quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Tratado das Contradições Humanas


Pois é. E vieram as negras nuvens. Aquele tempo tempestivo, cheio de esquisitices e mesmices climáticas capazes de derrubar o mais incauto e o mais prevenido. Fazer o quê, se a chuva não quer cair, mas o mormaço humano desumaniza qualquer um? Humanamente impossível relatar o sentimento de tempo. Perdido. Reconhecido. Descartado. Morto. Com o tempo. Com o tempo, aprendemos. Aprendemos que por mais que saibamos algo, meteorologicamente frustrados, somos induzidos ao erro. Percentual. Admissível. Desprezível. Colateral. E no fim – que é um novo (re)começo – só olhamos para nuvens. Esfumaçadas. Dissimuladas. E no chumbo de suas formas, vemos o medo. O que fazemos com ele? Esperamos cair, como a tão mal falada chuva. A tempestade de idéias que nos (es)corre (n)a mente. E mente. Por que, então, acreditar em tudo que vemos? Se as próprias nuvens desmancham-se, quase que negando sua convicção, sua opinião prematura e infantil? Onde há fumaça, há fogo? (!) Onde há nuvem, há chuva! (?) Quem pode afirmar tal contento? No contexto, o tempo. Pois só o clima entre nós pode fazer a diferença. A sentença. A pena. De morte. Para o crime... de amar o outro antes de nós mesmos. Nós. Primeiro. Mas sempre serão “nós”. Cegos? Em pregos. Presos ao desapego. Ao desejo de ser alguém ao lado de outrem. Ontem não foi assim. Hoje foi assado. No fim, dois. Assanhados. De cabelo e de postura. Tortura. É ficar numa chuva torrencial, quando um sol ideal brilha na cama (dura).  De outrem. Ontem foi assim, hoje, nem tanto assim. Veio um não, depois do sim. E foi-se. Coice. Fim.

(Guilherme Ramos, 19/09/2012, 01h40. Não, não estou louco. Não, não estou falando coisas sem sentido. Estou apenas escrevendo. E vendo. Como a natureza – a humana – é instável, sujeita a chuvas e trovoadas... Mas também, propensa a secas de sentimento. Texto difícil? Texto fácil? Vai depender da fertilidade de suas terras de consciência. Eu, particularmente, estou encharcado. Não de idéias, mas de dúvidas, de frustrações e de palavras. Soltas, juntas, conflitantes, escritas. Registradas, aqui, para não se perderem como gotas de chuva num solo arenoso, onde mais cedo ou mais tarde, virá o sol para solver-lhe aos poucos, até desaparecerem. E serem... esquecidas. Como na vida. Então, para que se preocupar?)

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