sexta-feira, 26 de dezembro de 2008 0 comentários

Férias de 2008

Pudessem os poetas de outrora
Galgar as nuvens como eu - agora,
Veriam rimas bem mais ricas...
Sonhariam com musas mais bonitas...
Não parariam mais de escrever.
É um momento ímpar, que "me" permito...
Faz tempo (muito tempo) admito,
Que não me proporciono tal lazer.
Porque estar de férias, sem compromisso,
E não ter vergonha de admitir isso...
Só me faz gostar mais
De tudo que (ainda) não fiz,
Estou fazendo e (certamente) vou fazer!
Bem-vindo a "você", caro amigo!
E já que abandonou seu "abrigo",
Está na hora de... "viver".
(Boas férias... E que venha o mundo!)

(Guilherme Ramos, Rio de Janeiro, 31/05/2008, 13h - mais ou menos... Tomando um "expresso" e aguardando o vôo para Campinas.)

Há sete meses... Direto do túnel do tempo. Rssss... Uma das melhores férias da minha vida.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008 0 comentários

O Amor

Carlos Drummond de Andrade

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor.

Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.
sábado, 13 de dezembro de 2008 0 comentários

Rima Tosca

Nos meus olhos vermelhos
Há chuva todo dia...
Resultado: desejos
Por alguém que partia.
Solitário, revejo:
Rima tosca; agonia.
Acabou-se o que outrora
Fôra só alegria
(Assim, assim)
Da noite para o dia.
(Enfim, o fim)
Acabou-se a "folia".

(Guilherme Ramos, 07/12/2008, 2h56)
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008 1 comentários

Papos Híbridos: Um Ensaio Sobre Amor e Paixão


Surpreendendo as estatísticas convencionais e decepcionando a teoria das mulheres de que os homens não são sensíveis, registramos aqui o diálogo entre dois homens investigadores de sentimentos. Pergunta-se: qual a diferença entre o amor e a paixão?


Homem 01- O que é o amor? Quem o define? O que define a paixão?


Homem 02- Comparo o Amor (com “A” maiúsculo) com a Amizade (idem). Quer Amor mais verdadeiro que o entre amigos? Falo de amigos verdadeiros, não colegas, não conhecidos. Mas, A-m-i-g-o-s. Pode haver brigas, desentendimentos, tudo. Os verdadeiros Amigos, não se afastam, não se cobram, não se metem na vida do outro ao ponto de prejudicar um ao outro. Eles querem o melhor para cada um. Assim é o Amor. Ele dá Liberdade. Já a paixão, vejo como uma chama avassaladora, maravilhosa, mas que cobra demais do outro e termina por desgastar a ambos.


Homem 01- Não nos apaixonamos pelos amigos? É isso? Seria meio homossexual dizer que sou apaixonado por um amigo ou que seria platônica a relação com amigas... Acho que a pergunta é sobre homem e mulher ou relações afetivas carnais, que configuram uma relação estável e, dessa forma, acredito que a paixão antecede o amor. Você não vê um estranho e diz “eu te amo”, você apenas cumprimenta e o observa, flerta, joga, seduz, tempera, incendeia, provoca. O amor é mais maduro, é a plenitude, é fim do desejo carnal, é o bem querer.


Homem 02- Não disse nada que contradiga isso. “A amizade é uma espécie de Amor.” E, quem participa disso, chama-se “enamorado”. Quando nos apaixonamos, somos “apaixonados”. Não percebe a tênue linha entre ambos? A paixão é adolescente, inconsequente, imprudente, temerária... o amor é maduro (concordo), é inexplicável. É quando conhecemos a pessoa de todas as formas e ainda assim continuamos a gostar dela. Na realidade, a amamos. É algo sublime, Sr. É amor o que sentimos por nossos filhos; por nossos pais; por nossos amigos. O sexo oposto? Apaixonamo-nos por suas qualidades (sejam elas físicas, intelectuais e até espirituais). Mas o tempo (oh! Sábio tempo) transforma uma provável paixão em amor. Não acredito em “Amor a primeira vista”. É paixão. Quando convivemos com a pessoa, quando a conhecemos bem, quando nos relacionamos com ela... aí vem o amor. E isso é para poucos hoje em dia. Todos dizem “eu te amo” (até para um estranho). Olhe nas ruas. A velocidade de relacionamentos é mais rápida que a transferência de dados on-line dos diversos downloads na Internet. Nesse exato momento, quantas pessoas estão usando o verbo “amar” como mera fantasia para externar uma “paixão” descabida?


Homem 01- [Risos] Tenho que concordar... discordando, claro! Isso a que você se refere - a velocidade de informação e aos downloads de sentimentos - não é amor e nem paixão, é apenas, no mundo moderno, a nova fórmula de exercitar sensações e sentimentos: é o que todos chamam de “ficar”. Que se resume a um único beijo, uma única transa ou simplesmente, um mero bate-papo virtual, com nomes falsos (nicks), para suprir as carências existenciais... Então, acompanhamos a modernidade? Posso afirmar que não. Não acredito que uma mulher de 30 anos ou uma jovem de 21, fica até as cinco da manhã, apenas brincando de “amar” ou de se apaixonar. O grande problema está nos rótulos da paixão e do amor, que são massificados pelos veículos de massa. Ou você já não viu senhoras casadas na frente da televisão se apaixonarem pelo personagem do malandro sedutor, que tem uma relação com uma mulher casada? E esse desejo quase exposto está ali, suspenso no ar, enquanto seu marido cochila no sofá, já bêbado, esperando a novela acabar para assistir ao jogo do time do coração, pra transferir seu sentimento de paixão àqueles 22 homens em campo? [Risos]


Homem 02- [Gargalhada. E muitas outras.] Explico, meu caro: “os homens preferem as loiras, mas... casam com as morenas.” Devo deduzir que as mulheres preferem os poetas, mas... casam com os malandros! Ah! Não me interprete mal... Malandragem é ginga, é esperteza, é quesito básico para a sobrevivência da espécie. Se olharmos para nossos antepassados pré-históricos, o que vemos? Eles, os machos, buscavam as fêmeas com maiores quadris, visando à reprodução; já elas, as fêmeas, queriam os machos com ombros mais largos, em busca de proteção. Um poeta, só protege uma dama, se estiver armado ou souber algum tipo de luta. O malandro... Bem, se ele for realmente malandro, dará um jeito! [Risos]. Sobre o cotidiano novela X futebol, bem... isso é um problema. Digamos que a incógnita “rotina” acaba com qualquer relacionamento. Na paixão, isso põe fim a tudo. Quando há amor, verdadeiro mesmo, com diálogo, pode ser combatido. Mas, perceba, que isso não é a “solução”, isso é a “questão”! Porque o primeiro e o último amor que devemos ter... é o amor próprio. Aí, tomamos uma posição nada agradável: queremos realmente estar com alguém, para todo o sempre (até que a vida nos separe)? Ou será que precisamos conhecer mais de nós mesmos e de nossa vida – e as pessoas que nela existem – até nos aquietarmos e buscarmos uma família? Será que queremos uma família? Será que queremos Amar?


Homem 01- [Cínico] Aí está o “X” da questão, estamos falando de amor e de paixão e não de matrimônio. Os homens preferem as loiras, mas só casam com as morenas porque só as morenas toparam casar! Mas o que me faz deduzir sobre essa questão é que a paixão é libertina, o amor é obsessivo; a paixão é liberal, o amor é castrador. E quanto ao dialogo para resolver as diferenças, isso funciona entre amigos, não entre amantes. O que estraga as relações afetivas é a espera romântica da expectativa de quem assume as rédeas da relação, ou seja: quem “domina” sente-se mais feliz!


Homem 02- Hum... Discordo, discordo, discordo. Mas, vamos por partes: 1) A paixão é que é libertina, obsessiva e castradora. E ainda mais: induz às rédeas, expectativas (utópicas) e dominações! Você não entende que o Amor é imaculado? Perceba: é o Amor que é liberal. Quando amamos, amamos e pronto. Não desejamos nada em troca! É como lhe falei: um exemplo é o amor de uma mãe para seu/sua filho/filha. 2) Sobre resolver diferenças, claro que o diálogo resolve! Principalmente entre amantes! E, num relacionamento onde há Amor, não há sentimento de amizade, camaradagem, cumplicidade? Eis, sim, o “X” da questão! No Amor, há Amizade acima de tudo! Na paixão, há uma espécie de necessidade de troca entre as pessoas. Você dá seu sentimento, mas quer algo em troca. No amor, não. É incondicional. 3) Na paixão, quem dá as cartas, é mais feliz. Concordo. No Amor, AMBOS dão as cartas... ou, talvez, joguem bola... [Risos...]


Homem 01- Ponto de vista romântico, utópico e conservador, mas... respeito. Essa é uma relação madura - ouvir o outro, compreender e contestar alguns aspectos. Deixe-me dar um exemplo, quando me refiro às rédeas: alguém diz para você o que é certo ou o que é errado do ponto de vista dela. Assim, foram nossos pais, nossos amigos e nossas mulheres - mesmo as que se foram para amar outros. Então, dessa forma, é pensar que o amor não existe, pois se ele é transferível, não é imortal. Aí o que me resta é perguntar: o que VOCÊ preferiria? “Apaixonar-se todos os dias” ou “amar de vez em quando”?


Homem 02- Primeiro: se elas (nossas mulheres) se foram para “amar” outros homens, ótimo. Quando se ama, até se aceita uma separação, pois o que importa é o bem-estar do outro e o seu (se você fica sozinho, tem a oportunidade de conhecer outras pessoas e, possivelmente, apaixonar-se por elas ou amá-las...). Se, a pessoa “amada” se vai, ela, normalmente, procura uma nova “paixão”, não um amor. A paixão é imediatista; o amor é paciente. Quantas vezes, terei de repetir que o amor vem com o tempo? A paixão é como o vento! Se vai e se vai e se vai (assim como as tais mulheres...). Segundo: sobre o fato do amor não existir... por ser transferível. Isso me lembra nossas almas. Acredita nisso? Se não, esqueça, não adianta argumentar, mas... se acredita... Elas se transferem de um corpo para outro, com o tempo. E, até onde eu saiba isso, sim, é um sinal de imortalidade, eternidade. Assim como o amor. Terceiro: apaixonar mil vezes ou amar apenas uma? Não sei, ainda não me apaixonei tantas vezes pra ter uma opinião formada. Eu quero me apaixonar milhões de vezes. Mas quero saber lidar com isso sempre. Acredite: a paixão dói. O amor acalma. Assim sendo, se amar uma única vez (e isso pode não ser possível, pois o Amor pode ser classificado por diversas formas e você amará muitas pessoas...) eu estarei quase às portas do paraíso. E, eu, infelizmente (ou felizmente...) ainda treino no purgatório, que é a Terra.


Homem 01- [Irônico] Ahhhhhh! Concordamos, então, só que falamos línguas diferentes, mas que levam ao mesmo ponto: a paixão é visceral, vem das vísceras... Então vem do corpo! Seria o amor é um espectro que ronda e não habita lugar nenhum? [Pausa] Calma! Isso é só provocação! Quantas vezes você ouviu alguém dizer: “olha, eu descobri que você é tão importante, tão especial que tenho medo de perder sua amizade. É melhor pararmos por aqui...”


Homem 02- Eu mesmo já disse isso. Não sei quantas vezes...


Homem 01- Então? Você não amou? Como se deixa de amar? Por que o amor finda? Na verdade, na verdade, nunca seremos capazes de amar, mas sempre teremos a necessidade de sermos amados!


Homem 02- Amei! Mas aí foi meu erro. Amei jovem. E, para mim, a pessoa era a mulher ideal (para mim). Só me esqueci de perguntá-la se eu era o homem ideal para ela. [Risos]. Hoje, “rio, contra a maré” (poético, não?). Mas, à época, sofri... num rio de lágrimas (novamente, a poesia). Sofri horrores. Estatisticamente, amei umas duas vezes. Mas “amar” não é sinônimo de “ser amado”. Eu me enamorei por duas pessoas. Em tempos diferentes, por motivos diferentes. Pela liberdade que queria, pela liberdade que lhes dei. Mas eu próprio não estava (talvez ainda não esteja) preparado para o amor. Venho experimentando paixões há anos. E cada uma vem com um preço diferente. O que aprendi (oh, Deus, como é terrível isso...) foi controlar meus sentimentos. E isso é muito ruim. Temer apaixonar-me para não sofrer novamente é um veneno para o possível amor. E, temo, sinceramente, não me deixar mais amar. Isso seria uma espécie de suicídio afetivo, confesso, mas preciso de tempo para me recuperar. Por enquanto, vou-me entregando a pseudo-paixões. Procuro pessoas parecidas comigo, para juntos, trocarmos experiências e sensações; gozos e risadas; culpas e conselhos. Enfim, vivermos, até um Amor chegar. Aí, descansarei em paz.


Homem 01- Pelo que entendi o amor, para ser bom, tem que estar velho. É isso? Há muitas contradições em tudo que foi dito por você. Porque é essa a essência do amor que você prega. Mas ela está ultrapassada, piegas... Posso lhe dar um exemplo claro disso: enquanto estamos discutindo filosoficamente os sentimentos, minha mulher está pensando que estou com outra e, por isso, ainda não cheguei em casa. Ou, ainda, que já estou bêbado, falando mal das mulheres. Não! Falo mal do amor que nos cega e não nos permite ver o outro exatamente como ele é - cheio de manias e defeitos (mais defeitos do que qualidades...) Mas onde está o “encantamento” do amor? Na perfeição? Outra palavra tão utópica quanto o amor... Por isso vou mergulhar na piracema da paixão, que por acaso é a contramão do amor. A paixão permite desejar mais de uma pessoa, mas daí, querer e estar com todas elas ao mesmo tempo, seria egoísta, desumano e cruel. Talvez, aí, esteja o meu amor, a vontade e a certeza de sempre querer voltar para casa!


Homem 02- Voltar para casa... Poético. Você acaba de descrever “um amor”. Não importa o que façamos, não poderemos nunca mudar a natureza do Homem. A humanidade vai evoluir e se extinguir e nunca chegaremos a um denominador comum. Mas uma coisa é certa: “sem Amor, nada seremos”. Sabe qual o antônimo do Amor? A indiferença. E disso o mundo está cheio. Dependendo do número de pessoas indiferentes ao que você sente, conheça (seja amor ou paixão) e se relacione, sua vida será melhor ou pior. Acredite: se buscarmos (em uma, dez ou mil pessoas) respostas para nossas dúvidas, não encontraremos. Ninguém sabe as respostas, meu caro. Ninguém. Nem eu, nem você. O que fizemos hoje, foram as “perguntas”. Certas ou não, estão lançadas. E que venham os próximos debatedores... Mas, segue um aviso: “as pessoas só se encontram (e se amam) quando não se procuram.”. Porque o que buscamos, na realidade, quando imaginamos alguém perfeito para nós... é simplesmente uma versão de sexo oposto de nós mesmos. Pare de procurar. Apenas, mostre-se (como você realmente é, sem disfarces...). E boa sorte.


Homem 01- Sabe qual é o sinônimo do ódio? Paixões mal-resolvidas! [Risos] A natureza do ser é óbvia, natural; são as pessoas se perderem e se encontrarem. Natural é perder; natural é achar que se achou e ficar perdido! Complexo não? Não posso responder perguntas com mais perguntas. Talvez seja esse o sentido, não temos respostas. Poderia aqui perguntar: por que alguns amam Deus sem nunca tê-lo visto? Precisamos acreditar em algo, dar sentido a nossa existência. Só que o problema esta aí: sempre concentramos nos outros o que deveria estar em nós. Mas, deixemos que as mulheres nos digam... [Risos] E falando em amor e mulheres... minha mulher acaba de ligar para dizer que nosso cachorro fugiu. Então, tenho que ir. Afinal, temos que buscar aqueles que amamos não é? [Gargalhadas]


Homem 02- Ô... [Gargalhada]


(Guilherme Ramos e Julien Costa, 26/02/2008, 23h25)
sexta-feira, 21 de novembro de 2008 0 comentários
Entrevista concedida a Eduardo Proffa ("A Villa Caeté em Revista", hebdomadário nº 07 - de 21 a 30 de novembro de 2008), amigo e irmão-de-arte. Valeu, cara! Obrigado pela oportunidade!
E você? Quer receber a Villa? Então, manda um e-mail para eduardoproffa@yahoo.com.br ou eduardoproffa@hotmail.com e seja mais um morador!


A Villa Caeté em REVISTA

Um cara meio insano, um cara muito coerente, um cara muito honesto, um cara muito “gente”... Conheci-o no Colégio Sagrada Família... Fazia música, fazia teatro. No seu ciclo figuras ilustres povoavam junto ao seu universo criativo. Anos mais tarde, encontro-o com a mesma sede e a mesma desenvoltura. Um pouco mais maduro, um pouco mais atrevido, um tanto assim de coragem, outro tanto louco varrido... E acima de tudo um sonhador... Senhoras e senhores Guilherme Ramos...

01 – A Villa - Quem é Guilherme Ramos?
Guilherme – Um sonhador. “Insone sonhador”, às vezes. Prefiro lembrar que sou ator, diretor, dramaturgo, músico prático, artista multimídia... Enfim, gosto de muitas áreas. E tento vivenciá-las sempre que possível. Atualmente, estou tentando ser escritor mais do que qualquer outra coisa. Existem, ainda, os “títulos” – não posso fugir deles: Especializando em Ensino da Arte - Teatro (UFAL), Especialista em Gestão e Organizações Sociais (UFS), Arquiteto e Urbanista (UFAL) e a “gestão cultural” – minha escolha profissional: Coordenador Artístico-Cultural do SESC/AL, idealizador do Centro de Difusão e Realização Artístico-Cultural (CDRAC), onde são desenvolvidas atividades diversas nas cinco principais linguagens artísticas do Regional (Artes Cênicas, Música, Literatura, Artes Visuais e Audiovisual); Coordenador do Ponto de Cultura Circo-Escola de Incentivo às Artes (C.E.I.A.), aprovado pelo Ministério da Cultura (1º edital), que realiza oficinas de teatro, dança, música, inclusão digital e sustentabilidade cultural urbana - metareciclagem para jovens alagoanos.

02 – A Villa – Quando você ingressou no Teatro?
Guilherme – Comecei a ter idéias e escrever alguns textos em 1984. Autodidata. Só ensaiei de verdade em 1987, no Teatro Amador Sagrada Família (TASF), grupo do colégio onde estudava, sob direção de Alberto do Carmo. Profissionalmente, só em 1994, quando tirei minha DRT de ator. Com muito orgulho!

03 – A Villa – Qual era o “universo” teatral alagoano, naquela época?
Guilherme – Ihhhhh... Eu era um adolescente. Não tinha uma visão “apurada” sobre o assunto. Estava começando a fazer teatro. Mas olhando hoje... Bem, a impressão que tenho é de que a “geração teatral de 80/90” em Maceió era mais “prática” que “teórica” (Risos). Acho que isso vai causar polêmica (Mais risos). Eu explico. Das “experiências que tive” não vivenciei o uso direto da teoria teatral – como é tão comum hoje, sobretudo nos grupos mais recentes. Os artistas cênicos da época ensaiavam e, durante o processo, poucos criavam caso com correntes estilísticas, pensadores e/ou pesquisadores teatrais. Havia “mão na massa”. Trabalho duro. Depois, algumas das ações eram esmiuçadas e éramos apresentados a alguma referência – Falava-se, por exemplo: “o fato de você usar uma lembrança triste para chorar, é uma técnica do Stanislavski. Quer saber mais? Leia.” Era assim. Perceba que esse é o “meu” ponto de vista. De alguém que estava começando a conhecer o teatro e suas técnicas – um mero neófito.

04 – A Villa – Quando você decidiu dedicar-se ao teatro, um pouco mais além do palco?
Guilherme – Já no início... Sempre fui atrevido (Risos).

05 – A Villa – A mudança de Ator para Diretor, Escritor, Produtor, e outros “ors”, foi natural e paralela? Ou, se deu por alguma necessidade pessoal ou casual?
Guilherme – Quando menos esperei, estava escrevendo, atuando, dirigindo, fazendo trilhas sonoras, iluminação, cenografia, figurino, material gráfico... Nossa! Acho que era uma deficiência – ou um vício – da minha geração. Não tínhamos muita gente “especializada” nessa ou noutra função e acumulávamos. Hum... Isso perdura até hoje em alguns grupos, certo?

06 – A Villa – O que é o Teatro da Meia-Noite? Como surgiu essa idéia? Como ele está “sobrevivendo” no estado?
Guilherme - Companhia Teatro da Meia-Noite Artistas Associados (CTMNAA). Um nome e tanto. “Juridicamente” é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, com fins culturais, que tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento da arte e cultura alagoana, mediante o fomento, a promoção, o planejamento e a execução de atividades artísticas, realização de cursos, seminários, palestras, encontros, eventos e intercâmbios. Foi criada em 2001, através de um grupo de amigos que amavam fazer teatro, mas só tinham tempo de se reunir às altas horas da noite. Então, depois de uma sucessão de madrugadas de muito trabalho e pouco sono, surgiu - de repente - um nome tão “sinistro” - mas tão sonoro - quanto o texto que estava sendo escrito: “Companhia Teatro da Meia-Noite”. E por que não? A noite, a madrugada, são as maiores companheiras de um artista. E à meia-noite, tudo pode acontecer... Sobre sobrevivência: o grupo realiza capacitações artísticas no Estado – e fora dele – além de produções/eventos em geral. O teatro empresarial – onde o cliente “encomenda” um determinado espetáculo para seus colaboradores e/ou clientela também ajuda a “pagar as contas” da trupe.

07 – A Villa – Sua obra é bem extensa, fale-nos um pouco de suas peças. Ganhou algum prêmio?
Guilherme – Olhando direitinho, acho que já escrevi mais de sessenta textos – originais e adaptados – entre espetáculos, performances e esquetes. Prêmios? Sim, devido a participações em festivais estudantis e na famosa (e finada) “Mostra de Teatro Alagoano”: cenografia, figurino, iluminação, sonoplastia, atuação (IV Mostra, 1989), direção e espetáculo (ambos na VI Mostra, 1996). Já fui selecionado para compor a antologia poética "Diversos", livro publicado em 2005 pela Andross Editora/SP, mas curiosamente nunca tive um texto teatral premiado. Acho que devo escrever mesmo muito mal! (Gargalhada. Depois de uma pausa, um suspiro saudoso e leve pesar) Prêmios em teatro... Isso faz parte do passado. Eu tive sorte nisso. Hoje, Alagoas carece de premiações desse tipo. Refiro-me aos bons “festivais de teatro” que tanto encantavam nossa terrinha. É irônico ver grupos mais recentes terem premiações em outros estados e nenhum aqui.

08 – A Villa – Alagoas tem público, cativo? O que mudou?
Guilherme – Tem e não tem. Sabemos que há público certo para a comédia. Em todo o país. O brasileiro não tem paciência para o drama, a tragédia; quiçá o alagoano – Mas sempre há exceções, ok? Sou, inclusive, uma delas. Mas hoje, o “riso fácil” atrai mais o público. Não vejo mal nenhum nisso. Contanto que coexistam produções mais “artísticas”. Todos precisam ganhar dinheiro, inclusive, o artista cênico. Não sejamos “radicais”, certo? Mas, normalmente, não assisto a esse tipo de espetáculo. Numa boa.

09- A Villa – Para fazer produção artística no estado é um sufoco, como você dribla isso?
Guilherme – E quem disse que eu driblo? (Risos) Já fiz apresentação teatral para uma platéia vazia! E olha que a entrada era franca! Na maioria das vezes, tento negociar com colégios/escolas e garantir público pagante em certos dias, para compensar a temporada – E o público espontâneo.

10 - A Villa – Num contexto abrangente. O que temos de inovador nos nossos palcos?
Guilherme – Eu vejo as linguagens artísticas cada vez mais interligadas, com conceitos e argumentos convincentes. Teatro, dança, literatura, vídeo, música, artes visuais... Um sem-número de experimentos cada vez mais ousados. Isso mostra – na minha opinião – uma oposição (sem qualquer caráter pejorativo) à “geração teatral 80/90”. Lá, havia muita “prática” e pouca “teoria”. Hoje, os papéis se invertem. Há “teoria” em quase tudo. Só me preocupa o bom uso da “prática”. (Risos) Meu receio é o resultado ser muito “conceitual”, muito “cabeça” e não se atingir o público a quem se destina a proposta. Hum... Às vezes, penso que algumas propostas querem justamente isso! (Risos) Vá entender!

11 - A Villa – Aos poucos outros nomes vão surgindo e se unindo a Pedro Onofre, Homero Cavalcante, Ronaldo de Andrade e Alberto do Carmo. Dessa sua geração, quem vem fazendo um trabalho de formiguinha e quem já está com o nome sedimentado?
Guilherme – O Lael Correia também. Aliás, as gerações pós-Lael (Julien Costa, Nilton Resende, Fátima Farias), pós-Alberto (eu, Lima Neto), pós-Mauro Braga (Paulo Sarmento, José Maciel) entre outros, estão aí, na luta. Cada um do seu jeito. Confio na nova geração, muitos vindos do Curso de Teatro - Licenciatura/UFAL (que chegou a ser extinto na década de 90). A turminha que ainda não é “Balzaquiana” tem muito o que mostrar. E terão tempo. Porque quem tem o nome sedimentado mesmo está saindo ou já saiu do Estado. Vai estudar nos grandes centros. Não está errado, não. O problema é que não volta a Alagoas. E, quando volta, enfrenta dificuldades ideológicas. Não segue com a vida acadêmica. Frustra-se? Talvez. Os demais, assim como eu, continuam a fazer o trabalho de formiguinha (não cito nomes, porque o “formigueiro” é grande!) pra “Villa Caeté” não parar.

12 – A Villa – Teatro é para fazer rir ou chorar; reflexão ou lazer; cultura de base construtiva ou banalidades? Comente.
Guilherme – O teatro pode ser tudo isso. Não depende do ator, do diretor, enfim, do grupo estipular as “regras”. Depende do que o público faz com a informação que lhe é passada. Acredito no teatro como Arte; não como um “salvador” ou “corruptor” de almas. Se usarmos como metáfora as nossas programações de rádio e televisão... Nossa! Dá uma nova entrevista! (Risos)

13 – A Villa – Uma dúvida de espectador: Como você vê a nova Cena Caeté? Não estão abusando de caracterizações, demasiadamente pejorativas, e até de gosto “pra lá de duvidoso” para chamarem a atenção do público?
Guilherme – Sim. Já falei sobre isso nas perguntas 08 e 12. E repito: todos precisam ganhar dinheiro. Boa sorte! Só torço para que a “Cena Caeté” mantenha um mínimo de qualidade artística quando estiver propondo fazer Arte. Projetos tachados de “comerciais” vem e vão. Sou indiferente. Muitos são. Com a Arte deve ser diferente. Deve-se fazer História. Do contrário, o que deixaremos para as futuras gerações?

14 – A Villa – Você tem “mil” projetos. Quais são os mais urgentes?
Guilherme – Não queria usar a palavra “urgente”. Dá uma idéia de algo que não foi feito no tempo certo, né? (Risos) Até porque, faço tanta coisa ao mesmo tempo que isso poderia se tornar realidade! (Risos) Ah!... Falei que estou “tentando” ser escritor. Há um livro em mente. Na realidade, dois: “Bloguesia” (aos poucos vai ficando pronto, por ser derivado de meu blog – www.filhosdosempre.blogspot.com) e “Samsara – Os Filhos do Sempre” (romance). Este último é que me preocupa! Tantas idéias, tantas pesquisas (desde 1999) e, até agora, só consegui fechar 16 capítulos – que estou re-escrevendo...

15 – A Villa - Seu momento para finalizar a Entre & Vista a Villa?
Guilherme – Primeiro, agradecer a oportunidade de poder me apresentar aos seus seletos leitores:

Apesar da distância que a vida insiste,
Resiste e persiste em nos impor,
Nossas loucuras não são ameaças;
Tampouco trapaças, sem razão de ser.
Não fico, apenas, do mundo, a mercê,
Tão simples, singelo, sem ter nem pra quê.
Piadas sem graça, insultos de graça,
Podem até me denegrir (Podem ir! Podem vir!)
Mas não vou me negar a possibilidade de rir
De quem ri - ou não ri de mim mesmo?
Sabe lá Deus, se andamos a esmo!
Porque com a vida, aprendi a fazer
O que insistem, comigo, somente esconder.
Fazer o que digo não é, realmente, um perigo;
Mas, pior, é não saber mesmo escolher.
Por isso sonho - mas me imponho:
Que nada (nunca, jamais) deixará de ser
Um artigo medonho, por vezes, enfadonho,
Quanto estar sozinho, sem alguém pra dizer
Qualquer rima tola. Principalmente... você.

(“Rima Tola”, Guilherme Ramos)

A você, que me lê... FOI UM PRAZER!
segunda-feira, 17 de novembro de 2008 0 comentários

Literatura

Literatura é ler o mundo. Não só com os olhos mas, acima de tudo, com o coração.

(Guilherme Ramos, 12/11/2008, 7h3o, a caminho de Teotônio Vilela/AL, para a "Pré-Jornada SESC Alagoas de Literatura - 70 Anos de Vidas Secas")
domingo, 16 de novembro de 2008 1 comentários

Gostar de Ler

"Outro dia me perguntaram por que eu gostava tanto de ler. Vejamos. Ler é melhor do que ir ao cinema, viajar ou usar porcarias que tiram o sujeito do sério. Ao ler você produz, dirige e estrela o filme dentro de sua cabeça; viaja sem os inconvenientes da viagem; e penetra em mundos dos quais volta mais humano e mais sábio. Nada expande mais a consciência do que um bom romance ou qualquer livro inteligente. Pensando bem, ler é a segunda melhor coisa do mundo. A primeira é escrever. A que você está pensando é hors-concours."

(Ruy Castro)

* * *

Texto enviado por minha amiga Silvania Silva. Valeu, menina! Ele tem tudo a ver comigo! Quando eu "crescer", quero escrever igual a ele! Rsss... Ah! E concordo quanto à coisa "hors-concours"... Kkkkkk... Bjuxxxxxxx!!!!...
sexta-feira, 14 de novembro de 2008 0 comentários

Começar a Amar

"A gente começa a amar, por simples curiosidade, por ter lido num olhar, certa possibilidade."

(Paul Lefêvre, dramaturgo francês)

* * *

Enviada por Analice Souza (atriz e pessoa FANTÁSTICA). Menina, essa frase é 10! Vou pesquisar mais sobre Lefêvre). Beijos!!!
quinta-feira, 30 de outubro de 2008 0 comentários

O preço do amor platônico

(Saber definir sentimentos e enfrentá-los é uma dádiva)

Por Fernando
Carrara*

O que torna os amores impossíveis mais atraentes é justamente a impossibilidade. Esta atrai. A dificuldade de não ter a pessoa que desejamos nos impulsiona, nos motiva. Funciona exatamente como o perigo. Muitos fazem isso para provar sua força, sua capacidade de conquista. Quanto mais difícil e distante, mais o amor parece ser grande, excepcional e único. E quem não quer viver algo grande, excepcional e único? Em um amor impossível cabem todos os sonhos, todas as perfeições e personagens, o mínimo detalhe é idealizado. Construímos uma imagem em nossa cabeça, que aquela pessoa é única, e é exatamente o que passamos a vida inteira procurando, mesmo que tudo pareça contra. Um amor impossível marca para sempre, mesmo se outros amores vêm e vão depois. Ele sempre deixa aquela sensação de vazio, de inacabado, mal resolvido. E tudo que é mal resolvido, preocupa, incomoda e atormenta. Pois, junto dele, vem a dúvida do e se (e se eu tivesse tentado, tivesse feito diferente etc).

É difícil conviver com uma ilusão. Pois a ilusão não tem resposta, ela não é sim nem não. Ela é meio termo e o meio termo atormenta as pessoas.

Acontece de um amor aparentemente "impossível" se tornar possível e isso quase sempre rouba a magia do sentimento. Inconscientemente muitos sabem disso, o que leva as pessoas a preferirem viver um impossível que dá a satisfação que um possível só poderá abrir os olhos para a realidade.

Porque uma vez que o amor torna-se possível, acaba a expectativa, acaba o sonho. E o homem foi feito para sonhar.

Um amor impossível é forte, resiste ao tempo, ele pode marcar uma pessoa mais que toda uma vida vivida ao lado de outra. Portanto. liberte-se desta ilusão.

* * *

(*) Fernando Carrara é publicitário, admirador da vida e de todos seus encantos e mistérios.

Para saber mais, acesse: http://www.fernandocarrara.blogspot.com/
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Paixão, idealização, relacionamento e amor

(Nada de pressa. Aprenda a se conhecer para conhecer alguém...)

Por Adriana de Araújo*

Muitos relacionamentos começam com paixão e idealização. Idealizar é enxergar no outro o que você deseja e não as reais qualidades que a pessoa apresenta naquele momento. É querer que o outro responda as expectativas criadas pela sua própria fantasia. De certa maneira, é querer que a outra pessoa realize suas vontades e desejos pré-estabelecidos. Mas, quando saber se isso está dentro do que é considerado normal?

Com o passar do tempo essa paixão muitas vezes passa, pois na verdade não estava ligada a dados reais e concretos, mas a ilusão que é originária, possivelmente, de todos os filmes e histórias românticas vistas e escutadas durante muito tempo (normalmente, já introduzida na infância e reforçada ao longo dos anos).

Mas a vida não é um filme, um livro de romance ou algo em que o acaso é o único dono do destino, sem possibilidades de atuação. Nós podemos começar a fazer novas escolhas mais satisfatórias e adequadas para nossa felicidade e também da pessoa ao nosso lado.

Observe que para tudo na vida, de modo geral, as pessoas dedicam muito tempo para se aperfeiçoarem: estudando, treinando e vivenciando, por exemplo, o trabalho, os esportes, algum novo curso etc., mas no assunto relacionamento tudo parece diferente. Muitos se deixam levar e ficam a mercê do destino e do acaso. Frases como: o que tiver que ser será , quando a gente menos espera a pessoa certa aparece , etc... Todos já ouviram várias vezes. E se esquecem que devem preparar e cuidar dos pensamentos e da maneira com que escolhem quem estará ao seu lado. Deixar de enxergar o outro como ele realmente é, faz com que as pessoas deixem de viver novas experiências para se entregar a padrões criados em sua mente. Portanto, fecha-se os olhos para uma realidade que mais dia ou menos dia aparecerá. Isso se torna um grande problema, pois a ilusão não perdura para sempre e, portanto, após a descoberta, vem a decepção.

Sentimento de fracasso, desgosto e desilusão são muito negativos e poderiam, em muitos casos, serem evitados se houvesse uma preocupação com atos e escolhas.

Quem disse que o príncipe encantado existe? Alguém já o viu? E quem arrisca dizer que sim? Será essa pessoa um príncipe encantado de verdade ou uma pessoa normal que você enxerga através de lentes e distorções produzidas pela mente? O que é real e o que imaginário? Sempre ouvimos histórias sobre os príncipes no começo dos relacionamentos, depois de alguns meses eles viram sapos, ou melhor, voltam a ser quem sempre foram, nem príncipes, nem sapos, pois essas percepções só estavam na mente de que os criou. Importante lembrar que homens, também buscam uma mulher perfeita (essa percepção vai variar de pessoa para pessoa, segundo seus critérios de aprendizagem prévia), mas não dão o nome de princesa encantada. Ou seja, todos querem um relacionamento feliz e harmonioso. Cada um dentro de sua realidade e contexto de vida.

Não podemos esperar a perfeição se não somos perfeitos. Já contava uma história antiga de que um jovem, muito bonito, inteligente, saiu em busca de uma mulher perfeita, por não achar na sua cidade, saiu pelo mundo a procurá-la. Anos depois, voltou a sua cidade natal, sozinho e todos perguntaram se ele havia achado o que procurava em sua viagem. Ele respondeu que sim. E todos curiosos queriam saber onde estava essa mulher, e então ele respondeu: Não estamos juntos. Ela também estava buscando o homem perfeito e foi procurá-lo mundo a fora. O romance além da atração física deve surgir das afinidades e dos objetivos em comum entre duas pessoas. Isso é muito importante, para que se possa compartilhar a vida em diversos momentos, como fazemos com nossas famílias e amigos. Para isso é preciso aproveitar a oportunidade de conhecer o que há de melhor em cada pessoa, independente do fato de que ela será seu namorado (a), esposo (a) ou não.

Compartilhar a vida é também aceitar o outro como ele é e poder abstrair seu melhor. Criar novas amizades, novos conhecimentos, que podem ser importantes em sua vida de outras maneiras e não somente como um romance. Não se pode ou deve depositar suas carências e dependência no outro. Ser livre e saber viver para si é fundamental.

Algumas pessoas vivem a vida como se existisse um concurso para eleger quem será o seu namorado (a) e com esse comportamento, deixam de aproveitar os momentos e viver o presente, deixam de viver a vida como ela é. O problema surge quando a pessoa escolhida não condiz com o modelo imaginário, então, já não há mais interesse. Será que se relacionar é apenas ter outra pessoa ao lado que supra as carências? Ideal seria aceitar o outro como ele é e tê-lo ao lado por admiração concreta e real. As carências deveriam ser supridas por cada um e não por outra pessoa.

Existem muitas maneiras de se viver a própria vida ao lado de outra pessoa. Viver uma ilusão sem dados reais leva a frustração. A vida é feita de momentos e de sonhos que podem ser concretizados se houver interesse e dedicação. Deve-se aproveitar a vida e vivê-la intensamente. Aceitar as experiências reais, vividas com verdade, assim fica mais fácil encontrar alguém muito especial.

(*) Adriana de Araújo é Psicóloga.

Colaboradora: Fabiana Leão

Fonte: http://yahoo.minhavida.com.br/materias/bemestar/Paixao44+idealizacao44+relacionamento+e44+finalmente44+amor.mv
sexta-feira, 24 de outubro de 2008 3 comentários

Contratempo

Não me interessa (mal ou bem)
Com quem você se entrega e deita
(Mais ainda; muito além)
Ou quem, contigo, se deleita...
Sou refém de um refrão
(Melodia sem canção)
Onde o tempo, contratempo,
Não tem direção.
Resta-me, supostamente,
Agir "cuidadosamente",
Seguir em frente, então.
E seguindo, fugindo, tenho que partir.
Chega de lágrimas,
Por mais que sejam cálidas,
É preciso... sorrir.

(Guilherme Ramos, "sei-lá-quando-foi-isso de 2008". Corrigido em 16/12/2008, 12h20)
segunda-feira, 6 de outubro de 2008 0 comentários

Fósseis

Surge lépido, intrépido, sentimento;
A cada dia, em instantes invisíveis,
segue, vil, completo sofrimento.
Surgem histórias, às vezes, impossíveis.

Serve, enfim, para quê, esse momento?
Senão para sanar; talvez, enlouquecer?
Simples, assim, como o curso do tempo:
A (re)passar até, então, só se perder.

Foquem os olhos, cor-de-medo;
Forcem, com tato, todo segredo;
Fortes ouvidos; complexos mu(n)dos.

Fossem, os lábios: um pouco sábios;
Fórceps atos, nem sempre cálidos;
Fósseis olvidos, de tão profundos.

(Guilherme Ramos, 06/10/2008, 23h01)
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A Impontualidade do Amor

Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.

Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa?

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.

O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.

Martha Medeiros
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O medo do Amor

Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.

E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.

Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos. Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.

Martha Medeiros
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O que Ela Vê? O que Ele Vê?

E o que é que ela vê nele? Nossos amigos se interrogam sobre nossas escolhas, e nós fazemos o mesmo em relação às escolhas deles. O que é, caramba, que aquele Fulano tem de especial? E qual será o encanto secreto da Beltrana?

Vou contar o que ela vê nele: ela vê tudo o que não conseguiu ver no próprio pai, ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Porsche que ele não tem, ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças, ela vê uma pinta no ombro esquerdo que estranhamente ninguém repara, ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente, ela vê que os olhos dele franzem na hora de ler um livro e mesmo assim o teimoso não procura um oftalmologista, ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio, que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir, ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões, ela vê que ele é um sonhador incorrigível, ela o vê chorando, ela o vê nu, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros.

Agora vou contar o que ele vê nela: ele vê, sim, que o corpo dela não é nem de longe parecido com o da Daniella Cicarelli, mas vê que ela tem uma coxa roliça e uma boca que sorri mais para um lado do que para o outro, e vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências do passado, e vê que ela precisa dele e isso o faz sentir importante, e vê que ela até hoje não aprendeu a fazer um rabo-de-cavalo decente, mas faz um cafuné que deveria ser patenteado, e vê que ela boceja só de pensar na palavra bocejo e que faz parecer que é sempre primavera, de tanto que gosta de flores em casa, e ele vê que ela é tão insegura quanto ele e é humana como todos, vê que ela é livre e poderia estar com qualquer outra pessoa, mas é ao seu lado que está, e vê que ela se preocupa quando ele chega tarde e não se preocupa se ele não diz que a ama de 10 em 10 minutos, e por isso ele a ama mesmo que ninguém entenda.

Martha Medeiros
segunda-feira, 22 de setembro de 2008 0 comentários

Para Trás

Um rosto "bonito";
Uma atitude "convincente",
Um corpinho "esculpido".
Mas... Será o suficiente?
(Bem, é pra se "pensar"...)
E o demais,
Que mal (me) faz,
Eu deixo para trás.

(Guilherme Ramos, 19 a 22/09/2008, horas diversas...)
domingo, 14 de setembro de 2008 2 comentários

Querer

Eu quero não querer.
Que me queiram, então.
P'ra que eu tenha, ao menos,
Alguma opção.
E o que me foi "camisa-de-vênus"
Hoje me é "inspiração".

(Guilherme Ramos, 10/09/2008, 12h30)
sábado, 13 de setembro de 2008 0 comentários

3 e Trinta - o filme



Apresento-lhes um curta-metragem escrito por Julien Costa e Luiz Siqueira (ambos têm blogs e estão cadastrados aqui, hein?). Dêem uma olhada. E comentem (aqui e no blog deles!!!!)

VALE A PENA!!!!
terça-feira, 9 de setembro de 2008 2 comentários

Pensar

E lá estava ele numa mesa de bar.
Refletindo muito do que lhe rói.
Sua resposta, das mais simples:
"- Pensar 'nela' (ainda) dói."
Circulava os olhos, afinava o olhar,
Tentando entender o que se passava...
(Na verdade, o que não "queria passar")
Mas nem por isso, bebia; tampouco fumava.
Era difícil, claro, entender
Um sentimento tão teimoso.
(Ah!!!! Que raiva! Que raiva!)
Quando lhe parecia desaparecer
(E o pobre homem, ia esquecer)
Cedo ou tarde, ele retornava.
Tal qual castigo, nesse momento,
Lembrou a face, perdida no tempo.
Dessa perda, sim, se lamentava...
Ergueu-se insano, por não querer
De forma alguma, enlouquecer.
Sobrou-lhe, apenas, voltar p'ra casa.
A este autor reservou-se apenas
Poucas frases; letras amenas.
Atroz, a dúvida, insiste, persiste:
(Talvez, isso, seja o mais triste)
Em todo o tempo que se passou
(Cada qual com a sua dor...)
Seria, o "chorar", do personagem?
Ou, mais ainda, do narrador?

(Guilherme Ramos, 09/09/2008, 21h34)

* * * * *


Depois de um tempinho sem criar algo... "voilá"! Segue mais uma inspiração neo-ultra-romântica! Rsss...
sexta-feira, 29 de agosto de 2008 1 comentários

Mude e Marque

(Por Airton Luiz Mendonça, num artigo do jornal "O Estado de São Paulo")

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.

Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: Nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.

Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo.

Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência).

Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... São apagados de sua noção de passagem do tempo... Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir -as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... ROTINA .

Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.

Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).

Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais.

Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.

Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.

Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. Seja diferente. Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos..... em outras palavras...... V-I-V-A !!!

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.

E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.

Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?

Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida. E S CR EVA em tAmaNhos diFeRenTes e em CorES di f E rEn tEs !

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVETE.....

V I V A !!!!!!!!

***

Gostaria de agradecer (MUITO!) à Adriana Almeida, por me enviar esse texto tão maravilhoso. Ela não sabia, mas nesse momento, estava me mostrando o que eu tanto procurava para - finalmente - continuar com meu livro (a razão da existência deste blog). Dri, você É DEMAIS!!!! Bjuxxxxxxxxxxxx!!!!!

Ah! Sem falar que este é post nº 200! Melhor ocasião não poderia ser! Parabéns a todos que, de uma forma ou de outra, colaboram com esse meu mundinho virtual!
quarta-feira, 27 de agosto de 2008 2 comentários

Amor Mal Resolvido



(Arnaldo Jabor)
Olhe para um lugar onde tenha muita gente:

Uma praia num domingo de 40º, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade. Metade deste povaréu sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem um Amor Mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.



Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que Não. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: lembranças, amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim.
Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas etapas: atração, paixão, amor, convivência, amizade, tédio, fim. Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos amores. Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez. Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade.

Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para Ser Feliz Novamente. Não existe pessoa certa, todas as pessoas são certas e todas são únicas, portanto, se você alguma vez achar que perdeu o amor da sua vida, outros amores virão ou mesmo o velho amor pode pintar outra vez.
terça-feira, 26 de agosto de 2008 1 comentários

Dever (?)

"Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo mais do que um espectador de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso. E assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis." 

(Autor Desconhecido)

É! Concordo plenamente! Agradecimentos à minha amiga Aline Karla que, num depoimento aqui, me deixou essa "pérola" maravilhosa... Valeu, Karlinhaaaa!!!!!
terça-feira, 19 de agosto de 2008 2 comentários

Começo, Meio e Fim

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.

Detesto quando escuto aquela conversa:

'Ah,terminei o namoro...'

'Nossa, quanto tempo?'

'Cinco anos... Mas não deu certo... acabou'

'É não deu...'

Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.

Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?

E não temos esta coisa completa. Às vezes ela é fiel, mas não é boa de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.

Tudo, nós não temos.

Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.

Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...

Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê pití.

Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.

Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.

O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama!

Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa.

Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

Gostar dói! Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.

Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer...

A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.

Na vida e no amor, não temos garantias.

E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.

Nem todo sexo bom é para descartar... Ou se apaixonar... Ou se culpar.

Enfim... quem disse que ser adulto é fácil?'

(Dizem que é de Arnaldo Jabor. Mas eu não tive tempo de confirmar. Se isso for alguma "blasfêmia", avisem-me que eu "exorcizo", OK? Rssss... Agora, sério. Independente de quem escreveu o texto, tenho que admitir: vejo-me em muitas frases e parágrafos. Acho que qualquer leitor deve se sentir assim. Resta-nos refletir - mas não como um espelho, que só reflete o que vê. Devemos 'tentar' enxergar a realidade. Por mais obscura que ela tente ser. Nós somos donos de nossos atos. Nós somos senhores de nosso destino. Viver dói? ÓTIMO! A dor nos lembra que estamos vivos. E livres para aprender com nossos erros. E não há nada mais gostoso que aprender. E segue a vida... Sozinho ou não, sigo. Sem rumo, às vezes. Mas não estou perdido. Estou me achando. Quer me dar sua mão? Hum... Cuidado, eu 'mordo'. E você pode... 'gostar'... Rssss...)
segunda-feira, 18 de agosto de 2008 0 comentários

Guardanapo

Luiz Siqueira de Lima Neto*

O relógio anuncia as horas que perco de minha vida a cada instante me fazendo lembrar que a velhice está um pouco mais perto de minha porta. As madrugadas a fio, sozinho, ao lado de um copo de vodka com gelo, esquentam meu peito. Congelando todo o resto, o sono me pesa os olhos e olho para aquelas gotas que deslizam pelo copo e pingam sobre a toalha da mesa, indo embora com o tempo e questiono-me: ‘O que fiz de minha vida?’. Como um bom bêbado que sou, reclino minhas pernas cansadas sobre outra cadeira, fito o vazio e permito surgir em minha mente todas aquelas lembranças que me fazem sentir ainda mais derrotado, embalado pela bossa que não toca no carro, o cenário perfeito para florescer as dores do coração.

Esse canalha que não se decide entre essa ou aquela e me machuca com tamanha força que, às vezes, tento arrancá-lo e atirá-lo na sarjeta. Por que não ir mais devagar, sem pressa, com bastante medo, para não se arriscar tanto; perco-me dentro de mim, do vazio que me preenche, me apego a Deus e peço-lhe forças e coragem para abrir os olhos e colocar-me de pé um dia mais. Complicamos tanto a vida que nos afogamos em nós mesmos, somos nossos piores monstros. Sou um pierrô desgraçado. Assassinei minhas colombinas (cometi o mesmo erro várias vezes) e deixei todas as bailarinas chorando no meio do salão. Fico imaginando como seria minha vida por outros caminhos, mais simples, calmos; como minha vida poderia ser feliz ao lado de alguém que tanto me ama. Porém, eu e esse meu dom de estragar sempre tudo bem antes do ‘era uma vez...’, hoje consigo ser seu. Entretanto, pergunto-me angustiantemente: ‘quando poderei ser meu?’

(*) Disponível em: www.umpoucodoeuquecabedentrodenos.blogspot.com/
Ah! Qualquer semelhança com pessoas e/ou fatos reais (não) terá sido mera coincidência. Às vezes "temos medo" de nos transformarmos nesse tipo de personagem. Às vezes, "queremos" nos transformar. O que fazer? O que fazer? Apenas viver; talvez sonhar. Mas nunca deixar de "tentar".
quarta-feira, 13 de agosto de 2008 0 comentários

Nós & Nós

Há fatos que nos fazem pensar em "nós".
Mas seriam "nós" = "eu e vc" ou... que (não) desatamos?

(Guilherme Ramos, 10/08/2008, 14h31)
terça-feira, 12 de agosto de 2008 0 comentários

Ciclos

Ciclos têm se fechado.
Isso é bom.
É sinal de que estou evoluindo
(Enquanto pessoa).
Alguns ciclos (ainda) machucam.
E fechá-los... Hum... mais ainda.
Mas é (foi-será) preciso.
Não, isso não é um poema.
Não é tão preciso.
Não é poesia, nem melodia.
(tampouco melodrama)
É uma constatação.
De que sou humano.
Por vezes, impreciso.
(Erro e aprendo...)
E continuo a viver.
Não é fácil, disso saber.
Mas, sigamos em frente,
Nessa interminável estrada
(Chamada "vida").
E seguem os ciclos
(Também da vida)
Como numa loteria insana:
27.07.04.12.08...
Será que tais "números"
Poderão me dar mais "conforto"?
(Pelo menos um mais "bacana"?)
Afinal, jogo é jogo...
(E ninguém mais me "engana"...).

(Guilherme Ramos, 12/08/2008, 23h49)
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Ah! Mar!...

Nesse oceano de paixões...
Em tempestades de razões...
Ah! Eu não consigo.
Eu não consigo!!!
Ah! Mar! De novo! (?)

(Guilherme Ramos, 12/08/2008, 23h36)
domingo, 10 de agosto de 2008 0 comentários

Escrever

"Escrever é brincar com espelhos, ilusões, reflexos daquilo que é e daquilo que não é. Escrever é criar algo a partir do que parece ser nada, mas no fundo é tudo aquilo que existe. É magia..."


(Daniel Duende)
terça-feira, 5 de agosto de 2008 0 comentários

Teatro, Educação e Inclusão Social



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Sobre trabalhos demorados

"O trabalho que leva tempo para concluir, sobrevive à morte de seu criador."


(Da Vinci)

* * *


É! Obrigado, Kizzy Ysatis (quem me apresentou essa frase de Da Vinci). Isso me deixa mais tranqüilo. Afinal, desde 1999 que eu pesquiso e escrevo "Samsara: Os Filhos do Sempre" (meu tão sonhado romance...). Ao menos ganho mais forças para escrevê-lo e não desanimar com tanto "tempo" investido na sua criação. EU CHEGO LÁ!!!!
domingo, 3 de agosto de 2008 0 comentários

Maturidade

"A maturidade me permite Olhar com menos ilusões, Aceitar com menos sofrimento, Entender com mais tranquilidade, Querer com mais doçura..."


(Lia Luft)
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Recado

Aos que não me entendem, um recado: não tentem. Eu poderia perder a graça ou tornar-me perigosamente apaixonante. Faça-o por sua conta e risco.

(Guilherme Ramos, 03/08/2008, 20h36)
terça-feira, 29 de julho de 2008 0 comentários
Já dizia o Mestre Baleiro:

Meu amor ele é demais
Nunca de menos
Ele não precisa
De camisa-de-vênus
Ouça o que eu vou dizer
(Meu bem me ouça)
O que ele precisa
É de uma camisa-de-força...


É... Né?
sábado, 26 de julho de 2008 0 comentários

Coisas que a vida ensina depois dos 30

(Artur da Távola)

Amor não se implora, não se pede, não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados a terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos tornam mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças à cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo... Quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente.
quarta-feira, 23 de julho de 2008 0 comentários

Festa!

Eu não sou de lá...
E não vou pra ficar.
Estou a festejar
(Aqui) todo ano!
Mas, vou logo avisar:
Pagode pra dançar
Só se for (um bom)
Côco alagoano!

(Guilherme Ramos, 23/07/2008, 17h53)

Preparando-me para agosto, "MÊS DO FOLCLORE"! Você devia fazer o mesmo... E viva a Cultura Caeté!
terça-feira, 15 de julho de 2008 1 comentários

AMOR E PERSEGUIÇÃO

(Martha Medeiros, 28 de janeiro de 2002)

"As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas". Norman Mailer. Copiem. Decorem. Aprendam.

Temos a mania de achar que amor é algo que se busca. Buscamos o amor nos bares, buscamos o amor na internet, buscamos o amor na parada de ônibus. Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas platéias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir o seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois lhe ensinaram que só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade.

Amor não é medicamento. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproximará, e, caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza, ele não suporta a idéia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: "quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu". Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas.

O amor, ao contrário do que se pensa, não tem que vir antes de tudo: antes de estabilizar a carreira profissional, antes de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir do seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir diante de você sem máscara e sem fantasia. É esta a condição. É pegar ou largar.

Para quem acha que isso é chantagem, arrisco sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável e não é tarefa tão complicada. Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem. Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados. O amor é o prêmio para quem relaxa.
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SENTIR-SE AMADO

(Martha Medeiros)

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho."

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d’água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando?" Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. "Vem aqui, tira esse sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido.

Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.
segunda-feira, 14 de julho de 2008 1 comentários

Sentidos

Na "paixão", no pele-a-pele, boca-a-boca, olho-a-olho... enfim, devemos explorar todos os "sentidos"! Em todos os sentidos, claro!

(Guilherme Ramos, 14/07/2008, 22h00)

Claro! Rssss...
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Se Fosse...

Se fosse praia – era pouco.
Se fosse lágrima – nem morto!
Se fosse mar – apagava o fogo.
Se fosse choro – esborrava um poço.
Se fosse oceano – afogava o moço.
Mais que isso:
Feito feitiço, vem o sonho
(Mais que um sonho)
Para Jussara.
Momento-tara...
De mulher, de puta,
De quem não te escuta.
(E labuta, labuta, labuta...)
Mas não foge à luta.
Por que fugiria?
Porque fingiria?
Tristeza, alegria...
“Muito grande”.
Falares, falares,
Têm-se aos milhares:
Com o sol, se vai o sonho...
Com o calor, evapora o sono...
E sobra a foto
Talvez um fato.
Fim do ato.
Aplausos?
(Ou ocasos?)

(Guilherme Ramos, 23/04/2008, 10h37)
domingo, 13 de julho de 2008 0 comentários

10 Infos

(by Silvia Schmidt)

10 informações a seu respeito que você deve dar UMA ÚNICA VEZ:

01) A maneira como você prefere ser tratado(a).

02) O tipo de conversa que você gosta de ouvir.

03) Os assuntos que você quer evitar.

04) Os horários em que você está disponível para atender.

05) O que você detesta que lhe façam.

06) O que mais desperta a sua receptividade.

07) O que mais provoca o seu afastamento.

08) Aquela característica - só sua - que você quer ver respeitada, mesmo que não aceita.

09) A forma de comportamento que não invade nem desequilibra o seu espaço.

10) A data do seu aniversário.

Quem se importa com você NUNCA as esquecerá.
terça-feira, 8 de julho de 2008 0 comentários

Comparando...

Feito flecha (sem arco);
Evidência (sem fato):
Somos EU e VOCÊ

(Guilherme Ramos, 08/07/2008, 1h50)
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Ranço

Olhando você...
Que parece não me ver
Enxergando algo a mais do que é possível:
Suavidade, sonho-verdade...
(um simples querer)
Mas o tempo passa
(e você disfarça)
Eu me canso e, com ranço,
Deixo-me acreditar que é só mais um “engano”.
E esqueço.
E me recuso a relembrar.
E querer desejar você (+).
É (enfim) um fim.
Pra você?
Ou será pra mim?

(Guilherme Ramos, 08/07/2008, 2h10)
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Ainda Ele

Ele não conseguia (mais) se ver com uma pessoa.
Ele tenta, mas não dá.
O que seria? O que será?
E começa a chover (já?)
Quando vai questionar:
“Serei EU (por dentro) ou a noite (só) a chorar?”
Boa pergunta, pra começar.
Ele se sente um lixo, só de pensar
Que está se tornando o que mais aprendeu a odiar:
Alguém que não ama; só faz machucar.
E pensa (muito):
“Será que consigo alguém amigo...”
(Em algum momento,)
“Só pra me perdoar?”
Não custa... tentar.
E sonhar e sonhar e sonhar...
Até... Acordar (?)
Só lhe resta esperar.
(E acreditar!)

(Guilherme Ramos, 08/07/2008, 2h00)
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Ele

Ele poderia amar. Sempre foi um sujeito gentil. Bom. De coração. Admirado, imitado, invejado... Mas, incrivelmente, infeliz. Alegre, talvez, mas infeliz. Ninguém é totalmente feliz na adolescência. E quando cresce, há “possibilidades”. Um brinde a elas! E são tão tolas às vezes... Quase infantis. E há coisa melhor do que a infância? Quando podemos fazer (quase) tudo e levar – no máximo – uma bronca (quando muito uns sopapos... básicos!) das pessoas que mais amamos: nossos pais (Ora! Depois de um certo tempo, deixamos tantas pessoas nos machucarem mais – e elas, à vezes, nem nos tocam fisicamente...). E são eles mesmos (os pais!) que nos ensinam a ser o que somos. Mas, cabe a cada um, do seu jeito – especial e único – permitir. E o que (me) permito hoje é perguntar:

QUEM é “ele”? O QUE é “ele”? O que QUER “ele”, para ser (sempre) tão Gentil, Único, Inteligente... Levando Horas Eternas, Realmente Modernas... Enfim... enfim, enfim.

(Guilherme Ramos, 08/07/2008, 23h59)
domingo, 6 de julho de 2008 0 comentários

Depois

Depois do "coração partido", só teve uma vida desregrada; muitas mulheres... E nada.

(Guilherme Ramos, 06/07/2008, 17h03)
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Palavras ao Vento

(Pedro Bial)

A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra
amor e se acha importantíssima por isso!

Com A se escreve "arrependimento" que é uma inútil vontade de
pedir ao tempo para voltar atrás e com A se dá o tipo de tchau
mais triste que existe: "adeus"... Ah, é com A que se faz
"abracadabra", palavra que se diz capaz de transformar sapo em
príncipe e vice-versa...

Com B se diz "belo" - que é tudo que faz os olhos pensarem ser
coração; e se dá a "bênção", um sim que pretende dar sorte.

Com C, "calendário", que é onde moram os dias e o "carnaval",
esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data
marcada. "Civilizado" é quem já aprendeu a cantar ´parabéns pra
você` e sabe o que é "contrato": "você isso, eu aquilo, com
assinatura embaixo".

Com D , se chega à "dedução", o caminho entre o "se" e o
"então"... Com D começa "defeito", que é cada pedacinho que
falta para se chegar à perfeição e se pede "desculpa", uma
palavra que pretende ser beijo.

E tem o E de "efêmero", quando o eterno passa logo; de
"escuridão", que é o resto da noite, se alguém recortar as
estrelas; e "emoção", um tango que ainda não foi feito. E tem
também "eba!", uma forma de agradecimento muito utilizada por
quem ganhou um pirulito, por exemplo...

F é para "fantasia", qualquer tipo de "já pensou se fosse
assim?"; "fábula", uma história que poderia ter acontecido de
verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e "fé", que é
toda certeza que dispensa provas.

A sétima letra do alfabeto é G, que fica irritadíssima quando a
confundem com o J. G, de "grade", que serve para prender todo
mundo - uns dentro, outros fora; G de "goleiro", alguém em quem
se pode botar a culpa do gol; G de "gente": carne, osso, alma e
sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.

Depois vem o H de "história": quando todas as palavras do
dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer
coisa que tenha acontecido ou sido inventada.

O I de "idade", aquilo que você tem certeza que vai ganhar de
aniversário, queira ou não queira.

J de "janela", por onde entra tudo que é lá fora e de "jasmim",
que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar
assim.

L de "lá", onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do
que aqui; de "lágrima", sumo que sai pelos olhos quando se
espreme o coração, e de "loucura", coisa que quem não tem só
pode ser completamente louco.

M de "madrugada", quando vivem os sonhos...

N de "noiva", moça que geralmente usa branco por fora e vermelho
por dentro.

O de "óbvio", não precisa explicar...

P de "pecado", algo que os homens inventaram e então inventaram
que foi Deus que inventou.

Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.

E R, de "rebolar", o que se tem que fazer pra chegar lá.

S é de "sagrado", tudo o que combina com uma cantata de Bach; de
"segredo", aquilo que você está louco pra contar; de "sexo":
quando o beijo é maior que a boca.

T é de "talvez", resposta pior que 'não', uma vez que ainda
deixa, meio bamba, uma esperança... de "tanto", um muito que até
ficou tonto... de "testemunha": quem por sorte ou por azar, não
estava em outro lugar.

U de "ui", um "ai" que ainda é arrepio; de "último", que anuncia
o começo de outra coisa; e de "único": tudo que, pela facilidade
de virar nenhum, pede cuidado.

Vem o V, de "vazio", um termo injusto com a palavra nada; de
"volúvel", uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que
querem que ela queira.

E chegamos ao X, uma incógnita... X de "xingamento", que é uma
palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém; e
de "xô", única palavra do dicionário das aves traduzida para o
português.

Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi
usada pelo Zorro... Z de "zaga", algo que serve para o goleiro
não se sentir o único culpado; de "zebra", quando você esperava
liso e veio listrado; e de "zíper", fecho que precisa de um bom
motivo pra ser aberto; e de "zureta", que é como fica a cabeça
da gente ao final de um dicionário inteiro.
 
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