sexta-feira, 29 de agosto de 2008 1 comentários

Mude e Marque

(Por Airton Luiz Mendonça, num artigo do jornal "O Estado de São Paulo")

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.

Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: Nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.

Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo.

Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência).

Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... São apagados de sua noção de passagem do tempo... Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir -as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... ROTINA .

Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.

Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).

Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais.

Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.

Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.

Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. Seja diferente. Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos..... em outras palavras...... V-I-V-A !!!

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.

E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.

Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?

Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida. E S CR EVA em tAmaNhos diFeRenTes e em CorES di f E rEn tEs !

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVETE.....

V I V A !!!!!!!!

***

Gostaria de agradecer (MUITO!) à Adriana Almeida, por me enviar esse texto tão maravilhoso. Ela não sabia, mas nesse momento, estava me mostrando o que eu tanto procurava para - finalmente - continuar com meu livro (a razão da existência deste blog). Dri, você É DEMAIS!!!! Bjuxxxxxxxxxxxx!!!!!

Ah! Sem falar que este é post nº 200! Melhor ocasião não poderia ser! Parabéns a todos que, de uma forma ou de outra, colaboram com esse meu mundinho virtual!
quarta-feira, 27 de agosto de 2008 2 comentários

Amor Mal Resolvido



(Arnaldo Jabor)
Olhe para um lugar onde tenha muita gente:

Uma praia num domingo de 40º, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade. Metade deste povaréu sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem um Amor Mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.



Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que Não. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: lembranças, amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim.
Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas etapas: atração, paixão, amor, convivência, amizade, tédio, fim. Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores. Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez. Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade.

Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para Ser Feliz Novamente. Não existe pessoa certa, todas as pessoas são certas e todas são únicas, portanto, se você alguma vez achar que perdeu o amor da sua vida, outros amores virão ou mesmo o velho amor pode pintar outra vez.
terça-feira, 26 de agosto de 2008 1 comentários

Dever (?)

"Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo mais do que um espectador de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso. E assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis." 

(Autor Desconhecido)

É! Concordo plenamente! Agradecimentos à minha amiga Aline Karla que, num depoimento aqui, me deixou essa "pérola" maravilhosa... Valeu, Karlinhaaaa!!!!!
terça-feira, 19 de agosto de 2008 2 comentários

Começo, Meio e Fim

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.

Detesto quando escuto aquela conversa:

'Ah,terminei o namoro...'

'Nossa, quanto tempo?'

'Cinco anos... Mas não deu certo... acabou'

'É não deu...'

Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.

Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?

E não temos esta coisa completa. Às vezes ela é fiel, mas não é boa de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.

Tudo, nós não temos.

Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.

Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...

Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê pití.

Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.

Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.

O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama!

Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa.

Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

Gostar dói! Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.

Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer...

A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.

Na vida e no amor, não temos garantias.

E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.

Nem todo sexo bom é para descartar... Ou se apaixonar... Ou se culpar.

Enfim... quem disse que ser adulto é fácil?'

(Dizem que é de Arnaldo Jabor. Mas eu não tive tempo de confirmar. Se isso for alguma "blasfêmia", avisem-me que eu "exorcizo", OK? Rssss... Agora, sério. Independente de quem escreveu o texto, tenho que admitir: vejo-me em muitas frases e parágrafos. Acho que qualquer leitor deve se sentir assim. Resta-nos refletir - mas não como um espelho, que só reflete o que vê. Devemos 'tentar' enxergar a realidade. Por mais obscura que ela tente ser. Nós somos donos de nossos atos. Nós somos senhores de nosso destino. Viver dói? ÓTIMO! A dor nos lembra que estamos vivos. E livres para aprender com nossos erros. E não há nada mais gostoso que aprender. E segue a vida... Sozinho ou não, sigo. Sem rumo, às vezes. Mas não estou perdido. Estou me achando. Quer me dar sua mão? Hum... Cuidado, eu 'mordo'. E você pode... 'gostar'... Rssss...)
segunda-feira, 18 de agosto de 2008 0 comentários

Guardanapo

Luiz Siqueira de Lima Neto*

O relógio anuncia as horas que perco de minha vida a cada instante me fazendo lembrar que a velhice está um pouco mais perto de minha porta. As madrugadas a fio, sozinho, ao lado de um copo de vodka com gelo, esquentam meu peito. Congelando todo o resto, o sono me pesa os olhos e olho para aquelas gotas que deslizam pelo copo e pingam sobre a toalha da mesa, indo embora com o tempo e questiono-me: ‘O que fiz de minha vida?’. Como um bom bêbado que sou, reclino minhas pernas cansadas sobre outra cadeira, fito o vazio e permito surgir em minha mente todas aquelas lembranças que me fazem sentir ainda mais derrotado, embalado pela bossa que não toca no carro, o cenário perfeito para florescer as dores do coração.

Esse canalha que não se decide entre essa ou aquela e me machuca com tamanha força que, às vezes, tento arrancá-lo e atirá-lo na sarjeta. Por que não ir mais devagar, sem pressa, com bastante medo, para não se arriscar tanto; perco-me dentro de mim, do vazio que me preenche, me apego a Deus e peço-lhe forças e coragem para abrir os olhos e colocar-me de pé um dia mais. Complicamos tanto a vida que nos afogamos em nós mesmos, somos nossos piores monstros. Sou um pierrô desgraçado. Assassinei minhas colombinas (cometi o mesmo erro várias vezes) e deixei todas as bailarinas chorando no meio do salão. Fico imaginando como seria minha vida por outros caminhos, mais simples, calmos; como minha vida poderia ser feliz ao lado de alguém que tanto me ama. Porém, eu e esse meu dom de estragar sempre tudo bem antes do ‘era uma vez...’, hoje consigo ser seu. Entretanto, pergunto-me angustiantemente: ‘quando poderei ser meu?’

(*) Disponível em: www.umpoucodoeuquecabedentrodenos.blogspot.com/
Ah! Qualquer semelhança com pessoas e/ou fatos reais (não) terá sido mera coincidência. Às vezes "temos medo" de nos transformarmos nesse tipo de personagem. Às vezes, "queremos" nos transformar. O que fazer? O que fazer? Apenas viver; talvez sonhar. Mas nunca deixar de "tentar".
quarta-feira, 13 de agosto de 2008 0 comentários

Nós & Nós

Há fatos que nos fazem pensar em "nós".
Mas seriam "nós" = "eu e vc" ou... que (não) desatamos?

(Guilherme Ramos, 10/08/2008, 14h31)
terça-feira, 12 de agosto de 2008 0 comentários

Ciclos

Ciclos têm se fechado.
Isso é bom.
É sinal de que estou evoluindo
(Enquanto pessoa).
Alguns ciclos (ainda) machucam.
E fechá-los... Hum... mais ainda.
Mas é (foi-será) preciso.
Não, isso não é um poema.
Não é tão preciso.
Não é poesia, nem melodia.
(tampouco melodrama)
É uma constatação.
De que sou humano.
Por vezes, impreciso.
(Erro e aprendo...)
E continuo a viver.
Não é fácil, disso saber.
Mas, sigamos em frente,
Nessa interminável estrada
(Chamada "vida").
E seguem os ciclos
(Também da vida)
Como numa loteria insana:
27.07.04.12.08...
Será que tais "números"
Poderão me dar mais "conforto"?
(Pelo menos um mais "bacana"?)
Afinal, jogo é jogo...
(E ninguém mais me "engana"...).

(Guilherme Ramos, 12/08/2008, 23h49)
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Ah! Mar!...

Nesse oceano de paixões...
Em tempestades de razões...
Ah! Eu não consigo.
Eu não consigo!!!
Ah! Mar! De novo! (?)

(Guilherme Ramos, 12/08/2008, 23h36)
domingo, 10 de agosto de 2008 0 comentários

Escrever

"Escrever é brincar com espelhos, ilusões, reflexos daquilo que é e daquilo que não é. Escrever é criar algo a partir do que parece ser nada, mas no fundo é tudo aquilo que existe. É magia..."


(Daniel Duende)
terça-feira, 5 de agosto de 2008 0 comentários

Teatro, Educação e Inclusão Social



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Sobre trabalhos demorados

"O trabalho que leva tempo para concluir, sobrevive à morte de seu criador."


(Da Vinci)

* * *


É! Obrigado, Kizzy Ysatis (quem me apresentou essa frase de Da Vinci). Isso me deixa mais tranqüilo. Afinal, desde 1999 que eu pesquiso e escrevo "Samsara: Os Filhos do Sempre" (meu tão sonhado romance...). Ao menos ganho mais forças para escrevê-lo e não desanimar com tanto "tempo" investido na sua criação. EU CHEGO LÁ!!!!
domingo, 3 de agosto de 2008 0 comentários

Maturidade

"A maturidade me permite Olhar com menos ilusões, Aceitar com menos sofrimento, Entender com mais tranquilidade, Querer com mais doçura..."


(Lia Luft)
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Recado

Aos que não me entendem, um recado: não tentem. Eu poderia perder a graça ou tornar-me perigosamente apaixonante. Faça-o por sua conta e risco.

(Guilherme Ramos, 03/08/2008, 20h36)
 
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