por respeito à sua opinião, talvez por saber que nada o convenceria de fazer algo que não quisesse. Talvez quisesse ir, mas, não tivesse coragem... Eram tantas as opções que não valeria apena listá-las. Afinal, a opção é ir ou não ir. Os motivos podiam ser quaisquer. Não interessava.

Passam-se meses. Certa tarde de outubro, o telefone toca.

- Quanto está o salário mínimo? – Era sua mãe.

- Não sei bem. – Respondeu. – Uns R$ 540,00. Por quê?

- Seu pai faleceu. Foi enterrado ontem. 

Novamente o silêncio. Dessa vez, justificado. Era sua mãe. Numa calma inexplicável. Não havia frieza e nem ela fez por mau gosto. Apenas não havia mais tantos laços. E ela, com 71 anos, tinha seus próprios problemas de saúde, que justificavam qualquer coisa.

- E você? Como está? – Ele tentava manter a calma, mas estava abalado. Pai é pai. A morte sempre deixa a pessoa sem norte.

- Bem. Sua tia vai trazer uns documentos dele. Vou ficar recebendo uma pensão. Vamos colocar na poupança...

- Nunca precisamos do dinheiro dele – seu orgulho estava ferido, por algo mais afiado que a mais afiada das navalhas – Não será agora que vamos precisar.

- Vou cuidar disso. Depois nos falamos.

Ele desligou. E a sensação de vazio ainda preenchia sua alma. Estranho quando a indiferença se transforma numa mea culpa post mortem. Parece clichê, mas ele sentiu a perda. Disse, certa vez, que sua morte não seria sentida por ele. Ele mentiu. Principalmente para si próprio.

Houve um momento de pena. O miserável morreu cego. Nem que ele tivesse levado a filha para ele, ele poderia desfrutar do momento. Estava cego há alguns anos. Sua família (toda) não sabia. Estava em um lar para idosos. Isso soube há pouco tempo, por terceiros.

É um momento indescritível, a morte de um ente não-querido. Por mais que o culpasse de todas as coisas ruins que ele fez, precisava ser-lhe grato. Ele contribuiu para que o filho existisse. E, talvez, somente por ele ter sido tão omisso, egoísta, bêbado e afins, seu filho pôde ser tão diferente. Pôde fazer a diferença. E, nesse momento, pôde ser diferente. Não quer ser igual ao pai. Está tentando escrever uma história diferente. Tem duas filhas e quer dar-lhes todo o amor, respeito, conforto e tudo de bom que uma família deve ter. Tudo o que ele próprio não teve. Do pai. 

Que ele, nesse momento, onde quer que esteja, possa descansar em paz. Numa paz que nunca teve. Porque “errar é humano; perdoar é divino.” E estamos no processo. Que os remanescentes da família possam seguir seus caminhos. Ainda há muito o que fazer. E deve ser bem feito.

(Guilherme Ramos, 16/10/2011, 1h55.)
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011 0 comentários

Querer


Eu queria abraçar o sol, a lua, as estrelas...
Pois não me contento (apenas) em vê-las.
Queria alcançar as nuvens, os céus, os universos...
Não aceito (somente) transpor-lhes em versos.

Voltar no tempo, surgir no futuro, eu tento.
Vou e volto e volto e venho num breve momento,
Na eternidade de te ter e não ter para sempre:
Não precisa ser “olho por olho, dente por dente”.

Voando nas asas de uma borboleta perdida,
Quero alcançar os braços da pessoa querida.
Isso é fato, farto, prático – consumado ou não.

Mas sonetos não cabem o que quero mostrar,
Tão pouco preenchem o que não cabe num mar:
Sentimento, certo ou errado, por todo um coração.

(Guilherme Ramos, 23/12/2011, 16h50, no tempo de um café... com leite.)
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011 2 comentários

Loba Má



Era uma vez, mais uma vez, em eras...
Em dias sem fim, em noite eternas,
Uma loba voraz, de apetite insaciável,
Uma jovem audaz, de requinte impecável.
As duas competiam dia e noite, noite e dia
Para ver quem, no amor, tão logo vencia,
O desafio maior, de um homem encontrar:
Para o sexo, para a vida ou para um simples amar.
Então a criança, logo mais à tardinha,
Foi levar alguns doces para a vovozinha...
A loba, esperta, tomou a dianteira,
Seguiu pelo morro, descendo a ribanceira.
Chegou bem mais cedo, na casa da velhinha,
Surrou-lhe, prendeu-lhe, oh! Pobrezinha...
Tomou seu lugar, suas roupas vestiu,
Começou logo um plano, que no caminho urdiu.
Tão logo na cama, a loba deitou,
A jovem menina, tão logo chegou.
Ela tinha saudade da sua vovozinha
Tão alegre estava, não percebeu a lobinha
Que, aos poucos, foi-lhe convencendo
Que deveria ficar, pois estava anoitecendo.
A jovem aceitou, tudo de muito bom grado,
Nem sequer percebeu o destino sendo traçado...
Mas tudo era tão estranho, a vovozinha diferente,
Ah! Devia ser isso mesmo, ela estava doente!
A jovem, preocupada, começou a conversar,
Enquanto isso, a vovozinha, ficava só a lhe olhar...

- Que olhos tão grandes, vozinha! - disse a menina inocente.
- São para te ver melhor, oh! Pingo de gente...
- E essas orelhas, vovó? Que tamanho de brinco!
- Não querem mais te ouvir, você sabe o que sinto!
- Não entendi, vovó, sua voz está tão estranha...
- É a doença, minha netinha, que me corrói a entranha.
- Que doença, vovó? O que está acontecendo?
- É o ciúme, netinha, que anda me corroendo...
- Ciúme de quê, minha vó? Do que está falando?
- Não se faça de besta! - gritou, só os dentes mostrando.
- Mas que boca enorme! Nunca a tinha visto assim!
- E nunca mais vai me ver, pirralha! Porque hoje é o seu fim!

A lâmina do punhal, perfurou-lhe o flanco,
Rasgou-lhe o coração de canto a canto.
Foi um golpe certeiro, o que a jovem tomou.
Sem chance para esquiva, seu corpo tombou.
Ainda viu a avó, morta, ao seu lado ser colocada,
Viu sua capa, de branca, tornar-se encarnada.
Depois, só sentiu seu corpo ser esquartejado.
Nas mãos da loba ensandecida havia um machado!
Alegria insana! Loucura desvairada!
E aquela cena de horror varou a madrugada.
Enterrados os corpos, tal lembrança se apagava.
Em breve, das duas, ninguém mais se lembrava...
De seu passado, só restou a memória no espelho,
O jorro de sangue que pintou sua roupa de vermelho.
Tornando o modelo único, a povoar suas lembranças.
De que com adulto não devem se meter as crianças...
Pois o jovem caçador, homem tão desejado,
Era somente da loba e com ela seria casado.
Não seria uma jovem tola, inocente e pura
Que estragaria o desejo da mulher-loba àquela altura.
Caso como esse, não se conta desse jeito, precisamente,
Por isso todo livro que o conta, alguma coisa mente.
E você que fica enganado, acreditando em contos de fadas
Saiba, agora, que existem “más coisas erradas”...
Aprenda, aqui, um pouco do que aconteceu.
E tome cuidado, pois quem lhe conta sou eu:
A loba má, que casou e teve filhos com o caçador:
Cujas histórias foram escritas em livros de valor.
Mas são outras histórias; serão contadas mais tarde.
Afinal, toda ferida, até sarar, um bom tanto arde.
Não fica bem, na história, estragar-lhe o final,
Pois é melhor camuflar-se num corpo de “lobo mal”.
E deixar bem mais leve o assassinato cruel,
Dar-lhe veias poéticas, adoçar-lhe o fel...
Para que o duplo homicídio seja disfarçado, então.
E o que passou, passou, possa ter seu perdão.
Pois se há alguém que deve ser condenado,
É tão somente o amor, no peito da loba, o culpado.


(Guilherme Ramos, 13/12/2011, 1h20 e 15/12/2011, 23h, num rompante lúgubre de inspiração sanguinolenta. Rssss... Agora, sério: quem foi que disse que os “contos de fadas” são do jeito que nos contaram? Talvez eles sejam mais sinistros do que páginas de jornais policiais. Talvez isso... ou um pouco mais! Quem sabe? Ou quem não? Bem, fica aqui, minha humilde versão!)
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011 0 comentários

Minha História (Alternativa...)

É... Sonhar não custa nada. 

Hoje, ao abrir um e-mail, tive uma grata surpresa: Ana Isabel, uma amiga, me enviou um link maravilhoso. Não vou falar muito, para não estragar a surpresa. 

Porém... Ressalto que o seu conteúdo é realmente mágico! Faz mais do que fazer sonhar. Dá um gostinho de auto-estima, como poucas vezes temos chances de ter. 

Vão lá! Curtam e aproveitem para fazer, vocês mesm@s, sua vida alternativa. Cliquem na imagem abaixo e CURTAM MINHA VIDA NUM UNIVERSO PARALELO! Rssss....





Abração!

Guilherme.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011 2 comentários

Clichê de Natal

Ho! Ho! Ho! (Segue um outro clichê...)
Mas concordo contigo:
É preciso olhar nosso umbigo
Que é pra gente aprender.

Natal é bonito, mas anda mesmo mudado
Trocaram a chita, pelo veludo encarnado.
Talvez ainda se possa, alguma coisa fazer:
Mas da nossa cultura não se pode esquecer.

Happy Christmas! (Segue um outro clichê...)
Mas concordo contigo:
É preciso olhar nosso umbigo
Que é pra gente aprender.

Nosso nordeste é quente
Não se pode negar!
É aqui que vive a gente!
Por que, diabos, mudar?

Jingle Bells! (Segue um outro clichê...)
Mas concordo contigo:
É preciso olhar nosso umbigo
Que é pra gente aprender.

Branco feito a neve, aqui, só conheço
Gelo de água de côco e areia do mar.
Não troco nem um pouco, pois eu mereço
A felicidade de aqui viver e de aqui estar

Feliz Natal! (Segue um outro clichê...)
Mas concordo contigo:
É preciso olhar nosso umbigo
Que é pra gente aprender.

Nada tenho conta o Natal, quero esclarecer!
Mas pelo sentido (capitalista) adquirido vou reclamar!
Quem sabe um dia, seja convencido e possa dizer
Que os bons tempos natalinos puderam voltar!

(Guilherme Ramos, 02/12/2011, 23h45. Um comentário que virou postagem. Coisinha tola, mas divertida. Coisas de blogueiro... e de vida! Rssss...)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011 0 comentários

Certeza? (Indecifrável)

Fotografei a paixão, desenhei/pintei o amor,
Filmei tais verdades, (d)escrevi seus sintomas,
Encenei, dancei e cantei... até sentir calor;
Disse: "eu te amo", em todos os idiomas.

Tal qual cientista, busquei mais respostas
Para quem era chamado/acusado de "indecifrável".
Com seu silêncio, foram abertas tantas portas,
Que se tornou, o  suplício, por vezes controlável.

Quando corpos sentem e lábios mentem,
Não há resposta contrária à razão:
Atrasa o sentimento; assassina a paixão.

Cedo ou tarde todos passam por isso - e sentem:
(Talvez o cérebro, culpando o coração em sua defesa)
Por não preencher, o espírito, com mais beleza...


(Guilherme Ramos, 30/11/2011, 1h38... Mas a inspiração vem desde outubro. Só não conseguia concluir. Acho que agora foi! Rssss...)
quarta-feira, 16 de novembro de 2011 0 comentários

Festival de Teatro da Meia-Noite


10 anos não são 10 dias...

PARTICIPE! DIVULGUE! DIVIRTA-SE!

Espero vocês por lá!

Abração!
sexta-feira, 11 de novembro de 2011 0 comentários

Caça

Por que essas asas, meu Santo Senhor?
Serão elas, pois, de ave de rapina?
Não somos exemplo de "anjo salvador":
Caçamos (e matamos) o amor em cada esquina...

(Guilherme Ramos, 30/10/2011, 19h56)
sábado, 5 de novembro de 2011 0 comentários

Cicatriz(es)


Ao comemorar cada aniversário,
Os muitos anos de vida que veio a receber,
De forma antagônica, exatamente ao contrário,
Foram um pouco de morte a lhe acontecer.

Em todo esse tempo, de incontáveis sofrimentos,
Não houve feridas, mas letais cicatrizes:
(Não em seus corpos, saudáveis, isentos)
Eviscerados momentos em que foram (in)felizes.

Quanta tolice lhe veio à mente (de repente):
Como se tolhesse a vontade de continuar
A viver, a amar, a sorrir, a sonhar...

O que houve, de fato, não mais se sente.
Restos mortais, isolados, por vezes imorais,
Dos (bons?) tempos que não voltam mais...

(Guilherme Ramos, 24-30/10/2011, 19h56, sobrevoando nuvens; submergindo pensamentos...)
quinta-feira, 3 de novembro de 2011 0 comentários

Repaginando o Prosopoética

Pois é, amig@s!

Vocês já devem ter percebido mudanças radicais por aqui, certo? Rsss...

Nesse início de novembro, decidi dar uma "repaginada" no blog, que já tem mais de cinco anos. Talvez movido pela participação no 2º Prêmio Alagoano de Blogs, decidi dar mais "tecnologia" ao bom e velho Prosopoética. Que carecia de interação com as redes sociais.

Agora, você pode seguir-me no Twitter, encontrar-me no Facebook, ler as postagens sem precisar acessar diretamente o blog (RSS), enviar-me e-mails... ufa! Haverá muito mais, mas tudo a seu tempo! Ainda estou "apanhando" com os scripts, códigos e templates, mas... estou adorando fazer isso!

Por hora, vamos testar as novidades, certo? Sempre tem uma ou outra coisinha que precisa de ajustes...

E suas opiniões são de grande importância para mim!

Aproveitem! Visitem! Interajam! Critiquem! Elogiem! 

Enfim...

Sejam tod@s bem-vind@s ao NOVO PROSOPOÉTICA!
sábado, 3 de setembro de 2011 1 comentários

Votem no blog Prosopoética!


Pois é, amig@s! 

Estou participando de mais um concurso de blogs. E preciso de uma "forcinha" de vocês!

Não é preciso muita coisa. Basta clicar na imagem acima (ou no selo que está no canto superior direito deste blog), cadastrar-se rapidinho e votar no blog Prosopoética, na categoria Literatura, uma vez a cada 24 horas. 

Para quem gostou da iniciativa, vale a pena visitar e votar em outras categorias, afinal, esse gesto simples pode ajudar outros blogueiros! Sem falar que você vai poder conhecer o trabalho de inúmeros alagoanos inspiradíssimos!

É isso por hoje. Votem no Prosopoética a cada 24 horas e vamos torcer juntos para que ele esteja entre os 5 mais votados. A partir daí, um grupo de jurados analisará o conteúdo daqui e verá se ele tem conteúdo suficiente para ser um dos premiados! 

Ah!!!! Tem prêmio também para quem vota, sabia? Leia mais em:

http://www.premioalagoanodeblogs.com.br/regulamento/
(Veja o critério 5. Votação)

E aí? Vai perder essa?

Abração!!!!!

Guilherme
(O Insone Sonhador, sonhando, mais uma vez, em ter o blog promovido, divulgado, conhecido, compartilhado...)
sexta-feira, 19 de agosto de 2011 0 comentários

Aldeia SESC Guerreiro das Alagoas 2011

Agende-se!

De 19 a 28 de agosto de 2011... todas as tribos estarão juntas!

(Faça download da imagem abaixo e visualize-a em seu computador!)

terça-feira, 9 de agosto de 2011 1 comentários

O Tempo (Esse Tal de Amor)

Você não precisa ir embora.
Fique só um pouco mais...
Deixa o tempo passar em paz.
Você pode ficar, por hora.

Não há sentido em esquecer
Bons momentos que não voltam mais.
Mas qual o sentido em só lembrar
Os seus tormentos de tempos atrás?

O tempo é só o tempo e só o tempo.
Ele passa. Infinito. A todo momento.
Não há como mudá-lo (ou o impedir!)

Culpado, inocente, carrasco, salvador,
Seja lá como o chamam (esse tal de amor):
O que nos resta, somente, é "sentir".


(Guilherme Ramos, 08/08/2011, 23h59)
segunda-feira, 1 de agosto de 2011 0 comentários

Pecatum

Bem acamado, vem o pecado...
Floresce tal qual erva daninha.
Seduzido, o incauto, faz-se enganado
Sozinho, intraquilo, ele se encaminha.

Para onde vai? Onde ele está?
Solitário na terra, de frente pro mar,
Andarilho sofrido, correndo perigo,
Por vezes, perdido, num eterno buscar...

Onde sempre é inverno e a lua, minguante.
Desejo interno, prática inconstante:
Babilônia para um, terra santa para o outro

Para uns é inferno; paraíso distante,
Para outros, só ferro, sendo ouro brilhante.
Seguem: um com tanto; outro, com tão pouco!

(Guilherme Ramos, 10/05/2011, 15h15 e 31/07/2011, 10h53)
domingo, 31 de julho de 2011 0 comentários

Escrita


Guilherme Ramos, início da madrugada de 30/07/2011. Inspiração durante a elaboração de slides para a palestra "Introdução à História... Dá Arte?", compondo curso "Escrever Pra Quê?", do SESC Alagoas. O objetivo foi destacar que a partir da escrita, a literatura fica cada vez mais próxima... Parece óbvio? Mas não é... Principalmente para os que assistiram a essa palestra. Obrigado a tod@s, pela presença! Foi um dia muito especial para mim.
terça-feira, 12 de julho de 2011 0 comentários

Soneto de Tratamento

Dilema de vida,
Tratamento, a saber:
Chamar você de senhor
Ou o senhor de você.

Oblíquo, possessivo,
Por vezes, pessoal.
Discordância, na concordância,
Nominal ou verbal.

Não é mais uma imposição
(Tampouco, padronização)
Do "Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles"...

Mas está fora de questão:
O egoísmo da formalização
"Meu, Teu, Dele, Nosso, Vosso, Deles"...

(Guilherme Ramos, 12/07/11, 10h11)
terça-feira, 28 de junho de 2011 5 comentários

Se...

Se sou noite...
... Ou se sou dia...
Se sou vento...
... Ou sou geada...
Se sou tristeza...
... Ou alegria...
Se sou manhã...
... Ou madrugada...

Se sou sangue...
... Ou sou suor...
Se sou corpo...
... Ou se sou alma...
Se sou bom...
... Ou sou melhor...
Se sou ânsia...
... Ou se sou calma...

Se sou mesa...
... Ou se sou cama...
Se sou bicho...
... Ou se sou homem...
Se sou água...
... Ou se sou lama...
Se sou quem bebe...
... Ou sou quem come...

Se sou voz...
... Ou sou visão...
Se sou amigo...
... Ou algo mais...
Se sou amor...
... Ou sou tesão...
Sou o que sou...
... Mudar? Jamais!

(Guilherme Ramos, 01/06/2011, 00h03. Começando as férias...)
quarta-feira, 15 de junho de 2011 1 comentários

5 Anos de Prosopoética!

É... Quem diria? Foi um dias desses que eu lançava ao cyberespaço este blog (06.06.06). Postava pouco. Tinha pouca experiência. Meu amigo (e blogueiro antes de mim) Tainan Costa me cobrou mais "assiduidade" por aqui. Então, comecei de fato (11.06.06). E não parava de escrever... Foi muita coisa: prosa, poesia, reflexões, música, informações diversas... enfim, um sem fim número de inspirações que me enchiam cada vez mais de vontade de postar e postar e postar...

Sei que, há meses, pouco tenho "alimentado" este ser cybernético. Motivos, muitos. Mas é melhor assumir que qualidade, ao invés de quantidade, sempre foi um de meus objetivos por aqui. E espero, de coração, que novas inspirações me visitem e sejam transcritas para vocês em breve.

Porque aqui tem sido um dos poucos escapes da realidade que me permito. E não gostaria de estar sozinho. Preciso de suas visitas, comentários, críticas e tudo o que me for (im)possível.

Parabéns para o blog Prosopoética; parabéns para tod@s vocês que vem me seguindo através dos anos. E que venham mais CINCO primaveras! E mais cinco... e mais cinco... e mais cinco...

Aliás, ADORO esse número! Por isso não poderia deixar (mas quase deixo) passar essa data em branco. Mesmo atrasado, fica registrado! 

TETELESTAI! 
(Fato consumado!)

Guilherme.
(Imagem encontrada pelo Google. Se ofender os direitos autorais de alguém, avisem, que eu retiro imediatamente. Eu, mais do que ninguém, entenderei os motivos. Sejam eles quais forem...)
quinta-feira, 9 de junho de 2011 2 comentários

Como se Chamaria? (Parte 1)

1.

Seis horas da manhã. Hora de acordar? Não... Já estava na rua, no ponto. De ônibus. Num claro sinal de penitência pessoal. Aguardando o açoite do feitor coletivo, o ônibus.

Ônibus lotado é, sem maior exagero, um pedaço do inferno. Um pedaço pequeno, pra tanta gente, diga-se de passagem. E por falar em “passagem”, como você paga tanto, por tão pouco percurso? Ah! Ossos do ofício. Sou obrigado, todos os dias, a visitar o inferno, pois preciso chegar ao trabalho cedo, antes dos outros. Mania antiga. Mas, ainda, atual.

Mas ônibus, também, é uma empresa ambulante. É um dos poucos exemplos de instituição que, ao abrir a porta, você é recepcionado pelo setor de direção. Porém, pode ser cruel: em poucos passos, já é interpelado pelo setor de cobrança.

Passados os dois setores, restava-me, agora, escolher: ficar em pé na “área VIP” (idosos, gestantes e deficientes físicos), até que o setor de cadeiras desocupasse algum milímetro ou tentar atravessar a muralha de pessoas pela frente. Para meu azar, fui o primeiro a subir no coletivo. Daí, a osmose de corpos me comprimia contra a catraca e só puder seguir, impossivelmente, para frente, pisando em pés, cutucando costas, empurrando aqui e ali, para poder me empoleirar numa das alças do corredor central, pelourinho do trabalhador contemporâneo.

Ar-condicionado? Sim, chama-se “janela aberta”. Porém, como era meu dia de sorte, todas precisaram ser fechadas, pois uma forte chuva veio e acabou com a vã esperança de conter o suor que me corria braços, pernas e costas, num horror salobro que estragaria o melhor dos dias. O que não era o caso. Não “era”, pois em meio ao sofrimento dantesco, um sorriso destacou-se como estrela em noite escura...

Não um sorriso qualquer, apesar dos dentes perfeitos, da boca carnuda, ressaltada por batom claro. Some-se isso à maquiagem leve, aos olhos com rímel e ao cabelo bem penteado, intocável. Pelo visto, aquela senhora devia ter subido a bordo logo no início da viagem, pois era impossível para alguém manter-se na linha, com tantas almas apinhando-se.

E uma dessas almas era eu! E era a mim que a luz daquele sorriso se dirigia. Seu olhar amortecia meu cansaço, minha falta de alegria em estar ali. Mas aquela senhora, em carrara esculpida pelas mãos do Divino Artífice, tornava tudo diferente e me fez ver que, para se conseguir algo bom, era preciso vencer obstáculos. E isso era tudo o que eu tinha pela frente...

Tentei aproximar-me, mas a maré de gente contrária aos meus desejos me empurrava para trás, cada vez mais. Mesmo assim, decidi romper com a lógica de que mais de um corpo não poderia ocupar o mesmo lugar no espaço. Foi quando um lampejo de razão veio à minha mente, movida pela emoção: aquela criatura, tão divina, tão maravilhosa, me pareceu familiar. Sim! Eu a conhecia! Mas seu nome me fugia. Deus! Era pouco o tempo! Eu me aproximava. Ela esperava. Mas e ela? Como se chamaria?

(Guilherme Ramos, 31/05/2011, às 11h07, depois de inspiração repentina, ao tomar um ônibus – não tão lotado quanto no conto – durante mais um dia de trabalho...)

segunda-feira, 30 de maio de 2011 0 comentários

Como se Chamaria? (Parte 2)

2.

Quem sabe, se eu recorresse à poesia?

Antônia? Josefa? Cláudia? Maria?
Suzete, Bernadete, Bethe... Seria?
Quem sabe, Suzana, Poliana, Hannah?
(Ou simplesmente, Ana) Deus! Que agonia!
Não sei, não me lembro ou recordo sequer
Do nome, da alcunha, da Graça (?) dessa mulher...
De onde foi mesmo que eu (acho que) a conheci?
Seria de minhas andanças (quem sabe as lembranças)
Daqui ou dali? Daqui ou dali! Daqui ou dali...

Não sei. Não consigo. A cabeça já começava a ficar vazia. Aliás, “juízo” nunca foi meu forte. Quem poderia ter juízo e andar de ônibus? Isso é meio controverso. Acredito que não adianta ficar me remoendo, tentando lembrar um nome, quando tenho sua fiel proprietária a tão poucos passos de mim. Seria lógico aproximar-me e iniciar um diálogo. Assim, direcionando o assunto para que ela, ao contar uma história sobre si, diga seu próprio nome, num exemplo. Eu fingiria normalidade e, de posse desse prêmio, tesouro, achado, passaria a falar-lhe mais aliviado.

Nem tão logo me aproximei e esbocei um balbuciar, a senhora ergueu-se, nobre, austera, que nem parecia estar num ônibus, mas numa carruagem real. Confesso que quase não me segurei sobre minhas pernas, mas fingi bem. Estávamos a centímetros um do outro. Dava para sentir seu perfume em meio ao odor esquisito de suor misto, em conflito no ar. Ah! Mulher asseada tem essas vantagens. Mais um passo dei; outro, ela também.

Tinha pressa em chegar, pois a essa altura, meu ponto se aproximava. É incrível como, nessas horas, não sentimos o tempo passar. Ele voa como uma águia, com fome, a caçar. Como eu caçava um nome, o tempo caçava meu fracasso! E, pensando assim, demos mais um passo.

A hora era agora. Frente a frente, rosto a rosto, pé ante pé, os dois corpos eram quase um só. E minhas mãos, que estavam segurando a alça do ambiente inóspito já se preparavam para enlaçar sua cintura. Meu gesto lento, porém, foi superado pela doce voz da senhora:

- Querido! Que surpresa encontrá-lo aqui!

Eu sorri e, ao tentar emendar uma resposta, fui surpreendido por uma outra voz, mais grave, às minhas costas:

- Pois é, amor! Meu carro quebrou!

E lá estava eu, como um paspalho, entre um casal de namorados!

Como é belo o amor... Não cega apenas quem se envolve. Mas, também, a quem pega um ônibus lotado. Só me restou pedir licença e deixá-los juntos, lado a lado. Afinal, minha parada era próxima!

- Por favor, motorista! Para o ônibus que eu quero descer!


(Guilherme Ramos, 21/05/2011, pela manhã, refinalizando o Conto “Extraordinária Conversa com uma Senhora de Minhas Relações”, de Carlos Drummond de Andrade, durante um exercício do curso “Escrever Pra Quê?”, realizado pelo SESC/AL)
sexta-feira, 1 de abril de 2011 3 comentários

Amar Pode Dar Certo (Para Mim Também)

Sou o que “soou” nos trechos do livro que li. Cada linha, um tapa na cara. Mas um tapa colaborativo, educativo, até. Sem qualquer apologia à violência, senti-me despido e surrado como um escravo no tronco; no tronco da escravidão do amor. E gostei. Gostei porque não houve “dor” física; tampouco espiritual. Se houve dor, chamou-se consciência. E isso precisamos carregar todos os dias. Um preço pelo livre arbítrio. Devemos amar, amor; calar, calor... Viver sem medo. Sem medo da dor. Porque só não sente dor quem não pode fazer mais nada. 

Então é isso. As luzes se apagam, os sons silenciam, tudo pára. E nesse hiato, a vida transcende. Isso não me surpreende. Um dia, a gente aprende. Não se arrepende. De nada. De nada do que fez. É tentar novamente. É tentar outra vez. Devo seguir a luz? Ou buscar a escuridão? Sinto a necessidade de continuar. Meu momento chegou? Acho que não. É tempo de re-amar. Re-animar. Dar alma ao corpo morto da frieza de coração. Por que fazer-se de morto, ao lado da emoção? Porque escutar o silêncio do cérebro, quando ainda bate o coração? Assim era eu, então. Emoções nulas; pura razão. Mas não era insensível. Tinha a sensibilidade de um artista... realista: determinista, materialista amoroso, negativamente humano e - apesar de me considerar um dos últimos românticos - fugia totalmente de seu subjetivismo.

Tinha lá minhas razões. Sempre as temos. E as tememos. Por isso encarei o curso "Desenvolvimento da Percepção Sensorial", com Ronaldo Peixoto/AL. E, para minha surpresa, foi-me dada oportunidade de ler um livro que achava “piegas” (puro preconceito, claro!). Mas as mensagens dele pareciam ter sido escritas por mim (nos velhos tempos). E, como fazemos parte de um todo energético, sei que algumas (senão muitas) palavras, de fato, me pertenciam. E, por isso mesmo, foram deslocadas do livro, tornaram-se “fragmentos do amor que pode dar certo” e tranfiguraram-se num acreditar que “amar pode dar certo (para mim também)”. Sei que a estrada é longa e alguns se perderão no caminho. Mas tudo tem um preço. Sei que não desistirei. Como sei? Porque sei. Tenho fé. Ela dispensa provas. 

A página vai terminando e eu, encurtando as palavras. Quero parar na décima página. Dez é um bom número. Torna-se Um, Mago, Alfa e, no fim dos ciclos, torna-se o próprio Ômega. Pois tudo termina onde começa. Não há em cima nem embaixo. Há apenas. E sei que estou contido nesse todo inexplicável. Todos somos um. Somos um todo. Absoluto. Mágico. Energético. Infinito. Amor.

(Guilherme Ramos, 01/04/2011, 23h28. Não, não é mentira. É a mais pura... verdade.)
 
;