terça-feira, 31 de dezembro de 2013 0 comentários

Novo Ano Novo, de Novo

Meu último crepúsculo de 2013...

Bem, aqui estamos. 31/12/2013. Poucas horas para mais um fim de ano. Para mim, nenhuma surpresa. Todos os anos são assim. Mas o que podemos fazer diferente? O que podemos não fazer e, assim, sermos diferentes? Não sei. Não é fácil, confesso. Não sou o melhor exemplo de vida perfeita - a seguir. Mas sou único. E tento fazer disso, minha mais humilde contribuição.

Perfeição para que? Senão para criar parâmetros para comparações e críticas aos ditos "imperfeitos"? Não, não, obrigado. Estou muito bem com minhas qualidades e meus defeitos. Eles se dão muito bem. Não perdem tempo com briguinhas idiotas, para provar quem e mais ou menos. Eles trabalham juntos. Ajudam-se. Complementam-se. São uma equipe dos sonhos. São meu termômetro. E apontam quando estou indo na direção certa ou errada. Cabe a mim, no meu livre arbítrio ouvi-los... Ou não.

Daí, vem minhas histórias. Alegres ou tristes. Mas são minhas. Minha vida. Meu aprendizado. Minha experiência e minha evolução. Assim, traço meus dias e noites; minhas madrugadas insones e meus amanheceres sonolentos. Um dia de cada vez. Uma noite por vez. Assim, humanamente. Não sou nenhum super-herói. Apenas faço minha parte, como todos deveriam fazer.

"Somente os heróis acordam pela manhã." (Essa frase ainda vai povoar suas mentes, não se preocupem...)

Estamos todos acordados ainda?

Bom dia para todos nós.

E feliz 2014.

(Guilherme Ramos, 31/12/2013, 20h41. Mas, postado agora, por motivos óbvios... Rssss...)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013 0 comentários

Tatuagem


O para sempre de sua tatuagem é sempre a minha melhor imagem. Eu lhe esculpi o corpo com prazer, não fiz nada apenas só por fazer. Havia sentimento, havia inspiração, havia gosto, cheiro, temperatura. Havia tesão. Havia amor. E, mais que isso: havia compreensão. Entre criador e criatura...

(Guilherme Ramos, 27/12/2013, 11h42.)

Imagem: Google.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013 0 comentários

Mosaicos


Havia apenas um mosaico. Em mim. Houve vazios, houve preenchimentos. Houve dedicação. Esmero. Vocação. O resultado pode ser contemplado pelas mais diversas plateias. O público que me visita e me conhece. O público afetivo. E afetado. Pessoas que vem e vão com os dias, os meses, os anos. E a minha vida fica. E segue em frente. A arte por mim imposta não deseja agradar a tudo e todos. Quer apenas agradar a mim. Acalmar o meu coração que, tal qual tal mosaico, precisa secar para ser concluído. A beleza que existe na obra de arte inacabada, não se compara ao seu término. A conclusão de um sentimento é similar. Com exceção de que não há críticos de arte. Há apenas críticos. E suas críticas de nada me interessam. Meu “mosaicoração” precisa de um tempo - apenas dele - para ficar pronto. E, ao ser concluído, será único. No mundo.

Para mosaicos serem feitos, é preciso quebrar azulejos, cerâmicas, vidros e afins. Assim como quebramos a cara, despedaçamos corações e fragmentamos sonhos. Parece cruel, mas é em prol da arte. Isoladamente quebrados, esses sentimentos-objetos servirão à construção de algo maior, híbrido, repleto de histórias separadas, que se tornarão outra. Diferente. Maior.

Corações, tais quais mosaicos, precisam passar pelo mesmo processo. Quebra, seleção de pedaços, reagrupamento, colagem, secagem e acabamento. A partir daí, estarão prontos. Para serem contemplados. Como merecem. Com a grandeza que nunca deveria ter sido empregada a outro. Semelhante. Porque nunca haverá outro igual. Nem mosaico, nem coração.

Mosaicos, tais quais corações, tem vida (im)própria. Passam por intempéries que os desgastam. Somente os de qualidade resistem. É um aprendizado lento, repleto de técnica, mas também da tradicional experimentação. É de “tentativa e erros” que se alcança o objetivo. Tentativa. E erros. Muitos erros. Somente assim chegamos aonde realmente queremos.

Corações. Mosaicos. Mosaicos. Corações. O que seriam, senão agrupamentos de sensações? Sentimentos. Sentidos. Ressentidos. Consentidos. Às vezes, sem sentidos.

Apenas mosaicos.

Apenas corações.

Assim como poesias são poesias; canções são canções.

(Guilherme Ramos, 26/12/2013, 17h01.)

Imagem: Google.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013 0 comentários

A Creditar


Difícil entender como é mais fácil acreditar em Deus (ou no diabo) do que acreditar no Amor.

Você sente o amor. Ou pensa que sente. Você quer estar com aquela pessoa, quer viver uma história com ela, quer sentir prazer com ela, quer ter filhos com ela...

Você sente Deus. Ou pensa que sente. Você quer estar com Deus, quer viver uma história com Deus, quer sentir prazer com Deus, quer ter... OK, isso não. Mas quer Deus com você o tempo todo.

Não há dúvidas que, na Sua infinita sabedoria, Deus nos fez sua imagem e semelhança. Sendo assim, quando nos amamos, executamos sua ordem maior que é “amarmos uns aos outros”. Mas, como fazer isso, se algumas pessoas se recusam a amar? Da mesma forma, há pessoas que se denominam ateus (que não acreditam em Deus). Esses é que nunca vão amá-lo...

Existem, então, “ateus do amor”, eu poderia deduzir. Aqueles e aquelas que não abrem mão da desconfiança, do medo da dor (que supostamente vem com o amor). Mas por que o amor precisa machucar? Acho que não machuca. Não o amor propriamente dito. Não foi Deus quem o criou? Assim com criou todos os sentimentos: perdão, tristeza, alegria... Ah! Perdão não é sentimento? Ok. Frieza também não é. Mas muita gente sente. E se ressente. E perdoa. Mesmo que doa. Perdão é isso.

O “amor” (bem aspado mesmo) passado decepcionou? E o que tem o novo amor com isso? Amor é fênix que se renova a cada nova morte. Das cinzas, transforma-se em algo diferente. Um novo norte. Assim como o amor. Precisamos deixar que o amor aconteça como fazemos com Deus. As pessoas falam para acreditarmos em Deus. Eu falo para acreditar no Amor. Deus criou o amor. Fazendo uma coisa, acontece a outra.

Então, por que não acreditar em ambos? É uma combinação sagrada. Que faz bem sem olhar a quem.

Mas e o diabo?

Acho que é melhor culpá-lo por uns parágrafos anteriores. Mas, claro, que ele não fez tudo sozinho. Não tem competência pra isso. Precisou da ajuda de muita gente. Que, descrente (do amor), fez-se outra imagem e semelhança...

Inferno mesmo. Não de fogo, devorador. Mas de frieza. Humana. Pior que a pior madrugada chuvosa. Pior que a neve do sul e sudeste. Pior. Apenas isso já basta.

Enquanto isso, eu fico aqui, meio ateu, meio crente, mas totalmente presente. Nos sentimentos que possuo. E que sei, sem nenhuma dúvida de errar, que não sou o único.

Amar é viver. Melhor. Nem que seja amor próprio. Já é um big bang de mudança. Criando um mundo melhor. Senão para si, para o próximo. E lá vem outra máxima:

“Amar ao próximo, como a si mesmo...”

Fazendo a minha parte em 3, 2, 1...


(Guilherme Ramos, 16/12/2013, 2h26.)

Imagem: Google.
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Breves Diálogos (6)


6. Agressão

- E, então, ela me esbofeteou. Ela me machucou, tá vendo? Olha a marca!
- Mas é apenas batom.
- Foi o que eu disse, ela me esbofeteou. Ela me machucou, tá vendo? Olha a marca!

(Guilherme Ramos, 16/12/2013, 00h05.)
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013 0 comentários

Quando me Apaixono


... E quando me apaixono, esgoto toda e qualquer possibilidade de criação. Fico, assim, desmedido, insultado, mas com vontade de te ter. Minha poesia é vazia, ou vadia, vá lá saber! Eu só rimo isso com aquilo. Eu só penso em você. E falar de você, tão bem assim, não tem como, não há como concluir. Porque assim, com você, vivo em asilo. Politico. Bendito. Para você. Para mim. Eu sou assim. Assim, quando me apaixono, fico sozinho, na arte. Fico repleto na vida, fico sem mais nem menos, fico só ao seu lado e fim. O que procuro não é rima, é vida. Ao lado de quem bem me quer. Só a mim. É meio piegas, mas é verdade. Vem com a idade. E fim.

(Guilherme Ramos, numa noite dessas, numa hora daquelas...)

Imagem: Google.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013 0 comentários

Breves Diálogos (1)


1. Cama

- Podemos ficar aqui na cama, apenas abraçados?
- Claro. Ou você acha que eu quero apenas sexo como você?
- Não sei. Você é homem. tem suas necessidades...
- Tenho. Adoro sexo. Mas não trocaria a possibilidade de ficar o resto da minha vida ao seu lado por apenas uma noite de prazer.
- ...
- Mesmo que essa noite também fosse com você.

(Guilherme Ramos, 11/12/13, 18h.)
terça-feira, 10 de dezembro de 2013 0 comentários

Colheita


Vem de antes da guerra, o sentimento que cultivo para nós dois.
A colheita vencerá a entressafra, as intempéries e todas as pragas.
Meus cuidados são os melhores: para o agora, o antes e o depois.
Minhas esperanças são mais fortes do que as lâminas das espadas.

Viver plantando você em mim e eu em você, tem sua vantagem:
É um cultivo prazeroso, romântico, dedicado e autossustentável.
Não há opção senão dedicar-se e até enfrentar alguma estiagem,
Mas no fim, não há tristeza: só há amor e carinho. Meigo, afável.

Toda e qualquer guerra tem seu fim. Não há quem lute sempre.
Morrem vilões, heróis, corajosos, covardes, enfim, morre gente.
Não há exceção que subjugue a temida regra: está vivo? Morre!

Mas nossa colheita resiste. Renasce. Cresce. Firme. E sobrevive.
Saciando a fome de dois amantes - eu e você - no mundo livre...
Nosso amor-livre está a salvo. Ele vive. Solto. Anda, voa, corre!


(Guilherme Ramos, 10/12/2013, 18h30.)

Imagem: Google.
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Dezembro


E de repente, dezembro.
Se bem me lembro,
O seu dia é aqui.
No mês do verão,
Que virá, em breve,
De leve, volta pra mim...

(Guilherme Ramos, em dezembro, numa hora mais que especial...)

Imagem: Google.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013 0 comentários

O Amor




Amor é palavra falada, pouco usada de verdade,
Também é essa coisa, doida, sem limites, perdida.
O amor é tanta coisa e quase nada, com a idade,
Se comparado ao que sinto por você nessa vida.

Amor é prato, garfo, colher e faca em mesa vazia,
Também é fome, duas mãos e boca em mesa farta.
O amor é desjejum, almoço e jantar que me sacia,
Mesmo não sendo comida, nutre. Não se descarta.

Amor é. Amor foi. Amor será. Não há quem negue.
Amor é tudo e não é nada. Mas quando é entregue,
Não fica uma só pessoa ao relento, sem nada fazer.

Amor corrompe corações vazios e sem sentimento!
Amor escolhe todos os seus por puro merecimento.
E não tente fugir. O amor existe para nos envolver.


(Guilherme Ramos, 05/12/2013, 00h54.)

Imagem: Google.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013 0 comentários

Eu Já Amei


Eu já amei. Ah! Se amei! A vida é assim mesmo, um eterno recomeçar. Engana-se quem acha que se morre quando um relacionamento acaba. Morrem os bons momentos, os beijos, o sexo, a companhia, os abraços, o cheiro. Do outro. Mas ficam os seus bons momentos, a sua capacidade de beijar outra pessoa, o seu jeito único de fazer sexo, a sua presença – para ser companhia de outro alguém, os seus abraços, o seu cheiro...

Ficam tantas coisas – que podem ser partilhadas com outra pessoa, que você nem deveria se lembrar do que passou, do que houve, do que lhe entristeceu. Acabou. Admita. Acabou. Mesmo. Mas você permanece. E você é sua melhor companhia. Mesmo. Não há ninguém igual a você. Então, você para de choramingar e segue em frente. Porque, depois, sempre vem mais gente.

E a coisa se repete. E mais uma vez. E mais outra. E outra. Num ciclo previsível até que você acha que já sabe se virar sozinho. Aí, acontece novamente. Mas diferentemente. E como é isso? Ninguém sabe explicar. Não se ensina na escola, na faculdade, no barzinho, no cabaré, em nenhum lugar. Só a vida mesmo sabe como nos mostrar.

Mas a gente precisa saber enxergar isso. É meio estranho, no início. Você se sente um alienígena desgraçado. Quer voltar para casa, para o útero da mãe, para os confins do universo, para o big bang, mas não quer passar por isso novamente. Mas passa. E se entrega. É inevitável. É bom. Aliás, é ótimo!

E as coisas são diferentes. A pessoa cuida de você; você cuida dela. A pessoa se declara; você se declara para ela. Ela viaja, você sente falta dela. Você viaja, ela sente falta sua. Seu aniversário não tem mais graça sem ela; ela nem celebra essa data sem você. Carnaval, São João, Dia das Crianças, Natal, Ano Novo... O que é isso, se não estão juntos? Nada se compara a essa sensação.

E, ao mesmo tempo, tem suas próprias vidas. Individuais. Pessoais. Cada um por si. Cada um na sua. Com sentido. Com um norte definido. Sem dores pelo corpo ou pela alma. São felizes assim. Voltar para casa para ver o outro é um bônus que a vida lhes concede, não uma obrigação enfadonha. É divertido, não tedioso. É mais que bom, é maravilhoso.

É partilhar, não partir. É um futuro que qualquer um deseja, mas tem medo de tentar. E, quando surge a oportunidade, às vezes, estamos ocupados demais lamentando o passado. Quando menos se espera, o passado se faz presente novamente. E só nos resta repeti-lo como tolos.

E começamos pelo mais básico dos básicos. Repetimos, num mantra maligno, digno de fim do mundo:

- Eu já amei. Ah! Se amei!...

(Guilherme Ramos, 03/12/2013, 21h04.)

Imagem: Google.
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Montanha


Dormi à sombra da montanha erguida entre nós.
A sensação de vazio só não foi mais estranha
Que acordar o pensamento-dor nas entranhas,
Ratificando que juntos, só estávamos mais sós.

A montanha ainda está lá. Completa. Intacta.
Não se move. Imóvel. Imóvel. Não se move.
Não se importa. Não se fere. Não se impacta
Com minhas investidas inúteis; rimas pobres.

À montanha, errada, resta apenas... esperar.
Ao errante, montam-se as chances de mudar.
Sem saber que seu destino já estava escrito.

E segue o ato, abstrato, o fato desconhecido,
Não lhe havia mais nada a ser concedido...
Só. Ser. Pária, estorvo, anjo caído, proscrito.

(Guilherme Ramos, 27/11/2013, 15h49.)

Imagem: Google.
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Ouve: Houve


Houve um por
Do Sol
Por vir.
Houve um. Repor
De só
Servir.
Ouve um por
Favor
Seguir.
Ouve um, 
Por si, só. 
Ouve. Houve.
Um. Só.
Sentir.

(Guilherme Ramos, 03/12/2013, 00h54. Inspirado pela foto de Larissa Fontes.)
 
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