quarta-feira, 22 de julho de 2009 2 comentários

Literárias Mostras Virtuais

BACANAL LITERÁRIO NO SESC CENTRO!
Vai ficar "por fora"? Ou quer ficar "por dentro"?

O Lançamento da ação, que compõe o Centro de Difusão e Realizações Literárias (CDRL) do SESC Alagoas, será dia 24/07/2009, a partir das 19h30, no SESC Centro (R. Barão de Alagoas, 229, Centro. Contato: 3326-3133).

A entrada é FRANCA!
segunda-feira, 6 de julho de 2009 9 comentários

O Atirador, a Pedra e o Rio...

Quando atiramos uma pedra em um rio, ela causa ondulações circulares à água, que tem alcance variável, dependendo da “força” empregada.

Da mesma forma são as resultantes de ações em nossa vida: lançamos palavras e/ou sentimentos (como pedras), que atingem o alvo (caem no rio) e, dessa combinação, surgem os conflitos (ondulações). Isso não ocorre aleatoriamente.

Alguém me disse que – com relação a seus sentimentos – não sabia se a culpa era do atirador, da pedra ou do rio. Que se culpou por muito tempo enquanto atirador para, depois, decidir-se por acusar o seu alvo. Havia suas razões. Não me cabe discutir aqui.

Refleti sobre o meu caso e até achei que a culpa era do atirador ou mesmo da pedra, nunca do rio. Afinal, era apenas um alvo. Sem solução até hoje, apenas “rio” (com o perdão do “trocadilho”). Não percebi que as respostas mudam de um caso para outro; de tempos em tempos. A todo momento.

Certa vez, havia “cumplicidade” entre as partes. Uma espécie de ritual, onde cada lado cumpria seu papel, sua razão de ser. Mas, de repente, sem mais nem menos, o “rio-alvo” secou e virou deserto. A “pedra-sentimento”, agora, era só mais uma na multidão que lotava o fundo do antigo rio. Tornou-se (apenas) – como diria o poeta – “uma pedra no meio do caminho”. Para mim mesmo, um reles “atirador-apaixonado”.

Aprendi. A duras penas. Com o tempo. Não há como aprender de outra forma, mesmo quando alguém lhe explica tudo. É preciso ter cuidado com o que se lança à sorte do destino, porque pode se tornar um obstáculo futuro. Um deserto. E o “alvo” (inicial) pode nem mais existir. Será sempre você. Só e somente só: você. Especial e único.

O meu maior receio é viver eternamente nisso. Num eterno “gostar-desgotar-regostar” e, no fim, nunca ser/estar (com) alguém.

(Guilherme Ramos, 06/07/2009, 21h33)
sexta-feira, 3 de julho de 2009 4 comentários

Há males que vem para o bem

“Há males que vem para o bem.”

A frase é velha conhecida do (domínio) público. Seu uso, é irrestrito e, por vezes, funciona.

Hoje, eu a utilizo para o fenômeno post mortem Michael Jackson (1958-2009). Ok, ok, ok... Sei que todo mundo está falando nele, mas... não posso deixar de registrar – aqui – uma (curiosa) realidade local.

Não foi apenas o comércio formal de CDs/DVDs que se beneficiou da fatalidade para vender álbuns do astro pop. No Centro de Maceió/AL, os “comerciantes de mídia genérica” tocam e comercializam, em barracas/carrinhos no meio da rua, a MPPB (Música Pra Pular Brasileira) – sonoridade bizarra que a cultura de massa insiste (e consegue) chamar de “música” – forçando-nos a escutar acordes malditos, solos apavorantes e refrões hediondos. Pois não é que após a morte do cantor americano, passou-se a tocar algo que parecia impossível em nossas manhãs e tardes?

“Ben”, “Thriller”, “Billie Jean”, “Human Nature” et all tocam diariamente, insistentemente, desde 26 de junho – meio que desinfetando nosso cotidiano e aliviando a aflição de pessoas como eu que não podem pedir para os ambulantes desligarem seus equipamentos de som (quase trios elétricos), visto que a rua é pública...

Agora, “graças” (ops!) “devido” ao falecimento do cinquentão com síndrome de Peter Pan, eu posso andar na rua mais tranquilo, como se estivesse em algum lugar (um pouco mais) civilizado, por vezes cultural, como um verdadeiro centro de cidade que se preze deveria ser.

Pena que – tenho certeza – daqui há algum tempo, tudo isso desaparecerá, dando lugar ao TOP TREVAS de sempre. Isso me lembra um outro ditado:

“O que é bom, dura pouco.”

A menos que, por alguma "maldição", essa história de morrer – e vender mais e mais discos – vire moda e tenhamos uma maratona multimídia no Céu e na Terra. Já pensou? Ouvir Madonna, Elton John, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Chico Buarque (e tantos outros) no meio da rua? Não que eu deseje a morte de ninguém, mas... é fato:

“Há males que vem para o bem.”

(Guilherme Ramos, 03/07/2009, 22h10)
 
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