sábado, 25 de maio de 2013

Banquete


Sei, na paixão, das suas fomes e sedes.
Quando sou seu prato feito, a degustar.
Permiti isso, algumas dezenas de vezes,
Resistindo forte para não lhe machucar.

Resistência de garfo; de faca, argumento.
Sobraram as poucas palavras... de colher.
Submissão de prato; de copo, sofrimento.
Estamos diante da mesa: homem e mulher.

Saciados do desejo, quase carnal, de viver,
Correr para o chuveiro, para à cama comer
Tudo, no mais completo e adorável absurdo.

Diria que tal banquete é um autorretrato.
Completo. Sinônimo. Composto. Abstrato.
Sem palavras... Cego... Mudo... Surdo.

(Guilherme Ramos, 25/05/2013, 00h35 e 21h26)

Imagem: Google.

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